O medo de ir ao dentista é algo sempre presente não só no universo das crianças mas também no de muitos adultos.
“Ele [Augusto Darwin] teve a ideia dos equipamentos e, na UFC, foram feitos os testes clínicos. Em 2013, ele era aluno de doutorado da UFC, e a esposa dele, Alexssandra, de mestrado. Minha esposa, Juliana, também é professora da UFC. Então, decidimos depositar o pedido de patente com a UFC como titular”, explica o professor.
“Sem essa integração, com o Governo do Estado fazendo a subvenção, a empresa apresentando o projeto e a Universidade validando-o, dificilmente teríamos um produto como o que desenvolvemos”, destaca Jeová Siebra. “Temos que valorizar cada vez mais a importância de ter essa tríade. A iniciativa privada para buscar a resposta para o mercado; a universidade com seu know-how; e o governo com o suporte de risco tecnológico alto, porque, quando falamos em inovação, não temos certeza de que o invento vai dar certo”, reforça.
POTENCIAL DE MERCADO - O professor afirma acreditar no potencial mercadológico do produto, para o qual vê possibilidades de penetração não só no mercado local como no nacional e internacional. “Existe um caminho grande entre desenvolver algo inovador e colocar no mercado. Normalmente, no Brasil, a gente fica muito a reboque dos produtos que vêm do exterior; não temos uma cultura inovadora estabelecida. Em relação a esse equipamento, portanto, estamos agora na fase de buscar parcerias para levá-lo para o mercado”.
Jeová vê, com a concessão da patente, um ciclo se fechar, que partiu da demanda, que são os pacientes com dor, e seguiu com a montagem de um “quebra-cabeças de soluções tecnológicas”, como afirma, até que fosse concedida a patenteabilidade da invenção. Todo o processo despertou nele um desejo de continuar inovando, tanto que agora já participa de um grupo de trabalho para uma nova invenção. “O novo projeto é criar um mecanismo que evite a contaminação de dentistas com o Novo Coronavírus ou outros vírus na hora de fazer os procedimentos. Já estamos avançados nos protótipos”, empolga-se.
Pensar na dor da agulha penetrando a gengiva já é o suficiente para que muitas pessoas desistam de seu tratamento dentário. Mas e se a anestesia aplicada nos procedimentos odontológicos não causasse dor?
Uma nova invenção, que acaba de se tornar a primeira carta patente de titularidade exclusiva da Universidade Federal do Ceará (UFC), pode trazer muita gente de volta à cadeira do dentista.
No vídeo os professores Jeová Siebra e Juliana Gondim explicam como funciona o equipamento:
O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) concedeu a carta patente que outorga à UFC a propriedade, em todo o território nacional, da invenção de um novo equipamento robótico de aplicação de anestesia bucal. A patente, que tem validade de 10 anos, é a terceira alcançada pela Universidade e a primeira que traz a Instituição como única titular.
O invento é de autoria do professor do Curso de Odontologia José Jeová Siebra Moreira Neto, em parceria com a também professora do curso Juliana Oliveira Gondim e com os pesquisadores Augusto Darwin Moreira de Araújo Lima e Alexssandra Camarço Prado Lima, que, na época do depósito do pedido da patente, cursavam, respectivamente, doutorado e mestrado no Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UFC.
O equipamento surge com a proposta de substituir as temidas seringas nos procedimentos odontológicos, trazendo uma aparência bem mais amigável, uma vez que o paciente nem sequer visualiza a agulha, que fica embutida no aparelho. “Existem equipamentos similares, mas o nosso deu alguns passos à frente. É uma anestesia que realmente não causa dor. Os outros só contemplam a velocidade do fluxo de injeção do anestésico. O nosso, além disso, controla, através do computador, a velocidade de penetração da agulha e cria uma vibração que faz com que o paciente não sinta dor”, explica o professor Jeová Siebra.PARCERIAS PARA O INVENTO - O pedido da patente foi feito ainda em 2013, mas o início das pesquisas se deu em 2010, quando a equipe de pesquisadores ganhou edital de subvenção da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). Após este, vieram outros dois editais, todos os três propostos pela Clínica Odontológica Moreira e Araújo, de propriedade do dentista Augusto Darwin, que é irmão do professor Jeová Siebra.
O invento é de autoria do professor do Curso de Odontologia José Jeová Siebra Moreira Neto, em parceria com a também professora do curso Juliana Oliveira Gondim e com os pesquisadores Augusto Darwin Moreira de Araújo Lima e Alexssandra Camarço Prado Lima, que, na época do depósito do pedido da patente, cursavam, respectivamente, doutorado e mestrado no Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UFC.
O equipamento surge com a proposta de substituir as temidas seringas nos procedimentos odontológicos, trazendo uma aparência bem mais amigável, uma vez que o paciente nem sequer visualiza a agulha, que fica embutida no aparelho. “Existem equipamentos similares, mas o nosso deu alguns passos à frente. É uma anestesia que realmente não causa dor. Os outros só contemplam a velocidade do fluxo de injeção do anestésico. O nosso, além disso, controla, através do computador, a velocidade de penetração da agulha e cria uma vibração que faz com que o paciente não sinta dor”, explica o professor Jeová Siebra.PARCERIAS PARA O INVENTO - O pedido da patente foi feito ainda em 2013, mas o início das pesquisas se deu em 2010, quando a equipe de pesquisadores ganhou edital de subvenção da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). Após este, vieram outros dois editais, todos os três propostos pela Clínica Odontológica Moreira e Araújo, de propriedade do dentista Augusto Darwin, que é irmão do professor Jeová Siebra.
“Ele [Augusto Darwin] teve a ideia dos equipamentos e, na UFC, foram feitos os testes clínicos. Em 2013, ele era aluno de doutorado da UFC, e a esposa dele, Alexssandra, de mestrado. Minha esposa, Juliana, também é professora da UFC. Então, decidimos depositar o pedido de patente com a UFC como titular”, explica o professor.
“Sem essa integração, com o Governo do Estado fazendo a subvenção, a empresa apresentando o projeto e a Universidade validando-o, dificilmente teríamos um produto como o que desenvolvemos”, destaca Jeová Siebra. “Temos que valorizar cada vez mais a importância de ter essa tríade. A iniciativa privada para buscar a resposta para o mercado; a universidade com seu know-how; e o governo com o suporte de risco tecnológico alto, porque, quando falamos em inovação, não temos certeza de que o invento vai dar certo”, reforça.
POTENCIAL DE MERCADO - O professor afirma acreditar no potencial mercadológico do produto, para o qual vê possibilidades de penetração não só no mercado local como no nacional e internacional. “Existe um caminho grande entre desenvolver algo inovador e colocar no mercado. Normalmente, no Brasil, a gente fica muito a reboque dos produtos que vêm do exterior; não temos uma cultura inovadora estabelecida. Em relação a esse equipamento, portanto, estamos agora na fase de buscar parcerias para levá-lo para o mercado”.
Jeová vê, com a concessão da patente, um ciclo se fechar, que partiu da demanda, que são os pacientes com dor, e seguiu com a montagem de um “quebra-cabeças de soluções tecnológicas”, como afirma, até que fosse concedida a patenteabilidade da invenção. Todo o processo despertou nele um desejo de continuar inovando, tanto que agora já participa de um grupo de trabalho para uma nova invenção. “O novo projeto é criar um mecanismo que evite a contaminação de dentistas com o Novo Coronavírus ou outros vírus na hora de fazer os procedimentos. Já estamos avançados nos protótipos”, empolga-se.
INOVAÇÃO NA UFC - A patente é um dos tipos existentes de propriedade intelectual, a qual inclui também registros de software e desenho industrial. A UFC possui hoje 266 ativos vigentes, registrados no INPI, dos quais 249 são patentes tendo a Universidade como titular. Mas, entre depositar o pedido de patente e, de fato, tê-la concedida, há um largo processo.
Em geral, explica a diretora da Divisão de Suporte à Propriedade Intelectual da UFC Inova, Lívia Maria Queiroz Lima, o INPI demora de nove, dez anos para conceder uma patente, que só é expedida caso o pedido atenda a todos os requisitos que a legislação exige. No caso da nova invenção da UFC, foram sete anos.
A concessão da patente do aplicador de anestésico odontológico é, considera, de grande importância para a Universidade. “Ela, além de comprovar que temos inovações na UFC, permite-nos afirmar que temos condições de escrever boas patentes”, salienta. “Ela também traz segurança jurídica para quem quiser explorar comercialmente. É uma garantia de que a produção e a comercialização só poderão ser feitas com a autorização da UFC”, acrescenta.
A primeira carta patente da UFC foi concedida pelo INPI no ano passado e consiste em um sistema inovador de armazenamento e transporte de gás natural na forma adsorvida. A patente tem sua titularidade dividida com a Petrobras.
Já a segunda carta patente veio neste ano e trata-se de uma possibilidade mais efetiva na prevenção e combate à tuberculose, feita com titularidade compartilhada com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Em geral, explica a diretora da Divisão de Suporte à Propriedade Intelectual da UFC Inova, Lívia Maria Queiroz Lima, o INPI demora de nove, dez anos para conceder uma patente, que só é expedida caso o pedido atenda a todos os requisitos que a legislação exige. No caso da nova invenção da UFC, foram sete anos.
A concessão da patente do aplicador de anestésico odontológico é, considera, de grande importância para a Universidade. “Ela, além de comprovar que temos inovações na UFC, permite-nos afirmar que temos condições de escrever boas patentes”, salienta. “Ela também traz segurança jurídica para quem quiser explorar comercialmente. É uma garantia de que a produção e a comercialização só poderão ser feitas com a autorização da UFC”, acrescenta.
A primeira carta patente da UFC foi concedida pelo INPI no ano passado e consiste em um sistema inovador de armazenamento e transporte de gás natural na forma adsorvida. A patente tem sua titularidade dividida com a Petrobras.
Já a segunda carta patente veio neste ano e trata-se de uma possibilidade mais efetiva na prevenção e combate à tuberculose, feita com titularidade compartilhada com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
TRAJETÓRIA DE EXCELÊNCIA - O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Jorge Lira, considera que a inovação na UFC resulta de uma trajetória de excelência em pesquisa que vem se consolidando na Instituição desde os anos 1990, quando começaram a funcionar os primeiros cursos de doutorado. Outro destaque, segundo ele, é que a Universidade tem uma comunidade científica com forte potencial de internacionalização e de impacto social.
“Foi esse lastro todo que permitiu a inovação. Essa patente é o coroamento e o fruto de um longo esforço, que está sendo coordenado brilhantemente pela Coordenadoria de Inovação Tecnológica, cuja atuação tem, inclusive, norteado a formulação de diretrizes de instituições parceiras”, salienta Lira.
Fonte: Professor José Jeová Siebra Moreira Neto, do Curso de Odontologia da UFC – e-mail: jeova@ufc.br.
“Foi esse lastro todo que permitiu a inovação. Essa patente é o coroamento e o fruto de um longo esforço, que está sendo coordenado brilhantemente pela Coordenadoria de Inovação Tecnológica, cuja atuação tem, inclusive, norteado a formulação de diretrizes de instituições parceiras”, salienta Lira.
Fonte: Professor José Jeová Siebra Moreira Neto, do Curso de Odontologia da UFC – e-mail: jeova@ufc.br.
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