Eis o artigo da jornalista Thaís Di Miceli que relaciona as tragédias de Suzano (SP) e Nova Zelândia.
"Como não politizar o acontecido em Suzano e na Nova Zelândia?
É impossível, pois ambos ataques foram cometidos por uma ideologia que incita o ódio, a intolerância, o racismo, a homofobia, misoginia, violência e extermínio de minorias. O nome dessa idelogia/viés político se chama extrema direita.
Ambos perfis nas redes sociais dos atiradores demonstram isso com clareza. O primeiro, participando de grupos contra tudo que falei acima, o segundo com texto que fala sobre intolerância religiosa e imigrantes minutos antes do ataque.
Existe muita falta de informação ainda sobre o islamismo. Me atrevo a dizer que muitas pessoas no meu Facebook devem achar que todos os muçulmanos são terroristas ou que é difícil de conviver com eles. Não, não o são. E não é nada difícil conviver com eles. Digo isso por experiência própria.
Há quase três meses estou morando em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Rodeada por muçulmanos. Aqui estamos comemorando o Ano da Tolerância, recebendo o Papa e sediando um evento de inclusão que é as Olimpíadas Especiais, voltada para pessoas com deficiência mental.
Enquanto isso, um homem branco, terrorista, está fazendo texto contra esse eles e matando pessoas que estavam provavelmente agradecendo a Alá pela sua vida, pela sua família e suas conquistas. Entre os mortos, crianças. Isso mesmo, crianças.
O pior de tudo é ouvir conhecidos bater no peito e dizer que são de extrema direita. Pessoas que se sentem "ofendidas" por eu vincular o que o Bolsonaro representa a esses ataques, como se não fizesse sentido. É só ver a quem ele apóia, homenageia e tem como referência.
Ontem aconteceu em Suzano, dentro de uma escola, que segundo essa ideologia, os professores estão doutrinando seus alunos. Hoje aconteceu em uma mesquita, pois segundo essa mesma ideologia, não se deve tolerar esse tipo de religião. Amanhã, pode acontecer com um parente/amigo seu que pensa diferente ou por simplesmente ser um imigrante morando fora do Brasil.
Talvez só quando aconteça com alguém próximo a você, será a hora de sentir vergonha de tudo que defende.
Meus sentimentos a comunidade muçulmana que foi cruelmente atacada em esse episódio claro de racismo e intolerância religiosa.
Thaís Di Miceli".
É impossível, pois ambos ataques foram cometidos por uma ideologia que incita o ódio, a intolerância, o racismo, a homofobia, misoginia, violência e extermínio de minorias. O nome dessa idelogia/viés político se chama extrema direita.
Ambos perfis nas redes sociais dos atiradores demonstram isso com clareza. O primeiro, participando de grupos contra tudo que falei acima, o segundo com texto que fala sobre intolerância religiosa e imigrantes minutos antes do ataque.
Existe muita falta de informação ainda sobre o islamismo. Me atrevo a dizer que muitas pessoas no meu Facebook devem achar que todos os muçulmanos são terroristas ou que é difícil de conviver com eles. Não, não o são. E não é nada difícil conviver com eles. Digo isso por experiência própria.
Há quase três meses estou morando em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Rodeada por muçulmanos. Aqui estamos comemorando o Ano da Tolerância, recebendo o Papa e sediando um evento de inclusão que é as Olimpíadas Especiais, voltada para pessoas com deficiência mental.
Enquanto isso, um homem branco, terrorista, está fazendo texto contra esse eles e matando pessoas que estavam provavelmente agradecendo a Alá pela sua vida, pela sua família e suas conquistas. Entre os mortos, crianças. Isso mesmo, crianças.
O pior de tudo é ouvir conhecidos bater no peito e dizer que são de extrema direita. Pessoas que se sentem "ofendidas" por eu vincular o que o Bolsonaro representa a esses ataques, como se não fizesse sentido. É só ver a quem ele apóia, homenageia e tem como referência.
Ontem aconteceu em Suzano, dentro de uma escola, que segundo essa ideologia, os professores estão doutrinando seus alunos. Hoje aconteceu em uma mesquita, pois segundo essa mesma ideologia, não se deve tolerar esse tipo de religião. Amanhã, pode acontecer com um parente/amigo seu que pensa diferente ou por simplesmente ser um imigrante morando fora do Brasil.
Talvez só quando aconteça com alguém próximo a você, será a hora de sentir vergonha de tudo que defende.
Meus sentimentos a comunidade muçulmana que foi cruelmente atacada em esse episódio claro de racismo e intolerância religiosa.
Thaís Di Miceli".
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