O departamento jurídico do Ceará Sporting Club deu entrada hoje num processo de crime de injúria racial contra o zagueiro do Internacional, o argentino Victor Cuesta. Baseado no depoimento do atacante do Ceará, Elton, que disse que Cuesta o chamou por mais de uma vez de "macaco" no jogo Ceará 0x2 Internacional, na última terça-feira (11), na Arena Castelão, pela Série B do Campeonato Brasileiro, o departamento jurídico pede uma investigação criminal junto à Polícia Civil.
"Tivemos uma reunião com o nosso atleta. Ouvimos todo o relato dele. Entraremos também com uma representação em relação à arbitragem, que não mencionou na súmula da partida o fato ocorrido. Colhemos elementos para poder inaugurar essa investigação criminal. O fato é que o Ceará jamais compactuaria com algo tão grotesco. É inimaginável que nos dias de hoje, isso ainda aconteça. A ofensa à honra e dignidade é gravíssima. Não podemos tolerar isso”, disse o diretor jurídico do Ceará, advogado Ernando Uchôa.
No Boletim de Ocorrência (BO) registrado na Delegacia de Roubos e Furtos, Elton Rodrigues Brandão denuncia que Victor Cuesta o chamou de "macaco" repetidas vezes. O declarante disse que "a cena preconceituosa foi presenciada por vários jogadores que se encontravam no entorno do local da ofensa, inclusive alguns atletas ao perceberem a situação grave trataram de separar o declarante de seu ofensor".
No BO, Elton declara ainda que outro jogador do Ceará sofreu preconceito racial pelo zagueiro Cuesta: "Que teve conhecimento que seu colega de equipe, apelidado de Cafu, informou após o jogo que havia sido ofendido pelo mesmo Victor Cuesta, durante a partida, por duas vezes com as palavras 'preto de merda'".
No final da queixa, Elton destaca que "a situação trata-se de clara injúria racial e o declarante deseja que o fato criminoso seja investigado e seu ofensor condenado nos termos da lei".
Cuesta nega que cometido crime de injúria racial contra os jogadores do Ceará. Através do vice-presidente de futebol do Internacional, Roberto Melo, o zagueiro negou que tenha cometido o ato de racismo. "A gente conversou com o Cuesta e ele disse que não falou nada neste sentido. Os dois discutiram. O Cuesta tem uma carreira longa e nunca teve alguma questão envolvendo esse tipo de coisa. O que o nosso jogador nos passou é que não falou. Eles discutiram. Mas, o termo que está sendo colocado, ele disse que não usou", afirmou Roberto Melo.
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