O acadêmico de Jornalismo ex-Estácio do Ceará e atualmente na Universidade Federal do Ceará (UFC), Anderson Alves faz uma crônica sobre o fim do Diário do Nordeste:
- A semana termina com uma notícia que me deixou paralisado no tempo: dia 28 sairá a última edição impressa do Diário do Nordeste. Como acadêmico de Jornalismo, um susto. Como cearense, um turbilhão de memórias.
Falar do DN (abreviação carinhosa do impresso) é falar de épocas felizes nesses quase 40 anos do jornal. Todo dia cedinho era certo acordar e ver o jornal na porta de casa, ou muitas vezes receber direto do amigo jornaleiro com sua bata verdinha do jornal e o sorriso no rosto de quem tinha a missão de levar à toda cidade as principais notícias da capital, do estado, do país e do mundo, pelas páginas do Diário.
Fui criado em Canindé, Interior do Estado, e a cada edição do veículo eu ia conhecendo o mundo ao meu redor. Sempre tive carinho pelos cadernos Regional, Zoeira, Gente e Turismo, além dos cadernos especiais e os de retrospectivas de cada ano. E as listas de aprovação do vestibular da UFC? Sempre imaginei que veria meu nome ali. Hoje vivo esse sonho de fazer Jornalismo na UFC.
Como esquecer das crônicas que saiam no caderno Gente, algumas até recortei para guardar e levar junto na vida. Sem falar da alegria de mandar carta para a redação do jornal, para a coluna do leitor. Gostava de mandar falando de Canindé ou de alguma matéria sobre a cidade. Recortei todas as minhas participações, claro.
Com ajuda do Diário do Nordeste, por meio das suas promoções, tive a coletânea do Cid Moreira com narração das passagens bíblicas, ganhei minhas primeiras fitas VHS de filmes e meus primeiros DVDs musicais e com clássicos do Cinema Brasileiro.
Devo ao Diário do Nordeste, jornal assinado por meu pai durante tantos anos, o motivador final para minha escolha em ser Jornalista com J Maiúsculo. Eu lia aquelas matéria especiais e ficava encantado com o texto. Sempre pensava: eu adoraria ter escrito isso. Eu quero essa emoção! Eu quero escrever para as pessoas!
Eu não sentirei mais a emoção de estampar a parede do meu quarto com textos e trabalhos meus na versão impressa do jornal e ter a alegria de mostrar meu trabalho para todo mundo. Sigo na certeza de que nossos caminhos ainda se cruzarão pelo terreno digital, mas não poderia deixar de registar minha tristeza em ver a versão impressa se despedindo do nosso cotidiano de informação e formação.
Obrigado ao Jornal Diário do Nordeste por te me contado as melhores histórias nos meus primeiros 20 anos e por ter sido a minha janela para o mundo a cada nova edição diária em minha casa. Espero que nossos caminhos se encontrem nas linhas virtuais desse futuro conectado e convergente.
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Texto: Anderson Alves
Foto: Google Imagens".
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