Lista de corte no Sistema Verdes Mares (SVM).
A ex-editora de Economia do Diário do Nordeste e uma das demitidas, Regina Carvalho escreveu em seu perfil no facebook:
"As palavras que ouvi de ontem para hoje, por incontáveis vezes, foram “reconhecimento da competência” e “incredulidade”. Foram muitos gestos de solidariedade e agradecimento pela convivência que me acolheram. Com tantos anos de dedicação, luta e ética, dos quais nunca abri mão, estou firme e grata pelos que valorizam minha trajetória profissional, um caminho que segue. Deixo solidariedade aos demais 13 colegas e gratidão por tanto apoio".
Dentre os que deixam o SVM estão os jornalistas Edison Silva, Regina Carvalho, Mário Kempes, Eduardo Queiroz, Maristela Crispim, Carlos Eugênio Nogueira, Giovanna Sampaio, Cid Barbosa, Kléber Gonçalves, Hilton Júnior e Adriano Queiroz.
Assim se manifestou a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Ceará (Sindjorce), Samira Castro sobre as demissões:
"Que máquina de moer gente é essa no jornalismo cearense? Colegas com quem trabalhei por décadas acabam de ser demitidos do Diário do Nordeste e eu sinto uma dor absurda. E uma raiva imensa também porque a nossa área não valoriza a experiência das pessoas. Ao contrário, as empresas expurgam os profissionais experientes. Depois de gastar milhares em um consultoria de fora do país, envolver toda a redação em um novo projeto, cujo foco é a convergência de mídias e a integração de cinco veículos, de pedir um banco de pautas a editores e repórteres, de mandar fazer fotos de cada um 'para o novo crachá e o novo projeto', de mandarem todos subirem seus arquivos, pastas e textos para a nuvem por conta da integração das redações, a direção da empresa chama os profissionais mais experientes e os manda embora 'porque não se encaixarão nos novos tempos e em novos produtos'. Estou falando da demissão de jornalistas com 15, 25 e 30 anos de Diário do Nordeste, de profissionais que figuram entre os mais premiados do Brasil, de editores de cadernos considerados carros chefes do jornal e modelo de excelência no mercado nacional e, acima de tudo, de pessoas que dedicaram uma vida a uma empresa, acreditando que não eram meras peças de uma engrenagem desumana e desumanizadora. Lamento que a palavra do dono, da terceira geração dos Queiroz, venha apenas um dia depois de uma das maiores demissões no Sistema Verdes Mares. A quem foi injusta e dolorosamente dispensado, minha irrestrita solidariedade. A quem ficou, meu recado é que só a luta muda a vida! Para sermos respeitados e existirmos daqui a um, dois ou dez anos, precisamos estar unidos e enfrentando a precarização coletivamente. A saída NUNCA será individual. E o nosso sindicato está nessa briga por e com vocês. Sempre esteve. E sempre estará. São 15 jornalistas (incluindo um repórter da TV Diário) e quatro pessoas do suporte da redação do Diário (dois contínuos e dois do Departamento fotográfico). E pelo menos um operador de câmera de estúdio e três editores de imagem da TV Verdes Mares. Entre os jornalistas demitidos, seis eram editores e um era editor adjunto".
Uma das demitidas, a ex-editora de Regional, Maristela Crispim postou em suas redes sociais:

"Não vai ter textão! Essa imagem, sem maquiagem, com cara de cansaço, feita numa pauta que nem chegou a ser publicada, foi a minha escolha para dizer que não trabalho mais no Diário do Nordeste. Fica aqui a minha gratidão a todos que me acolheram, me deram força, compartilharam momentos bons e ruins, me ajudaram a me tornar a jornalista que sou hoje. Continuarei me dedicando às pautas da sustentabilidade e do Semiárido nos novos caminhos a serem trilhados. Contatos, por hora: maristelacrispim@uol.com.br".
A ex-editora de Economia do Diário do Nordeste e uma das demitidas, Regina Carvalho escreveu em seu perfil no facebook:
"As palavras que ouvi de ontem para hoje, por incontáveis vezes, foram “reconhecimento da competência” e “incredulidade”. Foram muitos gestos de solidariedade e agradecimento pela convivência que me acolheram. Com tantos anos de dedicação, luta e ética, dos quais nunca abri mão, estou firme e grata pelos que valorizam minha trajetória profissional, um caminho que segue. Deixo solidariedade aos demais 13 colegas e gratidão por tanto apoio".
A Associação Cearense de Imprensa (ACI) lançou uma nota:
"A Associação Cearense de Imprensa lamenta profundamente a demissão de jornalistas e trabalhadores do Sistema Verdes Mares de Comunicação. Infelizmente, os projetos modernizantes e voltados para a convergência de mídia mostram-se incapazes de propor soluções fora do caminho fácil da dispensa de profissionais que deram toda a sua vida à história das empresas do Sistema. Aos colegas demitidos, nossa solidariedade nesse momento difícil".
O repórter fotográfico, Cid Barbosa, assim se manifestou sobre sua saída do Diário do Nordeste:
"Com essa foto na primeira página de hoje encerro o meu ciclo de 36 anos nesse jornal, missão comprida. Obrigado a todos que fizeram parte desse ciclo. Um beijo no coração de todos".
Segue nota oficial emitida em conjunto pelo Sindjorce e Fenaj:
O repórter fotográfico, Cid Barbosa, assim se manifestou sobre sua saída do Diário do Nordeste:
Segue nota oficial emitida em conjunto pelo Sindjorce e Fenaj:
Reestruturação, readequação, convergência, integração. Eufemismos corporativos foram usados pela direção do Sistema Verdes Mares para justificar as demissões em massa de jornalistas, radialistas e outros trabalhadores no Diário do Nordeste, na TV Verdes Mares, na Rádio Verdes Mares e na TV Diário, ocorridas nesta quinta-feira (20/09). Em plena data-base do segmento de mídia impressa, pelo menos dez jornalistas do Diário foram dispensados sem justa causa. Desses, seis eram editores – profissionais com 15, 25 e 30 anos dedicados ao periódico da família Queiroz. Ao todo, 20 trabalhadores da comunicação foram desligados sem justa causa.
Os cortes nas redações causaram profunda indignação e comoção em toda a categoria dos jornalistas no Ceará por enviar o claro recado de que trabalhadores são materiais descartáveis na engrenagem do negócio da Comunicação. Ao mesmo tempo em que abdicaram de fazer Jornalismo, os donos da mídia continuam ávidos por mais lucros. Numa conta que não fecha, quem paga é o trabalhador e a trabalhadora. O critério para as demissões, ao que se evidencia pelo perfil da maioria dos desligados, foi dispensar os mais antigos da empresa e com maiores salários.
Aos jornalistas foi dito, no ato da dispensa, que “não se encaixavam no novo modelo de redação”. A outros, que “não havia espaço para todo mundo”. A explicação – fria, vaga e tecnicista – só demonstra o lamentável descaso do Sistema Verdes Mares com profissionais que dedicaram anos de suas vidas ao sustento e ao crescimento dos veículos do grupo. Entre os colegas dispensados estão profissionais mais premiados do Brasil e editores de cadernos considerados referência de qualidade no Jornalismo regional e nacional.
Além da frieza cruel ao tratar da dispensa de profissionais com lastro no jornalismo, a direção do Sistema Verdes Mares ainda promoveu um verdadeiro clima de terror em suas redações ao não comunicar os demais trabalhadores sobre os cortes – que também atingem outras áreas das empresas. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) repudiam as demissões imotivadas e coloca-se à disposição de todos os jornalistas dispensados.
A assessoria jurídica do Sindjorce está analisando possíveis irregularidades cometidas pelo grupo empresarial durante as demissões. Para além da solidariedade, a diretoria do Sindicato reforça que esse dia triste para o Jornalismo e para os jornalistas cearenses não passará despercebido, como queriam os donos da empresa ao tentarem até mesmo impedir que os trabalhadores fossem se despedir dos colegas nas redações. Aos que continuam empregados, o Sindjorce reforça a necessidade de união e participação ativa na luta contra a precarização da nossa profissão.
Fortaleza, 21 de setembro de 2018
Diretoria do Sindjorce
Diretoria da FENAJ
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