Nova linha de crédito voltada para a gestão eficiente e sustentável de recursos hídricos será lançada amanhã (2), às 8h30, na sede do Banco do Nordeste (Avenida Silas Munguba, 5.700 - Passaré). A apresentação do novo produto de crédito, o FNE Água, acontece dentro da programação do Seminário de Avaliação da Seca de 2010-2016 no Semiárido Brasileiro. O evento objetiva subsidiar estratégias de adaptação aos impactos da atual estiagem, considerada a mais severa dos últimos 50 anos.
Contando com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, o FNE Água será disponibilizado a empresas e produtores rurais, que poderão contratar o crédito com juros de 6,5% a 11% ao ano, com direito também a bônus de adimplência de 15%. Os investimentos serão distribuídos em quatro eixos de financiamento: acesso, eficiência, recuperação de mananciais e saneamento.
Com o FNE Água, o Banco do Nordeste poderá financiar o valor total de investimento do projeto, a depender do porte do empreendimento e de sua localização. Os prazos para pagamento do empréstimo podem chegar a 20 anos, a exemplo dos casos de iniciativas relacionadas a saneamento (com até quatro anos de carência) e recuperação ambiental e reflorestamento (com até oito anos de carência).
"Essa nova linha de crédito destina-se, sobretudo, a pequenos produtores rurais, que precisam estruturar sistemas de abastecimento e irrigação para garantir sua produção mesmo diante de uma das piores secas da história. Por outro lado, beneficia empresas da indústria, do comércio e de outros setores, inclusive por meio de parcerias público-privadas, que necessitam desenvolver projetos cada vez mais eficientes de otimização do uso de água, dado o contexto de escassez hídrica", afirma o presidente do Banco do Nordeste, Marcos Holanda.
Entre os itens financiáveis do FNE Água incluem-se: sistemas de aproveitamento de água pluvial; construção de barragens, valas de infiltração e sistemas de captação de água subterrânea; sistemas de tratamento de águas residuais; irrigação por gotejamento ou microaspersão; torres de resfriamento sem químicos; detectores de perdas de água; reflorestamento para recuperação de matas ciliares e nascentes; viveiros para produção de espécies nativas; e projetos de concessão de serviços públicos de água e esgoto, por meio de parcerias público-privadas (PPPs).
Seminário
O Seminário de Avaliação da Seca de 2010-2016 no Semiárido Brasileiro reúne representantes de instituições federais, estaduais e internacionais com o objetivo de documentar aspectos climáticos, impactos, respostas e lições para subsidiar futuras estratégias de adaptação aos impactos das secas.
O evento é uma realização do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, organização social supervisionada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, e do Governo do Estado do Ceará, por meio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O seminário tem apoio do Banco do Nordeste, Banco Mundial, Agência Nacional das Águas, Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Integração Nacional.
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