Grupo Cearense de Contingência agiliza tomada de decisão no enfrentamento aos efeitos da seca prolongada
Foi no início de 2015, no contexto de agravamento dos efeitos da estiagem, bem como da ampliação deles para as áreas mais povoadas do interior do Ceará, que surgiu o Grupo de Contingência.
A rigor, a equipe de técnicos que se reunia em torno de assuntos pontuais relativos ao abastecimento passou a se encontrar sistematicamente às sextas-feiras, anabolizado por novos atores.
O ambiente para a realização das reuniões revela a importância dada ao tema, o Palácio da Abolição. Ali, nos últimos cinco anos, os encontros semanais reforçam as tomadas de decisões, faça chuva ou faça sol.
Com a urgência das demandas, a reunião semanal tornou-se insuficiente. Iniciou-se, então processo de reunião permanente, via aplicativo de mensagens: 24 horas de atenção e vigilância. Nascia, assim, o Grupo de Contingência. “A reunião permanente via aplicativo de celular garante maior tempestividade às decisões. E, para, além disso, motiva ainda mais a equipe”, avalia o secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira.
Participam do Grupo de Contingência – tanto de forma virtual, quanto presencial – os vários secretários de Estado das pastas que mantêm interface com soluções hídricas, chefes de órgãos e autarquias, e a Casa Civil. O próprio governador Camilo Santana se reúne com parte da equipe sistematicamente. “A integração de toda essa massa crítica vem garantido agilidade nas respostas e a obtenção de soluções consideradas até inusuais, mas que, diante da emergência, acabam por se mostrarem fundamentais”, destaca o presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), João Lúcio Farias.
Uma das primeiras medidas adotadas no âmbito do Grupo de Contingência foi a intensificação do programa de Adutoras de Montagem Rápida (AMRs). Esse tipo de adutora, mostrou-se o meio mais eficiente para restabelecer o serviço de abastecimento de água de sedes municipais, ao mesmo tempo em que era a forma mais eficiente de aproveitar o restante de água de alguns reservatórios mais resilientes à seca. No atual governo, mais de 400 quilômetros de AMRs já foram entregues à população de diversos municípios.
A agilidade desse equipamento permite a montagem em tempo recorde. Adutoras que, na forma convencional, levariam até um ano para serem construídas, ficaram prontas e entraram em operação em três ou quatro meses. Para além disso, a tubulação de uma AMR é facilmente realocada para o atendimento de outra situação emergencial. São comuns os casos em que uma adutora deixa de ser funcional, seja porque o sistema convencional voltou a operar após a quadra chuvosa, seja por colapso mesmo do manancial de captação.
Dessa forma, ao contrário das adutoras convencionais, mais caras e menos ágeis no processo construtivo, as Adutoras de Montagem Rápida (AMRs) proporcionaram respostas tempestivas em importantes municípios cujos sistemas de abastecimento entraram em colapso. Destacam-se Quixeramobim, no Sertão Central e Crateús, no Sertão de Crateús. São mais de 200 quilômetros de extensão nos dois equipamentos que abastecem mais de 150 mil pessoas.
Poços - “Qualquer bom estagiário do terceiro ano de Geologia sabe que o solo dos nossos sertões é pobre em água subterrânea. Além de pouca em quantidade, costuma ter a qualidade comprometida em função das altas concentrações de sais”, destaca o superintendente da Sohidra, Yuri Castro. Esse era mais um paradigma a ser quebrado. Foi com a certeza de que água ruim é aquela que não existe, que o Grupo de Contingência, respaldado pelo governador Camilo Santana, partiu para o desenvolvimento do maior programa de construção de poços já visto no Ceará. São quase 7,5 mil poços.
O Governo do Ceará já é responsável por mais de 50% do total de poços construídos nos 30 anos de existência da Superintendência de Obras Hidráulicas do Ceará (Sohidra), um dos órgãos vinculados à Secretaria dos Recursos Hídricos, e responsável pelas obras hidráulicas no Estado. Dessa forma, cidades inteiras são hoje abastecidas com água subterrânea. Se o poço apresenta baixa vazão, instala-se chafariz. Não há água perdida.
Um só município – Boa Viagem, no Sertão Central do Estado – já recebeu mais de 300 poços na busca incessante pelo mínimo de vazão que garanta o abastecimento de seu povo. Em outro, Pedra Branca, na mesma área geográfica do Ceará, uma das mais castigadas pela estiagem, em virtude das baixas vazões encontradas nos poços construídos, uma rede adensada de chafarizes foi montada na malha urbana. Dessa forma, se não tem água na torneira, o cidadão a encontra a alguns passos da porta de casa. Toda água se aproveita.
Fortaleza - A esse esforço na busca pelo aumento da segurança hídrica no interior do Estado, têm correspondido investimentos ainda mais significativos para manter Fortaleza e Região Metropolitana dentro da normalidade em termos de abastecimento nesses longos anos de estiagem. Obras, medidas de redução de perdas, busca por novas fontes hídricas e campanhas de convencimento são ancoradas pela adoção da Tarifa de Contingência, por meio da qual o usuário de água tratada é sujeito a multa se não reduzir seu consumo médio.
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), tem se desdobrado para reduzir as perdas por vazamentos na distribuição da água. Uma campanha foi implementada para regularizar as ligações clandestinas. A água da lavagem dos filtros de uma de suas estações de tratamento passou a ser reaproveitada. A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), passou a exercer com ainda mais rigor, o controle da oferta e da demanda, literalmente forçando a Cagece a fazer mais com menos.
O esforço conjunto do Sistema Hídrico voltou-se também para a obtenção de novas fontes de água. Estudos realizados pela Cogerh apontavam para existência grande manancial de água subterrânea no complexo dunar a Oeste de Fortaleza – entre Caucaia e Paracuru. Testes comprovaram o potencial. Uma bateria de poços foi construída na área do Pecém para obtenção de cerca de 200 litros de água por segundo.
Outra bateria de poços foi construída na região da Taíba/Siupé, também no litoral Oeste para obtenção de mais 200 litros/s aduzidos. Essa água, além de ser distribuída para as indústrias da região, abastece comunidades de Caucaia e São Gonçalo do Amarante. O complexo Cauípe (açude e lagoa) também devem ofertar incremento de “água nova” naquela região. Todo esse esforço, alivia a pressão sobre os reservatórios que atualmente abastecem a Região Metropolitana, liberando mais água para o abastecimento humano.
Participam do Grupo de Contingência – tanto de forma virtual, quanto presencial – os vários secretários de Estado das pastas que mantêm interface com soluções hídricas, chefes de órgãos e autarquias, e a Casa Civil. O próprio governador Camilo Santana se reúne com parte da equipe sistematicamente. “A integração de toda essa massa crítica vem garantido agilidade nas respostas e a obtenção de soluções consideradas até inusuais, mas que, diante da emergência, acabam por se mostrarem fundamentais”, destaca o presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), João Lúcio Farias.
Uma das primeiras medidas adotadas no âmbito do Grupo de Contingência foi a intensificação do programa de Adutoras de Montagem Rápida (AMRs). Esse tipo de adutora, mostrou-se o meio mais eficiente para restabelecer o serviço de abastecimento de água de sedes municipais, ao mesmo tempo em que era a forma mais eficiente de aproveitar o restante de água de alguns reservatórios mais resilientes à seca. No atual governo, mais de 400 quilômetros de AMRs já foram entregues à população de diversos municípios.
A agilidade desse equipamento permite a montagem em tempo recorde. Adutoras que, na forma convencional, levariam até um ano para serem construídas, ficaram prontas e entraram em operação em três ou quatro meses. Para além disso, a tubulação de uma AMR é facilmente realocada para o atendimento de outra situação emergencial. São comuns os casos em que uma adutora deixa de ser funcional, seja porque o sistema convencional voltou a operar após a quadra chuvosa, seja por colapso mesmo do manancial de captação.
Dessa forma, ao contrário das adutoras convencionais, mais caras e menos ágeis no processo construtivo, as Adutoras de Montagem Rápida (AMRs) proporcionaram respostas tempestivas em importantes municípios cujos sistemas de abastecimento entraram em colapso. Destacam-se Quixeramobim, no Sertão Central e Crateús, no Sertão de Crateús. São mais de 200 quilômetros de extensão nos dois equipamentos que abastecem mais de 150 mil pessoas.
Poços - “Qualquer bom estagiário do terceiro ano de Geologia sabe que o solo dos nossos sertões é pobre em água subterrânea. Além de pouca em quantidade, costuma ter a qualidade comprometida em função das altas concentrações de sais”, destaca o superintendente da Sohidra, Yuri Castro. Esse era mais um paradigma a ser quebrado. Foi com a certeza de que água ruim é aquela que não existe, que o Grupo de Contingência, respaldado pelo governador Camilo Santana, partiu para o desenvolvimento do maior programa de construção de poços já visto no Ceará. São quase 7,5 mil poços.
O Governo do Ceará já é responsável por mais de 50% do total de poços construídos nos 30 anos de existência da Superintendência de Obras Hidráulicas do Ceará (Sohidra), um dos órgãos vinculados à Secretaria dos Recursos Hídricos, e responsável pelas obras hidráulicas no Estado. Dessa forma, cidades inteiras são hoje abastecidas com água subterrânea. Se o poço apresenta baixa vazão, instala-se chafariz. Não há água perdida.
Um só município – Boa Viagem, no Sertão Central do Estado – já recebeu mais de 300 poços na busca incessante pelo mínimo de vazão que garanta o abastecimento de seu povo. Em outro, Pedra Branca, na mesma área geográfica do Ceará, uma das mais castigadas pela estiagem, em virtude das baixas vazões encontradas nos poços construídos, uma rede adensada de chafarizes foi montada na malha urbana. Dessa forma, se não tem água na torneira, o cidadão a encontra a alguns passos da porta de casa. Toda água se aproveita.
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), tem se desdobrado para reduzir as perdas por vazamentos na distribuição da água. Uma campanha foi implementada para regularizar as ligações clandestinas. A água da lavagem dos filtros de uma de suas estações de tratamento passou a ser reaproveitada. A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), passou a exercer com ainda mais rigor, o controle da oferta e da demanda, literalmente forçando a Cagece a fazer mais com menos.
O esforço conjunto do Sistema Hídrico voltou-se também para a obtenção de novas fontes de água. Estudos realizados pela Cogerh apontavam para existência grande manancial de água subterrânea no complexo dunar a Oeste de Fortaleza – entre Caucaia e Paracuru. Testes comprovaram o potencial. Uma bateria de poços foi construída na área do Pecém para obtenção de cerca de 200 litros de água por segundo.
Outra bateria de poços foi construída na região da Taíba/Siupé, também no litoral Oeste para obtenção de mais 200 litros/s aduzidos. Essa água, além de ser distribuída para as indústrias da região, abastece comunidades de Caucaia e São Gonçalo do Amarante. O complexo Cauípe (açude e lagoa) também devem ofertar incremento de “água nova” naquela região. Todo esse esforço, alivia a pressão sobre os reservatórios que atualmente abastecem a Região Metropolitana, liberando mais água para o abastecimento humano.
Inovação - A captação de água no subsolo dos leitos secos de rios e açudes remonta a tempos imemoriais. Há séculos o sertanejo busca a água de beber nos aluviões durante os períodos de escassez. Contudo, a construção de uma rede de poços dentro de um leito seco de uma barragem, ou a utilização de ponteiras próprias na construção civil para rebaixamento de lençol freático na obtenção da última água do manancial, foi a solução inovadora em vários casos nos sertões cearenses.
Ao olhar para novo, o governador Camilo Santana determinou o início de um processo que culminará na primeira usina de dessalinização para abastecimento de uma capital brasileira. O edital já foi lançado pela Cagece e pretende, inicialmente, produzir um metro cúbico por segundo de água. A semente do reúso dos efluentes de esgoto também já foi plantada e promete manter o Ceará na vanguarda quando se trata de Recursos Hídricos.
O setor produtivo cearense também dá sinais que apontam para o novo. Compreendendo a gravidade da situação, produtores partiram para soluções calcadas em inovação e tecnologia. No campo, a irrigação localizada, mais eficiente e menos perdulária em termos hídricos, passou a ser adotada de forma mais intensa. Plantas mais adaptadas passaram a ser cultivadas, seja na fruticultura, seja na produção de forragem para o gado leiteiro. Em vez de bananas, batata-doce e mandioca; no lugar do capim ou do sorgo, palma forrageira. Mais produção, menos água. Empregos preservados no campo.
Criadores de camarão e de peixes – notadamente a tilápia – com a exaustão dos mananciais superficiais, passaram a adotar novas tecnologias, como a recirculação da água, que agora provém de poços, não mais dos açudes. O cearense se reinventa. Provê.
E assim, como José matou a fome do povo durante a grande seca porque preparou o Egito, o Ceará vai resistindo à longa estiagem porque aprendeu a preparar-se. E ousou manter-se aberto ao novo.
Ao olhar para novo, o governador Camilo Santana determinou o início de um processo que culminará na primeira usina de dessalinização para abastecimento de uma capital brasileira. O edital já foi lançado pela Cagece e pretende, inicialmente, produzir um metro cúbico por segundo de água. A semente do reúso dos efluentes de esgoto também já foi plantada e promete manter o Ceará na vanguarda quando se trata de Recursos Hídricos.
O setor produtivo cearense também dá sinais que apontam para o novo. Compreendendo a gravidade da situação, produtores partiram para soluções calcadas em inovação e tecnologia. No campo, a irrigação localizada, mais eficiente e menos perdulária em termos hídricos, passou a ser adotada de forma mais intensa. Plantas mais adaptadas passaram a ser cultivadas, seja na fruticultura, seja na produção de forragem para o gado leiteiro. Em vez de bananas, batata-doce e mandioca; no lugar do capim ou do sorgo, palma forrageira. Mais produção, menos água. Empregos preservados no campo.
Criadores de camarão e de peixes – notadamente a tilápia – com a exaustão dos mananciais superficiais, passaram a adotar novas tecnologias, como a recirculação da água, que agora provém de poços, não mais dos açudes. O cearense se reinventa. Provê.
E assim, como José matou a fome do povo durante a grande seca porque preparou o Egito, o Ceará vai resistindo à longa estiagem porque aprendeu a preparar-se. E ousou manter-se aberto ao novo.
“A maior seca já registrada na história do Ceará proporciona um paradoxo ao Sistema Estadual de Recursos Hídricos: ao tempo em que nos fragiliza, nos fortalece. Pelo muito que foi feito ao longo da história, o Estado entendeu-se preparado para os ciclos de escassez. E, de fato, este preparo tem-se revelado de várias formas e em várias situações. Mas, a inclemência da atual quadra de seca – que, em regiões como os Sertões de Crateús já chega aos 10 anos -, mostra que novos rumos devem ser adotados. Paradigmas precisam ser quebrados. Quando assumimos a Secretaria dos Recursos Hídricos, o Ceará entrava no seu quarto ano de seca. Os efeitos mais severos da estiagem, há muito restritos às populações rurais difusas e aos pequenos distritos, chegava às sedes municipais. Sedes que abrigam cerca de 80% da população cearense. O governador Camilo Santana, de pronto, nos determinou a elaboração do Plano estadual de Convivência com o Semiárido. Naquele momento, integravam-se definitivamente as ações, dando caráter interinstitucional ao enfrentamento aos efeitos da seca sobre a população”, destaca o secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira.
Com informações e fotos da Coordenadoria de Imprensa do Governo do Ceará.
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