Morreu neste domingo (18), em Recife, aos 81 anos, o ex-goleiro Pedronito Barbosa da Silva (Pedrinho). Pernambucano de nascimento, Pedrinho jogou em 22 times no Brasil, mas a maior parte da sua carreira foi nos clubes do Ceará.
- Fortaleza: 1966 a 1969.
- Ceará: 1970 a 1971.
- Maguari: 1972.
- Calouros do Ar: 1973.
- Santa Cruz-PE.
- Sport-PE.
- Náutico-PE.
- Palmeiras-SP
PEDRONITO BARBOSA DA SILVA NOS ANOS 60,FORTALEZA, EM 69 CEARÁ, DEPOIS MAGUARI E CALOUROS DO AR. COM 81 ANOS, HOJE SE DEITOU PARA O MUNDO E LEVANTOU PRA DEUS. VAI COM FÉ P E D R I N H O.
- Eu estava tomando umas cervas com alguns amigos na Encruzilhada no sábado anterior ao jogo contra o Capibaribe (as barbies). Depois da farra, peguei um táxi naquele ponto que fica perto do Tepam para voltar para a Boa Vista. Assim que entrei, o motorista disparou:
“O senhor gosta de futebol?”, disse com o carro já em movimento.“Sim, sou apaixonado por futebol. Sou tricolor. E o senhor, torce para que time?”.
“Para os três, pois joguei nos três”.
Fiquei desconfiado: “Qual o seu nome?”.
“Meu pai era Pedro e minha mãe era Anita. Daí me chamarem de Pedronito. Mas era conhecido como Pedrinho”.
“Mas o senhor é muito magro para ser o lateral do Santa. O grande Pedrinho”.
“Não, não. Fui goleiro. Joguei no Santa, Sport e Náutico. Joguei no Palmeiras, Maguary, Fortaleza e Calouros do Ar. Joguei com Ademir da Guia, Garrincha e Vavá”.
Minha desconfiança foi aumentando. Esse bicho está mentindo, pensei.
“O senhor sabe, ele disse, que motorista de táxi e mulher mentem demais”.
“E é?”
“Vou provar que é verdade o que estou dizendo”, ele disse quando paramos na Manoel Borba. O velho Pedronito, o Pedrinho, desceu do carro e abriu a mala. Fiquei surpreso: uma porrada de recortes de jornais das décadas 50 e 60.
“Tá vendo aqui?”, ele disse apontando para uma foto do Palmeiras. “Esse aqui sou eu”.
E ele foi mostrando as fotos e reportagens de uma época de ouro do futebol brasileiro.
“Fui campeão pelo Santa Cruz”, disse com muito orgulho.
“E o senhor jogou contra Pelé?”.
“Se joguei?”, ele perguntou com lágrimas nos olhos. “Tive a honra de levar um gol de Pelé. A maior alegria de minha carreira”.
Puta que pariu, até eu fiquei emocionado.
“Joguei com Coutinho, também”.
Que história linda! E que orgulho enorme trespassava suas palavras e gestos.
Me despedi de Pedrinho pensando na minha infância no Arruda. Saudade desse tempo. Hoje, depois desse jogo horrível contra o Belo Jardim, só me resta relembrar.
O velho poder da História com seus heróis e detratores.
Zeca-Zeca é professor doutor em Filosofia da UFRPE. O amor pelo Santa Cruz vem de berço. Aos cinco anos o pai já o levava ao Arruda. Escritor e poeta, tem diversos livros publicados. É metaleiro e é baixista e vocalista na banda Agelon de Brutal Death Metal. Mora na Boa Vista e sente muito orgulho de estar sempre perto do Pátio da Santa Cruz.
RIP seu Pedrinho.
ResponderExcluirVai deixar saudades, meu pai do coração.
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