O repórter Charles Gaspar (foto) foi censurado pelo assessor de imprensa do Fortaleza, Fábio Marques.
O caso foi debatido no grupo de zap da Associação Profissional dos Cronistas Desportivos do Estado do Ceará (Apcdec).
Relembrei um caso há três anos, que tive problemas com Fábio Marques, e pedi como associado à Apcdec a instalação da Comissão de Ética para apurar os casos.
O presidente da Apcdec, Alano Maia, tomou a seguinte posição, que considero ponderada:
- [20:58, 29/12/2020] Alano Maia: Boa Noite amigos. A função de assessor de imprensa é muito complicada, principalmente em grandes clubes, quando as determinações partem do comando, seja da diretoria ou da comissão técnica. Aqui não quero tirar ou dar razão a quem quer que seja. Existe um movimento a nível nacional, ao qual sou contra, que "censura" órgãos de comunicação e profissionais de Imprensa. Isso não é só no futebol.
Muitas vezes, a assessoria de imprensa fica de mãos atadas quando a diretoria orienta que não sejam repassadas as perguntas que possam "melindrar" ou ferir suscetibilidades. Nossos clubes estão passando por um momento muito especial na série A, com possibilidades de classificação para competições Internacionais. O Fortaleza está com um treinador que ainda não teve uma boa sequência de resultados e existe uma enorme preocupação a respeito disso. Acredito que não depende apenas da vontade do assessor de imprensa. O Fábio Marques é um profissional muito educado e atencioso, mas é funcionário do clube. Cumpre regras, muitas vezes desagradáveis ao nosso segmento. Os fatos aqui relatados pelos amigos Charles Gaspar e Lauriberto Braga, aconteceram realmente. Mas talvez não tenham sido propositais ou maldosos.
Eu mesmo já fui e sou criticado por não romper o bom relacionamento com a FCF e os clubes. Aceito as críticas, mas pondero nas atitudes. Podemos discordar sem desrespeitar. Podemos criticar sem ofender. Precisamos dialogar sempre. Peço a compreensão de todos nas minhas palavras. Não estou tirando a razão de ninguém reclamar. Não estou dando razão a quem não sabe tratar as pautas do futebol. Estou pedindo que meçamos as palavras antes de proferí-las para não ofender a um colega de trabalho. E mesmo quando nossos pensamentos não convergirem, que saibamos conduzir o bom debate, com ÉTICA e SABEDORIA. Grande abraço a todos e feliz 2021. Obrigado pela compreensão.
[20:59, 29/12/2020] Alano Maia: Desculpem algum equívoco cometido na nossa explanação".
Eduardo Matos - Companheiros de imprensa, gostaria de desejar um feliz ano novo para todos e torcer que Papai do céu possa nos proteger e dar saúde para trabalharmos nessa nossa vida dura. Precisamos ser boas pessoas para formarmos boa sociedade, somos formadores de opinião e temos o dever de passar coisas boas em prol da nossa comunidade, não adianta estarmos nos indignado com o STF por determinar o Ministério da Saúde a reservar vacinas para seus servidores e estarmos reivindicando a mesma coisa para os radialistas por pertencemos a essa classe. Não adianta pregarmos o bom comportamento e ficar com mi-mi-mi porque não teve uma indagação priorizada por um assessor de imprensa qualquer, eu mesmo fui excluído, sem motivo, do grupo do Fortaleza, pelo Fabio Marques, e nem por isso, me posicionei tentando prejudica-lo. Precisamos nos preparar para essa grande tarefa de levarmos informações com qualidade e sem ranço para os ouvintes, tendo a sabedoria de deixarmos de lado nossas preferências. Vamos nos unir e nos ajudar pois estamos prevendo mais um ano de muitas dificuldades. Deus nos abençoe.
Bené Lima - Bom dia! Não tenho nenhum reparo a fazer às falas do Eduardo Matos, Renilson Souza, Jurani Parente e a do nosso Presidente Alano Maia. Até lamento que Jurani e Renílson tenham deletado seus textos. Jurani e Alano foram mais expositivos e usaram com muita propriedade a dualidade, estimulando uma coerente análise de nossa parte. A meu juízo, a questão do cerceamento da liberdade é real, mas temos mesmo que relativizar nossas pretensas liberdades. Ademais, os atores desta problemática não são exatamente os assessores de imprensa e/ou comunicação versus repórteres. Na verdade, são os dirigentes com a crônica esportiva, sobretudo com os radialistas, por estarem, pela ótica de muitos dirigentes, em patamar inferior. Já vou completar 18 anos como cronista esportivo e a pelo menos 7 anos apresento programa esportivo diário, todos os dias do ano. Sem achar que isso seja o ideal, sou o faz tudo do meu programa. Embora meu trabalho não tenha assim tanta relevância para o nosso futebol, realizo minhas atividades como se tivesse. Nestes tempos de Série A de Ceará e Fortaleza, jamais me disponibilizaram uma entrevista breve com os presidentes destes clubes. Porém, isso não abate meu ânimo. Agora o ponto primordial. Referindo-me tão somente ao período da pandemia, já tive algumas vezes minhas participações omitidas, tanto por Ceará quanto pelo Fortaleza. Claro que ficamos um pouco chateados por sermos pontualmente preteridos. No entanto, dentre as poucas vezes em que isso aconteceu, nem todas recorri às assessorias para saber o porquê. E nas raras vezes em que as procurei, o fiz com lhaneza, cordialidade, e sempre fui bem tratado. Não devemos aceitar passivamente mau tratamento, desrespeito, nem o apequenamento da nossa atividade. Contudo, temos o dever, como cidadãos e profissionais, pessoas educadas e éticas, de buscarmos o equilíbrio em nossas relações e inter-relações. Está em curso um processo de esgotamento da crônica esportiva tradicional (como a conhecemos), com o advento da ascensão da cobertura dita oficial feita pelos clubes, via streaming e outras ferramentas. Que tenhamos equilíbrio emocional, sabedoria, a fim de enfrentarmos esses novos tempos".
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