Foto: Governo do Ceará |
Inicialmente, a Uece, por meio da Faculdade Veterinária (Favet), vai disponibilizar a Fazenda de Experimentação Agropecuária Dr. Esaú de Accioly de Vasconcelos, em Guaiuba, para receber os animais, além de proporcionar o monitoramento veterinário. Entretanto, no futuro, a universidade também poderá fazer pesquisas paralelas à da Fiocruz com as lhamas.
“Essa parceria não é só desejada e necessária, como inevitável… Com isso a gente alavanca o crescimento das pesquisas nessa área aqui no Ceará”, comemora o reitor da Uece, Jackson Sampaio. Segundo ele, “a Uece tem hoje um lugar de ponta em pesquisa em reprodução, sanidade animal e em áreas básicas como imunologia, fisiologia e genética”.
Além do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Jackson Sampaio ressalta outras áreas de destaque da universidade, como os programas de Pós-Graduação em Biotecnologia e em Ciências Fisiológicas, o mestrado em Recursos Naturais e a participação da Uece na Rede Nordeste de Biotecnologia (Renobio), entre outros.
Na avaliação dele, a parceria vai permitir que as instituições realizem pesquisas em diferentes áreas como, por exemplo, reprodução desses animais e entender a adaptação biológica das lhamas a climas extremos (como os desérticos).
Imunologia
De acordo com a pesquisadora da Fiocruz Carla Celedonio, uma das vantagens da pesquisa com anticorpos de camelídeos (entre os quais as lhamas estão incluídas) é que algumas proteínas (anticorpos) produzidas por esses animais são mais resistentes à variação de temperatura e reconhecem de forma mais eficiente diferentes antígenos.
Essas características as tornam mais vantajosas que os anticorpos humanos ou de cavalos, utilizados na fabricação, por exemplo, do soro antiveneno, aplicado nos casos de acidentes com cobras e outros animais peçonhentos.
Atualmente, a Fiocruz é a única instituição brasileira com pesquisas nessa área, que foram iniciadas na Fiocruz Rondônia. A equipe selecionou nanocorpos (fragmentos dos anticorpos de camelídeo em escala nanométrica) contra toxinas de serpentes como jararaca e cascavel e contra doenças virais como hantavírus, HIV e HTLV. Além disso, pesquisa a aplicação desses insumos para esclerose múltipla, febre amarela, raiva e contra arboviroses como zika, dengue e chikungunya. A ideia é dar continuidade a esse trabalho no Ceará.
Carla Celedonio informa ainda que, mundialmente, as pesquisas com nanocorpos de lhamas buscam o uso dos imunobiológicos no tratamento de doenças autoimunes, neurodegenerativas e inflamatórias, além de auxiliar no diagnóstico e pesquisa sobre doenças humanas e agropecuárias.
Também participaram da reunião o vice-diretor da Faculdade de Veterinária da Uece (Favet), Dárcio Ítalo Alves Teixeira; o coordenador da Fiocruz Ceará, Carlile Lavor; e o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Uece, Davide Rondina.
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