Informa Cláudio Teran, a morte do estilista italiano naturalizado francês Pierre Cardin, aos 98 anos, neste terça-feira (29):
- Foi uma longa vida. De 98 anos. E se encerrou nesta terça-feira (29). Italiano naturalizado francês, seu nome virou um marco da Elegância.
A família não informou a causa da morte, mas ele estava hospitalizado e há algum tempo afastado das atividades na chamada alta costura.
A CARREIRA - Pietro Cardin nasceu na região de Vêneto, em uma cidade de pouco mais de 11 mil habitantes. Os pais agricultores empobreceram na Primeira Guerra. A família mudou para a França em 1924 disposta a encarar qualquer atividade para recomeçar. E foi o corte e a costura que os estabeleceu.
Em 1936 o jovem Pietro com 14 anos, aprendeu a usar a tesoura em tecidos com um alfaiate. Quase dez anos depois, em 1945, foi para Paris. Estudou arquitetura, passou por diversos ateliês, até se tornar chefe do ateliê dos alfaiates de Christian Dior, em 1947. Um salto!
Já com o nome italiano transformado em francês virou Pierre, e abriu sua própria casa em 1950 com o nome que marcaria a história, Pierre Cardin.
Ficou famoso por seu estilo de vanguarda e pelos trabalhos inspirados na "era espacial", com formatos e motivos geométricos, chamativos. As ideias espaciais surgiram em 1970 quando ele visitou a Nasa, vestiu o traje que Neil Armstrong usou na viagem à lua, e propôs uma nova versão da roupa dos astronautas para a agência.
Passou muito tempo ignorando a forma feminina, mas investiu nas roupas unissex, algumas vezes experimentais. Algumas bem estranhas. Outras se tornaram referência em todos os continentes.
Em 1954, introduziu o "vestido bolha". Ao lado de Paco Rabanne e André Courrèges, Com eles Cardin formou a tríplice aliança do futurismo na moda.
E foi o primeiro a considerar o Japão como um mercado de alta moda, a partir de 1959.
Nos anos sessenta, sua marca apareceu naqueles primeiros ternos utilizados pelos Beatles, e vestiu os rapazes ao longo de outras fases. Seu carisma, fama e ideias contribuíram para dar a sua marca um poder maior.
São 800 licenças em 140 países, e faturamento de bilhões de euros. Ele também diversificou os negócios em outros ramos como restaurantes de luxo. O Maxim's foi espalhado como rede nas principais capitais do mundo entre elas o Rio de Janeiro.
LEGADO - Aposta na mistura de tendências e na popularização da alta costura, que se espalharam no mundo. Foi um dos primeiros estilistas a licenciar o logo de sua grife para outros produtos, como perfumes, cosméticos, canetas, isqueiros e cigarros. Também foi pioneiro ao desenhar uma coleção "prêt-a-porter", uma linha de roupas "pronta para vestir" para público não atendido pelas grifes.
Desenhou interiores para carros, abriu lojas de móveis e decoração. E redes de hotéis. E foi mentor de dezenas de estilistas como o conhecido Jean-Paul Gaultier, que aponta seu ídolo Pierre Cardin como a mais provocativa de todas as personalidades que conheceu...
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