Eis a Agenda do Blog do Lauriberto para esta terça-feira (27/8/2024):
- 10 horas: Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE) realiza Sessão Extraordinária do Pleno para analisar o Parecer Prévio das Contas do Governador do Estado, Elmano de Freitas, exercício 2023. O Colegiado se reúne no Plenário do Edifício 5 de Outubro, em sessão aberta à sociedade.
- 13 horas: A Prefeitura de Fortaleza realiza Aulão do Programa Nossas Guerreiras para mulheres empreendedoras ou que desejem empreender. O curso “Elaboração de Proposta de Negócios”, com duração de 8 horas/aula, será realizado na Rede Cuca Jangurussu (Regional 9). As concludentes do curso terão acesso ao crédito orientado de até R$ 3 mil, além de consultorias individuais. O Nossas Guerreiras já capacitou mais de 42 mil mulheres e concedeu crédito orientado para 12.770 empreendedoras. A meta é garantir crédito para 15 mil guerreiras. A ideia é garantir crédito orientado para compra de equipamentos, materiais e insumos, desde que os produtos estejam relacionados ao negócio. "A função da Prefeitura é capacitar, garantir o crédito e depois fazer um acompanhamento para que o negócio dê certo, e que ela cresça de uma pequena empresa, de uma Micro Empreendedora Individual, para uma grande empresa e que empregue muitas outras pessoas”, enfatiza o secretário de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Nogueira. Para participar é preciso ser de baixa renda, maior de 18 anos e prioritariamente chefe de família. Também é preciso ser hipossuficiente em renda e não ter sido beneficiada com recursos em edições de programas ou projetos similares da Prefeitura. O empreendimento deve estar localizado em Fortaleza, preferencialmente, em bairros de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-b). As inscrições podem ser feitas pelo WhatsApp: (85) 9.8655-4402 ou presencialmente, respeitando o limite de 220 pessoas. Aulão do Programa Nossas Guerreiras no Teatro do Cuca Jangurussu (Avenida Governador Leonel Brizola, s/n).
- 19 horas: O Projeto QUINTAL: corpo, pensamento e outras dramaturgias, em parceria com a Escola Porto Iracema das Artes e a Casa Absurda inauguram as atividades da Residência Permanente Dramaturgias do Corpo, da Cena, da Imagem, um projeto inédito que pretende agir no panorama das artes de Fortaleza e adjacências introduzindo nele o exercício crítico do dramaturgismo. A aula inaugural na Escola Porto Iracema das Artes (foto Vitor Gifoni). A participação é gratuita e faz parte da programação de aniversário dos 11 anos da Escola. “A gente quer trabalhar o processo de criação como enquadramento da crítica de arte, e não o contrário, percebe? É essa inversão que nos interessa.”, afirma Thiago Mota, um dos coordenadores da residência, que é Mestre em Artes, pesquisador e professor dos cursos técnicos em Dança da Escola Porto Iracema das Artes e do Centro Cultural Bom Jardim. A Residência Permanente Dramaturgias do Corpo, da Cena, da Imagem surge como um espaço de provocação, crítica, experimentação e imersão nas complexidades das dramaturgias. A residência abriu 30 vagas destinadas a artistas residentes (dramaturgistas e criadores), proporcionando uma plataforma para o desenvolvimento profissional no campo do dramaturgismo e de aprimoramento/aprofundamento da criação artística. Criadores inscrevem seus processos de criação já iniciados, os quais, ao longo do ano, serão apresentados ao público e receberão comentários dentro do escopo da dramaturgia expandida/dramaturgismo por parte dos dramaturgistas em formação, mediados pelos coordenadores do projeto. Além disso, na Residência, serão realizados estudos de textos seminais e mostras sazonais dos processos em desenvolvimento. As submissões de propostas terminaram no último dia 11/8. O processo de seleção reunirá um grupo formado por 15 criadores/as e 15 dramaturgistas que trabalhará de setembro/2024 a junho/2025. Os encontros serão semanais e realizados na Porto Iracema das Artes, escola onde funcionou o grupo de estudos Dramaturgia: o que quer e o que pode o corpo?, em 2018 e 2019. O projeto foi precursor dessa residência de agora e contou, dentre seus mentores, com Andrei Bessa, também coordenador dos Laboratórios de Teatro da Porto, à época. Hoje morando e criando mundos em Portugal, Bessa continua próximo apesar de além-mar: “Imaginar um grupo de pessoas focadas em ampliar e reposicionar seus processos de criação é conseguir fabular futuros. Assim mesmo, no plural.”, ele diz. Bilica Leo e Levy Mota, hoje coordenadores, respectivamente, dos Laboratórios de Dança e de Teatro endossam a relevância da Residência, assim como a Casa Absurda, por concordarem com Thereza Rocha, coordenadora geral da residência, quando ela fala de sua “preocupação ao reconhecer a cena artística de Fortaleza tensionada pela falsa dicotomia entre processo e produto”. É mais ou menos como dizia o já saudoso Nego Bispo: não se trata de “começo, meio e fim. Na cosmologia do nosso povo, temos começo, meio e começo.” Thiago parece concordar com o filósofo quilombola quando diz ainda do próprio processo da residência: “é também um percurso formativo que não visa uma finalização apoteótica, mas que instiga o seu meio, como sempre, um ponto de partida”. Amália Morais, Mestra em Artes (IFCE), produtora cultural e atriz, também coordenadora do projeto, completa, em outra chave: “A Residência Dramaturgias do corpo, da cena, da imagem é uma boa oportunidade para dramaturgistas e criadores escavarem os interstícios entre uma linguagem de arte e outras, possibilitando interessantes trânsitos criativos. “Esses trânsitos estão também pautados no vaivém sanfonado entre criação e crítica, entre poética e estética, mediadas pela ética, que marca o dramaturgismo. Eu costumo dizer da dramaturgia ou dramaturgismo como exercício crítico avant la lettre ou que chega antes da hora, uma vez que a pessoa dramaturgista acompanha os processos de criação e não somente avaliza/avalia o produto”, explica Thereza Rocha, docente dos cursos de graduação em dança e vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGARTES/ICA/UFC), da Universidade Federal do Ceará que é, além de pesquisadora, dramaturgista por profissão. Ela também traz a filosofia para perto, ressaltando na “vírgula, que domina a identidade visual do projeto, o meio no meio do meio característico dos fazeres dramatúrgicos, também passível de ser imaginado no enigma caetano do verso de Sampa: o avesso do avesso do avesso do avesso, um fazer de pura mediação”, conclui. Entre poéticas e estéticas, a Residência começa em grande estilo com uma Master Class, aberta ao público em geral, encerrando as comemorações do mês de aniversário da Escola Porto Iracema das Artes. A ocasião, que não é nem aula, nem magna, nem mestra, será gerida pelos coordenadores do projeto na forma de um metálogo que contará também com a participação remota de Andrei Bessa.
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