![]() |
Elenco em ritual de dança (Fotos: Jarbas Oliveira/Divulgação) |
A icônica história do amor proibido entre a índia tabajara Iracema e o guerreiro branco português Martim, criada pelo escritor José de Alencar, ganha estreia de inédita e livre adaptação pelo dramaturgo e diretor cearense Ilclemar Nunes. A versão “Iracema dos lábios de mel: o musical” faz curta temporada no palco principal do Theatro José de Alencar (TJA), ficando em cartaz de 05 a 08 de outubro (de quinta-feira a domingo), às 19 horas.
Com elenco formado por 23 atores cearenses, músicos e equipe técnica composta basicamente por grandes profissionais locais, o musical mostra de forma visceral o amor dos protagonistas, que viceja no nascimento do brasileiro fruto dessa miscigenação: o mameluco Moacir, entre as guerras, a paixão, a amizade e os ritos dos índios que habitaram o Ceará. Projeto incentivado pelo VIII Edital Mecenas, da Secretaria da Cultura do Ceará, tem patrocínio do Grupo Zenir e do Expresso Guanabara, com apoio da Câmara de Comércio Brasil/Portugal, do Teatro da Boca Rica e do Teatro Antonieta Noronha.
Outros personagens também ganham novos intérpretes cantantes e dançantes na montagem, como Poti, o guerreiro pitaguary e amigo de Martim (feito por Gabriel Moraes); o pajé da tribo tabajaras (Beto Meneis); o guerreiro irmão de Iracema,Caubi(Mateus Honori); o chefe tabajara e inimigo de Martim, Irapuã (Bruno Prata); o cacique potiguara Jacaúna (Markos Vanucci, que também atua como um dos guerreiros), para citar alguns do grande elenco.
Ilclemar ressalta que a linguagem de Alencar já tem os ensejos cênicos apropriados, “até por ele ter escrito muitas peças”, mas aproveitou “a fluidez da narrativa original para ampliar a dramaticidade ao vivo; sobressaltar as atitudes e a personalidade feminina de Iracema, como também dar corpo aos outros personagens, até porque no livro-poema de Alencar, a índia dos cabelos negros como da graúna atua sozinha nas linhas, enquanto os embalos da prosa podiam virar os diálogos e entoações cantadas para se contar essa história em musical”, respalda.
![]() |
Bruno Prata com Ilclemar Nunes |
Dessa forma, na ação teatral Ilclemar atribuiu vida aos aldeões e guerreiros das tribos Potiguares (do litoral e aliada dos portugueses) e Tabajaras (tribo de Iracema, nas serras cearenses, aliada dos franceses), que eram apenas citados na obra literária. Também fez surgir no palco as demais virgens indígenas, que são ao mesmo tempo, alter-egos e protetoras da Iracema central, sendo vivenciadas pelas atrizes Emille Castro, Belle Sena, Marina Vasconcelos, Luana Florentino, Janaina de Paula e Júlia Vasconcelos. Integradoras, o grupo das virgens é parceiro de Iracema nas ações e pensamentos da protagonista.
“Essa relação das virgens com Iracema a ajuda a não ter papel solitário na cena; auxiliam no romance dela com o estrangeiro, sofrem com ela durante o parto, entregam a bebida mística para que viaje em segurança, enfim, estão sempre presentes”, reitera. No palco, o elenco ocupa todo espaço temporal e interpretativo em cantorias e danças. “Inclusive ajudam a narrar passagens da história à platéia, como uma espécie de coro grego no espetáculo”, referencia o dramaturgo.
SERVIÇO:“IRACEMA DOS LÁBIOS DE MEL: O MUSICAL”
Local: Palco principal do Theatro José de Alencar (Praça José de Alencar s/n – Centro)
Data: De 05 a 08/10/17 (quinta-feira a domingo).
Horários: 19h
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)
Classificação indicativa: 14 anos.
Comentários
Postar um comentário