Em
Fortaleza para participar da 18ª Conferência Municipal do Partido na capital
cearense, realizada neste sábado (14), a presidenta nacional do PCdoB, deputada
federal Luciana Santos defendeu a legitimidade de candidaturas de aliados que apresentam
conhecimento, história de compromisso com o povo e coerência política. Mas
também não descartou a possibilidade da legenda sair com candidato próprio.
“Acreditamos
na legitimidade da candidatura de Lula, que há anos tem sido bombardeado, mas
seu legado supera este bombardeio. Defendemos a candidatura de Ciro Gomes,
homem que conhece o país, nunca se acovardou e tem lado. Mas ratificamos que
até novembro deste ano, o PCdoB debaterá a pré-candidatura à Presidência da
República de um quadro no nosso Partido. Precisamos ter mais visibilidade e
apresentar aquilo que defendemos para o Brasil”, ratificou.
Questionada
se o Partido teria nomes para tal, ela foi enfática: “Quadros não nos faltam,
só temos que debater os critérios”. E citou o ex-senador cearense Inácio
Arruda, a senadora Vanessa Grazziotin (AM), os deputados federais Jandira
Feghali (RJ) e Orlando Silva (SP), o governador do Maranhão Flavio Dino, a
deputada estadual Manuela d’Ávila (RS), dentre outros.
Luciana
Santos disse que, apesar de o PCdoB ter feito parte do “ciclo político virtuoso”
e contribuído para seu legado, a esquerda como um todo não conseguiu “fazer a
revolução”.
“Não
estávamos no poder, mas no governo, e precisamos tirar lições do golpe.
Ajudamos a construir políticas inclusivas como o Bolsa Família, o enfrentamento
das desigualdades regionais e o estímulo à geração de emprego, por exemplo, mas
não conseguimos enfrentar uma reforma política à altura dos desafios que
elevasse a consciência das pessoas. Não conseguimos fazer a disputa no plano
das ideias”, avaliou.
País
pós-golpe
Para
Luciana, o atual governo coloca em jogo o papel do Estado, “confrontando se
ainda queremos ser uma nação soberana ou se seremos subordinada ao regime
capitalista”. “As elites mais uma vez interromperam o projeto nacional de
desenvolvimento e popular para impor um conceito de Estado subserviente e
mínimo. Em pouco mais de um ano, retrocedemos mais de 60 anos”, comparou.
Ela
citou como exemplos de sua tese a ameaça ao Estado Laico, os retrocessos nas
políticas de mulheres, LGBT, negros, as ameaças ao meio ambiente, a
privatização da Eletrobras e da Petrobras, o desmonte da ciência e tecnologia,
dentre tantos outros. “É avassalador o desmonte do Estado Brasileiro”, condenou.
“Mas é
neste cenário de terra arrasada, de entrega de nossas riquezas estratégicas que
nossa resistência política tem que aumentar. O PCdoB nunca se acovardou. É na
dificuldade que a gente se agiganta, sempre linha de frente na luta em defesa
do país”, considerou.
“Devemos
persistir numa saída, buscar superar a agenda ultraliberal, explorar as
contradições do lado de lá, apresentar alternativas no campo da democracia,
lutar pelas eleições de 2018, criar condições de retomar uma agenda de
desenvolvimento e defender uma frente ampla para nos reposicionar na cena
política”, enumerou Luciana. Segundo ela, essas são as prioridades do PCdoB
para tirar o país da crise.
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