A edição 2017 do Relatório Sobre a Riqueza Mundial (2017 World Wealth Report – WWR –, no original em inglês), divulgado pela Capgemini, uma das líderes globais em serviços de tecnologia, consultoria e terceirização, lança nova luz sobre a importância da gestão de patrimônio. O relatório conclui que a média dos investimentos realizados por indivíduos com patrimônio pessoal elevado (ou, “high-net-worth individuals”[1] – HNWI -, no original em inglês), quando administrados por gestores de patrimônio, aumentou em 24,3% em 2016.
No Brasil, o número de milionários cresceu de 148,5 mil para 164,5 mil, e a riqueza acumulada por eles passou de US$ 3,7 trilhões para US$ 4,2 trilhões em 2016. E no mundo não é diferente, existem mais milionários hoje que em qualquer outra época.
No Brasil, o número de milionários cresceu de 148,5 mil para 164,5 mil, e a riqueza acumulada por eles passou de US$ 3,7 trilhões para US$ 4,2 trilhões em 2016. E no mundo não é diferente, existem mais milionários hoje que em qualquer outra época.
De acordo com o relatório, as taxas globais de crescimento dos HNWIs em 2016 aceleraram significativamente, com esse segmento da população expandindo em 7,5%, contra os 4,9% de 2015; e a riqueza em 8,2%, em comparação com os 4% de 2015. Os recursos dos HNWIs podem ultrapassar mais de US$ 100 trilhões até 2025 (conforme projeção divulgada no WWR de 2016), já que a América do Norte e a Europa alcançaram as taxas de crescimento da Ásia-Pacífico em 2016 – o que representa grandes avanços na América do Norte e na Europa, assim como uma desaceleração na Ásia-Pacífico.
Um pequeno grupo de mercados, incluindo a Rússia (que cresceu 20%) e o Brasil, melhorou substancialmente sua classificação neste ranking. O Brasil observou aumentos de dois dígitos na população (10,7%) e na riqueza (12,7%), com o total de HNWIs evoluindo de 148,5 mil para 164,5 mil, e com a riqueza acumulada crescendo de US$ 3,7 trilhões para US$ 4,2 trilhões.
A disrupção das BigTechs
Globalmente, o crescimento dos HNWIs observado superou substancialmente os ganhos de diversas modalidades de fundos, o que abre aos gestores de riquezas a oportunidade de solidificar seus relacionamentos com os clientes. E isso ocorre em uma época em que a população de HNWIs e a riqueza global alcançam níveis recordes de alta, e na qual as “BigTechs” (grandes empresas de tecnologia) começam a oferecer serviços de gestão de riquezas. Além de entregarem altos retornos em 2016, os gestores de riqueza garantem a satisfação do cliente com o aprimoramento da confiança dos HNWIs em stakeholders da indústria, tais como gerentes de patrimônio e nos órgãos reguladores.
O momento é de um desenvolvimento positivo face à potencial entrada das BigTechs no segmento de gestão de patrimônio. Mais da metade dos HNWIs (56,2%) afirmaram estar abertos ao uso dos serviços das BigTech para administrar suas riquezas, dos quais esperam eficiência, transparência, inovação e excelentes recursos online. Embora as BigTechs não tenham anunciado formalmente a sua entrada nesta seara, as tradicionais empresas do setor já estão cientes da ameaça competitiva, apesar de ainda terem percepções diferentes em relação ao potencial impacto.
As BigTechs podem surgir como formidáveis concorrentes caso decidissem entrar no segmento de gestão de patrimônio, contratando especialistas e construindo suas próprias habilidades. No entanto, também poderiam atuar como verdadeiros parceiros das empresas já estabelecidas no setor, ajudando-as a superar as atuais taxas mornas da satisfação dos HNWIs. Afinal, o nível de satisfação desse público com seus fornecedores e gerentes de riqueza é de 58,5% e 56,3%, respectivamente, com as opções de serviços limitadas e as estruturas emergentes das taxas de cobrança sendo apontados como prováveis motivos. Apenas 47,8% das HNWs afirmaram estar totalmente confortáveis com as taxas cobradas pelos serviços de gestão de riquezas.
Altos retornos oferecem grandes oportunidades
Os altos retornos, com uma média de 24,3% nos investimentos administrados por gestores de riqueza, abrem uma janela de oportunidades aos profissionais e empresas especializados neste segmento. O relatório descobriu que os fatores que suportam esse forte desempenho incluem a abordagem de investimento global dos HNWIs, a prevalência de crédito, a mentalidade focada no crescimento – comum a muitos HNWIs – e o forte desempenho da classe de ativos.
O vice-presidente executivo da Capgemini, Anirban Bose, afirmou: "As empresas que forem capazes de combinar seus conhecimentos de gestão de patrimônio às competências de experiência do cliente das BigTechs poderão liderar o caminho, oferecendo serviços verdadeiramente inovadores".
Além das taxas de satisfação, oferecer soluções em colaboração com as BigTechs poderia ajudar a fortalecer a fidelidade dos HNWIs classificados na menor faixa de riqueza (com US$ 1 milhão e US$ 5 milhões em ativos), que são muito menos propensos que os indivíduos mais ricos a recomendar seu gestor de patrimônio a outros, de acordo com uma análise da Net Promoter Scores®, incluída pela primeira vez no World Wealth Report. Dado que esse grupo representa 90% de todos os HNWIs em todo o mundo é fundamental que as empresas atendam melhor às suas necessidades.
A colaboração de empresas de gestão de patrimônio com as BigTechs pode levar a uma disrupção generalizada na indústria. Há, ainda, o risco de se evoluir para uma concorrência completa com as BigTechs no futuro. É imperativo, portanto, que as companhias administradoras de riquezas se concentrem no desenvolvimento de suas capacidades em tecnologias escaláveis, para que sejam capazes de manter uma vantagem competitiva em relação a qualquer iniciativa futura das BigTechs.
Metodologia de pesquisa do World Wealth Report 2017
O World Wealth Report, Relatório de Riqueza Mundial da Capgemini, é o benchmark líder do setor para classificação de indivíduos com alto patrimônio líquido pessoal (high-net-worth individual - HNWIs), suas riquezas e as condições globais e econômicas que impulsionam as mudanças no setor de gestão de patrimônio. A 21ª edição deste relatório anual inclui resultados de pesquisas primárias e aprofundadas em relação às perspectivas e comportamentos globais dos HNWIs. Com base em respostas de mais de 2,5 mil entrevistados, em 19 grandes mercados de riqueza na América do Norte, América Latina, Europa e Ásia-Pacífico, o Global HNW Insights Survey explora o padrão de comportamento em termos de investimentos dos HNWI, incluindo a alocação de ativos, modelos de taxas e preferências de investimento. A pesquisa também mede os padrões atuais de comportamento dos HNWI em todo o mundo, incluindo os níveis de confiança e as decisões de alocação de ativos.
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