O Observatório Obstétrico acaba de divulgar novos dados sobre o impacto da Covid-19 entre gestantes e puérperas. Uma estatística alarmante é a de que a vacinação vem ocorrendo em ritmo insuficiente, o que significa que futuras mães e as que tiveram bebês recentemente seguem expostas ao grave risco de contrair o vírus SARS-CoV-2 e de ir a óbito.
O Brasil tem 3.1 milhões de gestantes e puérperas (Estimativa baseada no número de nascidos vivos em 2019 + 10% - Taxa de Aborto) .
Conforme dados da Campanha Nacional de Vacinação contra Covid-19, divulgados em https://opendatasus.saude.gov.br/dataset/covid-19-vacinacao e atualizados em 15 de setembro 2021, são 1.318.196 doses aplicadas em gestantes e puérperas, com 421.245 gestantes e puérperas completamente imunizadas (com Segunda Dose-D2 ou Dose Única-DU, considerando os casos consistentes da base de dados da Campanha Nacional de Vacinação: filtrados casos únicos identificados como ‘gestante’ ou ‘puérpera’, ano de vacinação em 2021, do sexo feminino e entre 10 e 55 anos.).
Proporcionalmente, os três Estados, que mais aplicaram a Primeira Dose (D1) são:
- Pernambuco (46%).
- Espírito Santo (45%).
- Paraná (44%).
O Estado, que menos imunizou grávidas e puérperas até agora é:
- Roraima (3%).
Rossana Pulcineli - De acordo com a doutora Rossana Pulcineli Vieira Francisco, uma das criadoras do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 e presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, uma série de fatores contribuem para a baixa adesão e, na somatória, acabam colaborando com o desserviço à Saúde. Figuram entre eles:
- Irresponsável pregação contra a imunização.
- Fake News.
- Falta de ação efetiva do próprio sistema para romper barreiras/burocracias que dificultam o acesso (como solicitações de prescrição médica).
- Omissão e/ou até indicação contrária às vacinas e o medo de certas mulheres por falta de informação adequada.
Uma a cada cinco gestantes e puérperas mortas não teve acesso a UTI - Registre-se a letalidade da doença em casos graves (casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave-SRAG): era de 7,3% em 2020 e saltando para 14,9% em 2021. Desde o início da pandemia, uma a cada cinco gestantes e puérperas mortas por Covid-19 não teve acesso a Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 32,4% não foram intubadas.
Assim, entre março de 2020 até a última atualização, são 17.816 casos de SRAG confirmados por Covid-19 e, repetimos, 1.869 óbitos (11,9% dos casos finalizados). Isso sem contar outros 13.238 de registros com 342 mortes entre gestantes e puérperas com SRAG não especificada, que podem ser também episódios de Sars-Covid-19.
O OOBr Covid-19 visa a dar visibilidade aos dados desse público específico e oferecer ferramentas para análise e fundamentação de políticas para atenção à saúde de gestantes e puérperas durante a pandemia atual.
Para mais informações sobre a Vacinação Covid-19 para de gestantes e puérperas, clique no link observatorioobstetricobr.shinyapps.io/vacinacao-covid19 e acesse os menus 'Vacinação Covid-19", para informação das doses aplicadas diariamente e acumuladas, e "Vacinação Estado e Município", para recortes por Estados e Municípios brasileiros.
Para as análises consideradas nesses dois menus, foram filtrados casos únicos identificados como ‘gestante’ ou ‘puérpera’, ano de vacinação em 2021, do sexo feminino e entre 10 e 55 anos.
O OOBr visa ser uma referência de informações acessíveis e confiáveis sobre Saúde Materno-Infantil e ser um suporte importante para a tomada de decisões na área.
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