Deputado estadual Zezinho Albuquerque comandou mesa de trabalhos da Campanha Ceará Sem Drogas, em Aracati (foto Bia Medeiros) |
A população de Aracati recebeu, na tarde de ontem, a campanha Ceará sem Drogas, projeto de iniciativa da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), idealizado pelo presidente da Casa, deputado Zezinho Albuquerque (PDT). Cerca de 1.500 pessoas, entre jovens, professores, lideranças comunitárias e políticas estiveram, no Ginásio São Marcelino Champagnat, do Colégio Marista, e assistiram à palestra com o comentarista esportivo e ex-jogador da Seleção Brasileira, Walter Casagrande, mediada pelo jornalista Fábio Pizzato.
O presidente Zezinho Albuquerque, ao abrir o evento, fez uma avaliação positiva da Campanha, que já percorreu 14 municípios desde 2014. De acordo com ele, uma pesquisa recente realizada pela equipe da campanha mostra que 70% a 80% dos jovens se envolvem com drogas por curiosidade. “Trazer uma figura de credibilidade como o Casagrande é importante para mostrar a esses jovens que esse caminho (das drogas) não vale a pena”, frisou.
Alunos de ensino fundamental e médio ouviram sobre a experiência de Casagrande, do início da carreira ao envolvimento com as drogas, também contada no livro “Casagrande e Seus Demônios”. O uso de entorpecentes levou o comentarista a uma pausa na carreira e a internação durante um ano. “Aos poucos, você vai perdendo a família, os amigos e a identidade. Há uma inversão de valores. E um dos pontos importantes na reabilitação de um dependente químico é ele ter um projeto de vida”, comentou, sobre o que o levou a superar o vício.
Casagrande também falou de episódios marcantes, como o dia em que sofreu overdose e foi socorrido pelo filho de 14 anos, com quem estava sozinho em casa. Sobre o tratamento, o ex-jogador contou que precisou passar seis meses isolado, sem qualquer contato com a família.
O prefeito de Aracati, Birmarck Maia (PTB), também compôs a mesa do evento, ao lado do deputado estadual Bruno Pedrosa (PP), e exaltou a contribuição de Casagrande com a palestra. “É um exemplo de vida pelo que passou e também exemplo de prevenção, para que jovens não entrem nesse caminho”, ressaltou. Para o prefeito, cidades turísticas como Aracati estão mais suscetíveis à incidência do uso de drogas. “Temos muitas pessoas oriundas de outras localidades que podem trazer o mau exemplo do uso indevido da droga, além também do desemprego, que está assolando o Brasil inteiro e torna a entrada nas drogas ainda mais atrativa”, explicou.
A titular da Secretaria Especial de Políticas sobre Drogas (SPD), Aline Bezerra, informou que o Estado possui mais de 300 vagas de acolhimento em comunidades terapêuticas, como o Centro de Referência da Secretaria, que fica no bairro Jacarecanga. “Lá o dependente é atendido por um profissional capacitado, psicólogo, assistente social, e pode ser encaminhado para rede pública, para acolhimento”, comentou.
A Secretaria tem parceria com a AL na campanha e programas de prevenção. Para tirar dúvidas sobre os procedimentos de acolhimento, a população pode ligar para o telefone 0800275 1475. Para o interior, está disponível ainda o aplicativo PossoAjudar (plataformas Android e IOS), que filtra informações por município e disponibiliza a rede de atenção de cada localidade.
Estudantes de localidades vizinhas da sede do município também participaram do evento. O professor de Educação Física, Marciano Santos, de 36 anos, trouxe um grupo de Canoa Quebrada, alunos de projetos sociais envolvendo esportes como surf e futsal. “Hoje em dia a droga está em todo lugar e nem sempre as pessoas têm orientação necessária. Ainda mais esses jovens, que estão na época de experimentar, da curiosidade”, enfatizou.
O educador descreveu o evento como uma “oportunidade única” e falou da importância do esporte. “Casagrande é um ídolo e isso serve de exemplo pras crianças verem que a droga não é boa escolha. É preciso falar sobre isso na escola e pra mim o esporte serve como ferramenta de resgate”.
O estudante do 2º ano, Lucas Nepomuceno, de 16 anos, assistiu a palestra com a família e afirmou que ter mais informações sobre o assunto é importante. “Falar sobre isso na escola é uma forma de prevenir”, apontou.
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