O alto volume de referências ao debate é, em boa medida, resultado das campanhas de propulsão de hashtags ao longo do programa, que durou cerca de três horas. Em especial Bolsonaro, que engajou menções a partir das hashtags #estoucombolsonaro, #bolsonaronaband e #capitãonaband — todas entre as dez principais hashtags mobilizadas enquanto o debate acontecia na TV. Outros atores, como Ciro Gomes e Guilherme Boulos, também obtiveram bons resultados a partir da mobilização de postagens com hashtags, assim como o ex-presidente Lula, que, mesmo ausente, aparece na hashtag #debatecomlula.
Na rede, ao longo do debate (que teve de forma geral baixa repercussão de propostas, projetos e assuntos pertinentes às eleições, como educação e saúde), observou-se prevalência de postagens com teor humorístico, abordando as primeiras impressões dos usuários sobre o desempenho e a estética dos presidenciáveis. De forma geral, as publicações destacaram a expectativa dos eleitores por um debate acalorado, demonstrando, neste primeiro momento, maior interesse pelas personalidades dos presidenciáveis, em detrimento das propostas apresentadas. Observou-se ainda o impacto da apresentação à rede de candidatos até então pouco conhecidos pelos eleitores, como Cabo Daciolo, segundo participante com maior volume de citações. Houve ainda críticas ao teor moderado das discussões, como no questionamento sobre o tom do debate entre Alvaro Dias e Henrique Meirelles.
Diversos perfis influenciadores, com mais de um milhão de seguidores, mobilizaram os grupos que participaram da repercussão, no Twitter, sobre o debate, e que se dividem entre quatro principais grupos de usuários: (1) humoristas, como o apresentador Danilo Gentili e o perfil "Não Salvo"; (2) jornalistas e analistas políticos, como Felipe Moura Brasil e Vera Magalhães, (3) políticos, como Jair Bolsonaro, (4) além de outros influenciadores como a ex-jogadora de vôlei Ana Paula. Neste contexto, é interessante observar também a viralização de tuítes irônicos de perfis menos de 10 mil seguidores.
Com as atenções voltadas ao comportamento, a piadas, aos confrontos e às expectativas de embates, foi baixo o impacto dos aspectos temáticos abordados pelos candidatos na TV — para além do elevado volume de interações especificamente irônicas ou não associadas a plataformas de governo. Corrupção, muito articulado principalmente em associação a Alckmin e Lula, e Economia, com Alckmin, Ciro e Meirelles, até se destacam frente aos outros tópicos, em virtude da profusão de assuntos que engajaram, como auxílio-moradia, dívidas, orçamento público, setor bancário, a operação Lava Jato e a visão negativa da sociedade, de forma geral, sobre a classe política.
Em segurança, houve forte relevância de debates associados à violência contra a mulher e em função de dados recentes sobre os índices de violência do país, sempre com intensa participação de Bolsonaro como ator central ao tema; em educação, o presidenciável do PSL também foi bastante citado, junto a Ciro, por conta da referência aos colégios militares e ao "escola sem partido".
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