A Missão Humanitária Brasileira ao Haiti chega a duas semanas de trabalho diário.
Além do apoio na distribuição de alimentos à população atingida pelo terremoto, a equipe vem prestando atendimento a feridos e à população em geral, com o bombeiro médico Marcelo Carvalho à frente das consultas de atenção básica oferecidas.
- As queixas mais comuns têm relação com o ambiente, como água de má qualidade, desnutrição, doenças infecciosas gastrointestinais e males de pele, além de Hipertensão, Diabetes e Doenças Coronarianas em geral", informa Marcelo Carvalho.
Ainda de acordo com ele, a barreira do idioma é contornada pela presença de um tradutor e a relação acaba estreitada com algumas frases que consegue reproduzir na língua local, o criolo haitiano.
- Quando veem que estão sendo cuidados, conseguimos até mesmo perceber sorrisos, mesmo numa população tão sofrida", conta Marcelo Carvalho.
O trabalho brasileiro, que tem como base a cidade de Les Cayes, conta com a parceria de entidades religiosas que estão há anos no Haiti. A irmã Deuza Cardoso dos Santos, da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, é uma dessas colaboradoras. Ela, que é brasileira, conta como é a prestação de serviços médicos no lugar.
- Temos aqui um Posto de Saúde onde atendemos, em média, de 30 a 50 pacientes por dia. Procuramos ajudar naquilo que a gente pode, nas necessidades do povo e, principalmente, aquelas pessoas que não têm condições de adquirir medicamentos", afirma Marcelo Carvalho.
A Missão Brasileira auxilia no restabelecimento do pleno funcionamento do Hospital de Corail, destino de cerca de duas toneladas de insumos médicos trazidos do Brasil.
Além do apoio na área de Saúde, o esforço coordenado pelo diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Braun, vem ajudando na avaliação de estruturas com risco de desabamento, na demolição de estruturas condenadas e em escoramentos de construções que ameaçam cair.
- O auxílio, a ajuda humanitária do Brasil está fazendo a grande diferença neste momento pós-terremoto aqui no Sul do Haiti. O povo está sendo atendido um pouco mais com a ajuda brasileira e nós, brasileiras, também sentimos um grande amparo e o auxílio neste momento", declarou a irmã Maria Liani Postai.
Demolições e escoramentos - As equipes têm se distribuído por cidades da ilha. Em Torbeck, ainda em auxílio à obra missionária brasileira na região, foram escoradas e postas abaixo estruturas danificadas pelo terremoto.
O trabalho é complexo e exigiu o emprego de técnicas apuradas diretamente relacionadas à atividade de busca e resgate em estruturas colapsadas em nível avançado.
A preservação da Cultura local foi um dos objetivos. O lustre e os sinos da igreja local, construída pelos colonizadores franceses da ilha, foram resgatados e serão utilizados na reconstrução de uma nova paróquia.
Em Côteaux, foram derrubados prédios que estavam ameaçando outras edificações. Igrejas e escolas foram priorizadas.
A Missão Humanitária ao Haiti é liderada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e conta com a participação dos Ministérios das Relações Exteriores, da Defesa, da Saúde e da Justiça e Segurança Pública.
Com informações e foto da Assessoria de Comunicação Social do MDR.
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