A Arquidiocese de Londrina (PR) comunica o falecimento do cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de São Salvador, aos 89 anos, na manhã deste sábado (26 de agosto de 2023), em Londrina (PR), onde residia desde 2014.
A Saúde de dom Geraldo se agravou em dezembro de 2022, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Encontrava-se em internamento domiciliar e teve uma piora nos últimos dias, vindo a falecer nesta madrugada.
O funeral do cardeal Geraldo Majella Agnelo começa neste domingo (27 de agosto), às 8 da manhã, com o cortejo saindo da Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina em direção à catedral metropolitana de Londrina.
Por volta das 9 horas, o arcebispo dom Geremias Steinmetz, presidirá a Celebração da Palavra e às 10 horas a primeira missa. A seguir, missas a cada duas horas até às 10 horas da segunda-feira (28 de agosto), quando será celebrada a última missa, seguida do sepultamento na cripta da catedral.
O funeral do cardeal Geraldo Majella Agnelo começa neste domingo (27 de agosto), às 8 da manhã, com o cortejo saindo da Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina em direção à catedral metropolitana de Londrina.
Por volta das 9 horas, o arcebispo dom Geremias Steinmetz, presidirá a Celebração da Palavra e às 10 horas a primeira missa. A seguir, missas a cada duas horas até às 10 horas da segunda-feira (28 de agosto), quando será celebrada a última missa, seguida do sepultamento na cripta da catedral.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou uma nota de condolências, na qual presta sua homenagem e gratidão ao purpurado e estende os sentimentos de pesar ao arcebispo de São Salvador (BA), cardeal Sergio da Rocha, aos familiares, fiéis e a todo povo de Deus.
Nota de Pesar pelo falecimento do Cardeal Geraldo Majella Agnelo
- Estimado irmão, Cardeal Sérgio da Rocha,
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) une-se em solidariedade à Arquidiocese de São Salvador (BA) e aos familiares por ocasião do falecimento de Dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito daquela estimada Igreja Particular, neste sábado, 26 de agosto, memória de Santa Maria no sábado, em Londrina (PR), onde residia desde 2014.
Damos graças a Deus pela doação deste irmão no episcopado que entregou sua vida à Igreja no Brasil e no mundo. Dom Geraldo foi destacado, nos lugares onde serviu como padre e bispo, por sua afabilidade e pela virtude de criar laços de amizade e comunhão entre as pessoas.
Sua vida foi marcada por um grande amor à Igreja e uma contínua dedicação às coisas da Igreja, a serviço da fé e ao testemunho da vida cristã. Dom Geraldo mostrou sempre grande zelo pela Liturgia, pela boa formação dos sacerdotes e do povo católico e pela irrestrita fidelidade ao Papa e à Igreja. Foi um intérprete da reta reforma litúrgica, desejada pelo Concílio Vaticano II.
Agradecemos, especialmente, os anos nos quais se dedicou à nossa Conferência, tendo presidido a Comissão Episcopal para a Liturgia, de 1983-1987, atuado como vice-presidente do Regional Sul 2 da CNBB, e estado à frente da CNBB, como seu presidente, de 2003 a 2007.
Como no Evangelho da liturgia que celebramos hoje, Dom Geraldo foi aquele que soube amar a um só Pai, aquele que está nos céus. Teve um só guia, Cristo. E foi grande porque entre nós foi um humilde servidor do Evangelho.
Rogamos a Deus que conforte os corações de amigos, fiéis e familiares e dê ao nosso irmão a glória do descanso eterno e de ser exaltado nos céus.
Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno e brilhe para ele a Vossa luz.
Em Cristo,
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Presidente da CNBB
Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo de Goiânia (GO)
Primeiro Vice-presidente da CNBB
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Arcebispo de Olinda e Recife (PE)
Segundo Vice-presidente da CNBB
Dom Ricardo Hoepers
Bispo auxiliar de Brasília (DF)
Secretário-geral da CNBB
O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, gravou um vídeo no qual recorda o legado de Dom Geraldo Majella e a sua contribuição à CNBB, à Igreja no Brasil e no mundo. O secretário-geral da CNBB definiu dom Geraldo, que presidiu a CNBB, de 2003 a 2007, como um homem de compreensão e coração acolhedor.
Biografia e trajetória eclesial: Filho de Antônio Agnelo e Sylvia Agnelo, Dom Geraldo Majella Agnelo nasceu no dia 19 de outubro de 1933, em Juiz de Fora (MG). Cursou o primário (atualmente Educação Infantil) no Instituto Santos Anjos das Irmãs Carmelitas da Divina Providência, em sua cidade natal. Aos 12 anos ingressou no Seminário Menor Diocesano Santo Antônio, também em Juiz de Fora, onde ficou até completar 14 anos.
Entre os anos de 1948 e 1950 continuou os estudos em Pirapora do Bom Jesus, no Seminário Menor Arquidiocesano de São Paulo, dirigido pelos Cônegos Premonstratenses. Ingressou no Seminário Central da Imaculada Conceição do Ipiranga, em São Paulo, no ano de 1951, onde cursou Filosofia até 1953. Em seguida, cursou a licenciatura em Filosofia na Faculdade de Filosofia da Universidade de Mogi das Cruzes (SP). A licenciatura em Teologia foi cursada na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, também em São Paulo, de 1954 a 1957.
Nos anos de 1967 a 1969, Dom Geraldo Majella fez uma especialização em Liturgia, no Instituto Litúrgico do Pontifício Ateneu de Santo Anselmo, em Roma. Ainda em 1969 ingressou no Doutorado em Teologia com especialização em Liturgia, com a tese “Servitus no Sacramentário Veronense. Significado e Doutrina. Contribuição ao Conhecimento do Sentido Teológico do Serviço Litúrgico”.
A ordenação sacerdotal aconteceu no dia 29 de junho de 1957, na Catedral de São Paulo, por Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, Arcebispo Auxiliar de São Paulo. Como presbítero recebeu os cargos de Diretor Espiritual e professor no Seminário Vestibular Santo Cura d’Ars, para vocações adultas, na Freguesia do Ó, São Paulo (1958-1959); Assistente Eclesiástico da Juventude Estudantil Católica Feminina (1959-1960); Notário do Tribunal Eclesiástico de São Paulo; colaborador na Paróquia de Santo Antônio da Barra Funda em São Paulo (1958-1978); Diretor Espiritual do Seminário Filosófico da Arquidiocese de São Paulo em Aparecida (SP) (1960-1963); Diretor Espiritual e professor no curso teológico do Seminário Central da Imaculada Conceição do Ipiranga, em São Paulo (1964 a 1967).
Dom Geraldo foi, ainda, professor na Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1964-1967); nomeado Cônego do Cabido Metropolitano de São Paulo por S. E. o Sr. Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta (1964-1978). Neste mesmo período foi cerimoniário da Catedral Metropolitana (SP).
Durante sua permanência em Roma junto ao Pontifício Colégio Pio Brasileiro, semanalmente pela Rádio Vaticana, participou do programa para o Brasil intitulado “Liturgia e Vida” (1967-1969). Em Roma colaborou na Paróquia de São Clemente Papa de Montesacro (1967-1969); coordenou a Pastoral da Arquidiocese de São Paulo (1970 – 1974); foi professor de Teologia Sacramentária e Liturgia no Instituto Teológico Pio XI – Salesiano, (1970-1975) e no Seminário Maior João XXIII – Scalabriniano (1970-1974).
De 1970 a 1974 Dom Geraldo foi professor de Teologia Sacramentaria e Liturgia na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção em São Paulo e diretor da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção de São Paulo nos anos 1974 a 1978. No ano de 1973 foi nomeado membro da Comissão Arquidiocesana de Liturgia (SP). Foi diretor e professor da Faculdade de Ciências Humanas Arnaldo Busato de Toledo.
Ministério como bispo: “Humilde servidor do Evangelho”
Dom Geraldo: “humilde servidor do Evangelho”. | Foto: arquivo Arquidiocese de São Salvador (BA).
Nomeado pelo papa Paulo VI , Bispo Diocesano de Toledo (PR), em 5 de maio de 1982. Recebeu a Ordenação Episcopal de S.E. o Sr. Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, na Catedral de São Paulo, no dia 6 de agosto de 1978 (dia e hora da morte do papa Paulo VI).
No dia 27 de outubro de 1982 foi nomeado pelo Papa João Paulo II como Arcebispo Metropolitano de Londrina (PR), tomando posse em 28 de outubro de 1983. Neste mesmo assumiu a presidência da Comissão Litúrgica da CNBB, até o ano de 1987.
Dom Geraldo também foi o membro do Departamento de Liturgia do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM 1983-1987). Em 1983, iniciou a Pastoral da Criança em Florestópolis (PR) que se difundiu em todas as dioceses do Brasil e em alguns países Latino-Americanos, e África.
Foi eleito Presidente do Departamento de Liturgia do CELAM em abril 1991 e nomeado pelo Papa João Paulo II como secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em 16 de setembro de 1991.
Nomeado pelo papa João Paulo II como membro da Pontifícia Comissão para a América Latina em 03 de junho de 1994; presidente da Comissão de Liturgia do Grande Jubileu do ano 2000 e membro do mesmo Comitê em 17 de março de 1995. Foi ainda membro do Pontifício Comitê dos Congressos Eucarísticos Internacionais.
No dia 13 de janeiro de 1999 foi nomeado pelo Papa João Paulo II como Arcebispo Metropolitano de São Salvador da Bahia. A posse ocorreu no dia 11 de março do mesmo ano.
Dom Geraldo recebeu, ainda, as nomeações de: vice-presidente do Conselho Latino-Americano – CELAM (1999); membro do Pontifício Conselho de Migrantes e Itinerantes em (2000). Foi criado cardeal pelo Papa João Paulo II no consistório de 21 de fevereiro de 2001, recebendo o título de São Gregório Magno em Magliana Nuova – Roma.
Em 19 de maio de 2001 foi nomeado membro da Pontifícia Comissão dos Bens Culturais da Igreja; e eleito presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 9 de maio de 2003.
No ano de 2011 Dom Geraldo teve o pedido de renúncia aceito pelo Papa Bento XVI, tornando-se Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Salvador. Em 2014, por um desejo seu, passou a residir em Londrina.
Dom Geraldo, cujo lema episcopal é “Caridade com fé”, presidiu a Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB, de 1983-1987, foi vice-presidente do Regional Sul 2 da CNBB e 2º Vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), em 1999. Dom Geraldo presidiu a CNBB de 2003 a 2007.
No Vaticano, foi membro do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes e da Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja. Participou de dois conclaves, um, em 2005, que elegeu o Papa Bento XVI, e outro, em 2013, no qual foi escolhido o Papa Francisco. Ele foi um dos três presidentes da Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe realizada em Aparecida (SP), em maio de 2007.
Com informações da CNBB.
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