A Produção Industrial caiu em 12 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020, e levou a Indústria Nacional a encerrar o ano em -4,5%. No Ceará, a queda foi de -6,1%.
No Brasil, o resultado negativo foi puxado, principalmente, pelo baixo desempenho do Setor de Veículos Automotores de São Paulo, principal influência negativa. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM-REG), divulgada nesta terça (9) pelo IBGE.
- Mesmo vindo de oito meses seguidos de resultados positivos, logo após as paralisações que aconteceram devido às medidas mais restritivas de isolamento social, o setor de veículos paulista fecha o ano no campo negativo. Isso é atribuído à baixa produção de automóveis, autopeças e, também, caminhões”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
São Paulo, que representa aproximadamente 34% da produção industrial brasileira e fecha o ano com -5,7%, acumula outras baixas no ano.
- O Estado também teve queda na produção de máquinas e equipamentos, principalmente na produção de máquinas para trabalhar matéria-prima na fabricação de pasta de celulose, e também retração na produção de rolamentos para equipamentos industriais”, afirma.
O segundo local que mais influenciou a queda no acumulado do ano na produção industrial foi o Rio Grande Sul (-5,4%), também por causa da retração no setor de veículos automotores, com queda na produção de automóveis, autopeças e carrocerias para ônibus.
- Dentro da Indústria Gaúcha, temos também o setor de produtos de couro, artigos de viagens e calçados, que é bastante atuante dentro da indústria gaúcha e teve queda na produção de calçados femininos de couro e de material sintético”, diz o pesquisador.
Os demais resultados negativos do ano foram registrados nas indústrias de:
- Espírito Santo (-13,9%).
- Ceará (-6,1%).
- Amazonas (-5,5%).
- Bahia (-5,3%).
- Mato Grosso (-5,2%).
- Santa Catarina (-4,4%).
- Minas Gerais (-3,2%).
- Região Nordeste (-3,0%).
- Paraná (-2,6%).
- Pará (-0,1%).
Já Pernambuco (3,7%) apontou o principal avanço no índice acumulado de janeiro a dezembro de 2020, pressionado, sobretudo, pelas atividades de produtos alimentícios.
- Houve aumento na produção de açúcar cristal, açúcar VHP e também de açúcar refinado de cana. Já um setor secundário nesse crescimento é o de produção de bebidas, que teve aumento na produção de cervejas e chopes, refrigerantes e aguardente de cana-de-açúcar”, explica Bernardo.
Rio de Janeiro (0,2%) e Goiás (0,1%) completaram o conjunto de locais com crescimento na produção no índice acumulado no ano.
- A Indústria Fluminense acaba fechando o ano com um crescimento bem tímido, sendo impulsionado, principalmente, pelo setor extrativo, devido ao aumento na extração de óleos brutos de petróleo e gás natural. Em segundo plano, temos a indústria farmacêutica, com aumento na produção de medicamentos”, diz.
Já Goiás teve seu crescimento impulsionado pela indústria de alimentos.
Onze locais tiveram crescimento na produção em dezembro - Já na passagem de novembro para dezembro de 2020, 11 dos 15 locais pesquisados tiveram taxas positivas, acompanhando a expansão de 0,9% da Indústria Nacional.
As expansões mais acentuadas foram no:
- Espírito Santo (5,4%).
- Ceará (4,7%).
- Pará (3,6%).
- São Paulo (3,4%).
- Minas Gerais (3,1%).
- Mato Grosso (3,0%).
- Paraná (2,8%).
- Santa Catarina (2,4%).
- Rio Grande do Sul (1,2%).
- Rio de Janeiro (0,2%).
- Região Nordeste (0,2%)..
- Nessa passagem de novembro para dezembro, temos como principal influência do resultado a indústria de São Paulo, que atinge 3,4% de crescimento. Essa é a oitava taxa positiva consecutiva para o estado e esse crescimento é o mais intenso desde setembro de 2020, quando atingiu 5,3%. Esse resultado pode ser atribuído a uma influência positiva no setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos e também do setor de veículos”, explica o pesquisador, que destaca que a indústria paulista acumula ganho de 54,8% em oito meses e está 9% acima do patamar de fevereiro de 2020, quando as medidas de isolamento social ainda não tinham sido adotadas no País.
Com queda acentuadas em dezembro 2020:
- Bahia (-4,0%).
- Amazonas (-3,7%).
- Pernambuco (-2,9%).
- Goiás (-0,8%).
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