Eclipse lunar de maior duração do século |
Ainda no início da tarde de ontem (sexta, 27), as pessoas começaram a chegar à sede da Seara da Ciência, no Campus do Pici, da Universidade Federal do Ceará (UFC), para acompanhar o eclipse. O céu, carregado de nuvens, não favoreceu a observação. Mas muitos ficaram até perto das 21h, olhando a Lua e o planeta Marte, por meio de três telescópios: dois móveis e um fixo (o principal da cúpula do Observatória Astronômico da Seara).
Seara da Ciência da UFC (Foto: Pedro Florêncio/Seara/Divulgação) |
Em Fortaleza, pessoas se mobilizaram em diversos pontos da cidade para acompanhar o evento, que recebeu o nome de “Lua de Sangue” por conta do efeito da refração dos raios solares pela atmosfera da Terra na superfície lunar, deixando o astro com um tom avermelhado.
Embora bastante popular, o termo não é muito bem visto pelos astrônomos mais formais. Acredita-se que sua origem remonte ainda à Idade Média, quando, em tempos absolutistas, a Igreja Católica se referia ao evento como a cobertura da Lua por sangue devido ao excesso de pecados da humanidade. Naqueles tempos, eram realizadas diversas missas e vendas de indulgências durante o eclipse, até que a Lua recuperasse seu aspecto natural.
"Mesmo sem comprovações acerca dessa origem do termo, é certo que os tons alaranjados e avermelhados do eclipse se devem à passagem dos feixes de luz pela atmosfera terrestre, sofrendo refração e chegando à superfície lunar com maior intensidade na cor vermelha. Por isso, existe uma escala de 'vermelhidão' de eclipses lunares, chamada de Escala de Danjon, que ajuda a medir, inclusive, a poluição atmosférica do nosso planeta", explica o estudante Pedro Pompeu, integrante da Grupo de Astronomia da Seara.
Marte
Além da Lua Vermelha, a expectativa também era pelo planeta Marte, que apareceria de maneira mais brilhante do que de costume devido à sua oposição ao Sol. Marte, ao contrário da Lua, é naturalmente vermelho por causa da alta concentração de óxido de ferro em seu solo, dando um aspecto cor de ferrugem.
Foto de Marte (da Nasa) da última oposição e da atual |
A Seara da Ciência é o espaço de divulgação científica e tecnológica da Universidade Federal do Ceará. Procura estimular a curiosidade pela ciência, cultura e tecnologia, mostrando suas relações com o cotidiano e promovendo a interdisciplinaridade entre as diversas áreas do conhecimento.
Nos laboratórios de pesquisa ou no Salão de Exposição, nos cursos oferecidos ou nas peças de teatro e shows científicos, estudantes e professores interagem com o mundo do saber, são despertados para a criatividade e se envolvem com a pesquisa.
O Grupo de Astronomia da Seara (GAS Interestelar) é coordenado pelo professor Ednardo Rodrigues. Tem visitação aberta ao público toda sexta-feira e, esporadicamente, em eventos como o do eclipse.
O Grupo de Astronomia da Seara (GAS Interestelar) é coordenado pelo professor Ednardo Rodrigues. Tem visitação aberta ao público toda sexta-feira e, esporadicamente, em eventos como o do eclipse.
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