O 26 de maio, data consagrada à celebração da criação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce), tem, neste ano de 2020, ainda mais relevância histórica. Primeiro, pela reverência à memória dos que iniciaram a luta sindical da categoria no Estado e, segundo, pelo atual momento vivido pelos jornalistas, não só no Ceará, mas em todo o Brasil.
A crise sanitária mundial, somada ao retrocesso político, econômico e social do país, traz consequências visíveis ao exercício profissional da categoria em território nacional. Ao mesmo tempo em que arriscam suas próprias vidas para levar informações sobre a pandemia do novo coronovírus à sociedade, os jornalistas trabalham em condições mais precarizadas e sob ameaças constantes dos inimigos da liberdade de imprensa e da democracia.
O Sindjorce tem sido, historicamente, incansável na luta por melhores condições de trabalho, seja pela via político-institucional, seja pela atuação jurídica. Mas nesse ano de 2020, essa batalha vai além de nossas próprias forças porque envolve a vida dos operários e operárias da notícia. Cada medida de proteção adotada pelas empresas jornalísticas para evitar a contaminação de seus empregados veio depois de muitas pressões da atual gestão sindical.
Além de preservar a vida dos jornalistas, atuamos diuturnamente para evitar demissões, para garantir a jornada especial e regulamentar o teletrabalho, para melhorar os acordos possíveis pela excrescência da Medida Provisória 936. Se uma negociação coletiva já é difícil, imagine acordos por empresa, num ambiente em que predominam a falta de transparência dos empregadores e a própria crise econômica.
Nossa atuação foi impulsionada por uma vitória importante do conjunto dos sindicatos da categoria, liderados pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ): o recuo do governo em relação a MP 905/2019. A volta da obrigatoriedade de emissão do registro profissional para o exercício legal da profissão não é só uma reconquista do orgulho corporativo. É também a garantia da lei e o reforço do compromisso social e responsável da categoria com os cidadãos.
Paradoxalmente, é esse mesmo ambiente adverso ao Jornalismo que reforça a necessidade urgente e vital do trabalho dos operários da notícia para as sociedades democráticas. Na epidemia de desinformação em massa, é a informação de interesse público, apurada de maneira ética e aprofundada, que representa a diferença entre a vida e a morte. E não há produção de notícias sem jornalistas.
Neste cenário marcado por ataques ao jornalismo e jornalistas, cresce em importância a luta e o fortalecimento das entidades representativas. Ao longo dessas mais de seis décadas, lutamos pelas liberdades de expressão e de imprensa, nos dedicamos a restaurar direitos e ajudamos a construir uma sociedade livre e justa. Acreditamos que o jornalismo pode ser uma peça-chave na construção de um novo momento na democracia. Por isso, é tempo de reafirmá-lo.
Pauperizada e precarizada, a categoria dos jornalistas precisa fortalecer-se – e não há outro caminho que a organização coletiva. Para isso, é preciso reconhecer-se como parte da classe trabalhadora para fortalecer suas entidades representativas para o enfrentamento das batalhas específicas e também incluir-se nas lutas prioritárias da classe trabalhadora brasileira. Por isso, nesses 67 anos do Sindjorce, conclamamos: jornalistas cearenses, uni-vos!
Fortaleza, 26 de maio de 2020
Diretoria do Sindjorce
A crise sanitária mundial, somada ao retrocesso político, econômico e social do país, traz consequências visíveis ao exercício profissional da categoria em território nacional. Ao mesmo tempo em que arriscam suas próprias vidas para levar informações sobre a pandemia do novo coronovírus à sociedade, os jornalistas trabalham em condições mais precarizadas e sob ameaças constantes dos inimigos da liberdade de imprensa e da democracia.
O Sindjorce tem sido, historicamente, incansável na luta por melhores condições de trabalho, seja pela via político-institucional, seja pela atuação jurídica. Mas nesse ano de 2020, essa batalha vai além de nossas próprias forças porque envolve a vida dos operários e operárias da notícia. Cada medida de proteção adotada pelas empresas jornalísticas para evitar a contaminação de seus empregados veio depois de muitas pressões da atual gestão sindical.
Além de preservar a vida dos jornalistas, atuamos diuturnamente para evitar demissões, para garantir a jornada especial e regulamentar o teletrabalho, para melhorar os acordos possíveis pela excrescência da Medida Provisória 936. Se uma negociação coletiva já é difícil, imagine acordos por empresa, num ambiente em que predominam a falta de transparência dos empregadores e a própria crise econômica.
Nossa atuação foi impulsionada por uma vitória importante do conjunto dos sindicatos da categoria, liderados pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ): o recuo do governo em relação a MP 905/2019. A volta da obrigatoriedade de emissão do registro profissional para o exercício legal da profissão não é só uma reconquista do orgulho corporativo. É também a garantia da lei e o reforço do compromisso social e responsável da categoria com os cidadãos.
Paradoxalmente, é esse mesmo ambiente adverso ao Jornalismo que reforça a necessidade urgente e vital do trabalho dos operários da notícia para as sociedades democráticas. Na epidemia de desinformação em massa, é a informação de interesse público, apurada de maneira ética e aprofundada, que representa a diferença entre a vida e a morte. E não há produção de notícias sem jornalistas.
Neste cenário marcado por ataques ao jornalismo e jornalistas, cresce em importância a luta e o fortalecimento das entidades representativas. Ao longo dessas mais de seis décadas, lutamos pelas liberdades de expressão e de imprensa, nos dedicamos a restaurar direitos e ajudamos a construir uma sociedade livre e justa. Acreditamos que o jornalismo pode ser uma peça-chave na construção de um novo momento na democracia. Por isso, é tempo de reafirmá-lo.
Pauperizada e precarizada, a categoria dos jornalistas precisa fortalecer-se – e não há outro caminho que a organização coletiva. Para isso, é preciso reconhecer-se como parte da classe trabalhadora para fortalecer suas entidades representativas para o enfrentamento das batalhas específicas e também incluir-se nas lutas prioritárias da classe trabalhadora brasileira. Por isso, nesses 67 anos do Sindjorce, conclamamos: jornalistas cearenses, uni-vos!
Fortaleza, 26 de maio de 2020
Diretoria do Sindjorce
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