Começo este artigo fazendo uma pergunta: você se considera uma mulher empoderada?
Falar de empoderamento feminino é, antes de tudo, fazer uma reflexão acerca do que representa ser mulher hoje em dia. Quero deixar claro que não estou aqui para te dizer o que fazer ou como viver. Então, pode ser que ao terminar de ler este texto (se você chegar até o final), você tenha mais perguntas do que respostas. Se isso acontecer, se perguntas ficarem rondando seus pensamentos, considero minha missão de hoje cumprida.
Março, mês da mulher - Estamos no mês de março e, mais uma vez, somos convidadas a lembrar o que representa o Dia Internacional da Mulher. Mais uma vez, parte da sociedade lembra que nós, mulheres, temos um papel fundamental no mundo e no mercado de trabalho, e esse lugar não nos foi dado de presente.
A ONU Mulheres - Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres - criou uma lista com 7 princípios básicos do empoderamento feminino no âmbito social e profissional. Entre eles, está a prerrogativa de “tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação”.
Pensa um pouco: a empresa onde você trabalha prefere te dar mimos no dia 8 de março ou garantir que você tenha um salário igual ao de um colega do sexo masculino que exerce a mesma função? Historicamente, há disparidades salariais significativas entre homens e mulheres, mas isso é assunto para outro texto.
Agora, vamos nos ater ao assunto deste artigo: o empoderamento feminino. É ele que tem nos feito crescer nesta sociedade em que o machismo está tão enraizado que muitos sequer se dão conta. É ele que será instrumento para alcançarmos o direito de viver de acordo com nossos próprios desejos e livres do julgamento de terceiros.
O que é empoderamento feminino?
De acordo com o dicionário de significados, a palavra empoderar é o ato de conceder ou dar poder para si próprio ou para outra pessoa. Já a Infopédia, dicionário de Portugal, atribui ao termo o poder que uma pessoa tem para “tornar(-se) mais forte e confiante, controlando a própria vida e conquistando os seus direitos”.
Para a psicóloga Ely Barreto, o empoderamento da mulher é “você se sentir bem com o seu próprio corpo e sua mente. Não se enquadrar e nem se submeter àquilo que nos fere e que é ditado socialmente. É saber impor limites, fazer suas escolhas e assumir a responsabilidade por elas, mesmo que em algum momento não tenha sido a melhor decisão”.
A psicóloga Alyne Deyse explica que “a mulher empoderada assume uma atitude reflexiva e crítica diante da vida, atuando como uma agente ativa do seu protagonismo social, e fazendo suas próprias escolhas de forma independente. Nessa configuração, ela demonstra autoconhecimento, porque tem plena consciência do que lhe faz bem e de quais objetivos pretende alcançar; autoestima elevada e amor-próprio, porque ela se considera merecedora de conquistas importantes para si e para as demais mulheres ao seu redor”.
“Eu não sou obrigada” e nem você - Desde que nascemos, somos ensinadas a corresponder às expectativas que os outros pesam sobre nós. Esse tipo de cobrança gera inseguranças que, muitas vezes, nos fazem aceitar situações desconfortáveis pelo receio que temos de dizer “NÃO”. Quem nunca?
Há alguns anos, expressões como "meu corpo, minhas regras", “lute como uma garota”, “girl power” ganharam as redes sociais por meio de posts e hashtags. Essas e outras frases fazem parte de um movimento que luta por respeito e para promover a igualdade de gênero em todos os campos sociais, políticos e econômicos. Você já parou pra pensar no quanto a expressão “eu não sou obrigada” é libertadora?
No entanto, não é tão simples romper preconceitos e ocupar nosso lugar de fala. Na sociedade machista em que vivemos, frequentemente somos interrompidas por homens no meio de uma fala, que tentam nos explicar o que já sabemos, e tendem a nos culpar quando somos vítimas de algum crime.
Empoderar-se é um processo - Sim, empoderar-se é um processo de desconstrução pessoal com as relações patriarcais. Alyne diz que “na medida em que a mulher busca conhecer seus direitos, informar-se sobre questões do feminismo e do feminino, ela reflete sobre sua posição social. Em posse dessas informações, ela passa ter coragem de defender seus valores e protagonizar a responsabilidade por suas próprias escolhas, sejam elas quais forem”.
E é isso que a Ely tem feito: “cresci em um lar onde o machismo era muito presente, e não é uma tarefa fácil você romper certos valores, comportamentos. Venho me apropriando desse lugar aos poucos, reconhecendo o meu valor, não me submetendo mais a situações que eu não me sinta bem”, revela.
Quer dicas para entrar nesse processo de desconstrução? Confere aí a lista que a Alyne deixou com os principais comportamentos que dão condições à mulher de protagonizar a própria vida:
1. Aceitação integral de si e do próprio corpo
Evite se comparar com outras pessoas, pois cada um tem seu tempo, sua beleza e nada disso deve ser um padrão.
2. Vivência plena da sua sexualidade
Deixe de lado tabus e preconceitos que te impedem de viver seus desejos e o seu próprio prazer.
3. Sensibilidade x força
Mantenha sua força emocional para ficar de pé mesmo diante das adversidades. Vale lembrar que é normal ficar cansada e tudo bem tirar um tempo pra si.
4. Atitude empática diante do mundo feminino
Reconheça o valor de outras mulheres e faça parte da luta para protegê-las, quando necessário.
5. Ousadia e iniciativa
Tenha independência para fazer suas escolhas e coragem para lutar pelo que acredita ser importante para sua realização pessoal.
6. Resiliência e persistência
Continue lutando e acreditando em si mesma, apesar das adversidades.
E aí… quais dessas características você já possui? Como eu disse no início, não estou aqui para dizer o que você deve fazer ou como deve viver. Apenas lembre-se de que ninguém evolui para sua melhor versão sem sair do lugar-comum. Então, identifique suas dores e abrace suas lutas com garra e coragem no dia a dia, e torne-se inspiração para outras mulheres.
SEO: sim
Palavra-chave alvo: empoderamento feminino
Imagem: Canva
Infográfico e texto: Cris Viana
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