Como o meu pai dizia: eu senti uma ‘dor na alma’ quando vi esta foto. Eu sempre fui fã do Stone, mesmo antes de conhecê-lo pessoalmente. Achava a voz dele no rádio bonita e diferente. Ele tinha um jeito jovem de fazer locução, sem tentar imitar os paulistas e os cariocas, como era praxe entre os locutores de rádio FM.
A primeira vez que o vi pessoalmente, foi quando ele pegou um ônibus em frente ao jornal O Povo e fiquei me perguntando com meus botões: “Esse cara precisa pegar ônibus? Ele não tem carro?”. Eu era garoto e não sabia ainda da história dele.
O seu alto astral nas propagandas de TV dos armazéns Esplanada, também me inspirava e me fazia ter a certeza de que aquele cara era um dos maiores comunicadores da rádio e TV do Ceará. Seus textos no jornal O Povo também mostravam que ele era jornalista, mesmo sem ter o diploma. Era autodidata pelo talento.
Mais tarde, tive o prazer de trabalhar com ele e ficar seu amigo, quando fui sonoplasta de um grande estúdio de Fortaleza. Foi aí que o conheci de perto e passávamos horas conversando sobre nossas vidas, as dificuldades, os sonhos. Eu não sabia, mas ele tinha sido baterista na época do “Massafeira” e agora tocava guitarra, apesar da sua banda Mercedes Band ter acabado, depois de um período de muito sucesso do bar London London.
Chegou o dia em que eu tive o prazer de tocar com ele. Eu o convidei para fazer uma participação na bateria no programa STUDIO A, na TV Diário, quando tocamos o clássico “Something”. Eu estava orgulhoso em ter o Stone na banda Rubber Soul, mas não pudemos ir adiante com o projeto, pois ele não tinha bateria.
Pouco tempo depois, fiquei sabendo que ele não conseguia mais ler um texto inteiro, quando tentava fazer uma locução para spot de rádio. Ele se queixava que se perdia no texto e desconcentrava. Eu achei que fosse apenas uma espécie de depressão, pelos seus problemas. O último contato que tive com ele foi quando um amigo comum o levou para ver a Rubber Soul no Geppos restaurante. Todos já sabiam que ele tinha sido acometido pelo mal de Alzheimer de forma precoce e a família ficou feliz quando percebeu que ele cantava e batucava as músicas dos Beatles na mesa. Esse amigo me revelou que o prognóstico não era nada animador, e que o Stone dali a três meses nem reconheceria mais as pessoas. Eu duvidei... O nosso amigo disse que a partir daquele dia o levaria todas as quintas-feiras para ver a Rubber Soul, pois aquilo o fizera muito bem. Nunca mais eles apareceram.
Hoje eu vejo esta foto e um pedido de ajuda. Sinto-me muito frustrado em não estar em condições de ajudá-lo. O que eu posso fazer é escrever, que é a única coisa que eu sei fazer na vida. Mas isso não cura a frustração. Também não tenho forças para ir vê-lo pessoalmente. Não sei as conseqüências que poderia trazer para a minha vida. É sério. Mas ele está nas minhas orações diárias e eternamente na minha memória.
Eu queria mesmo poder organizar um show, ao lado de amigos que tocaram com ele ou o admiravam como eu, e reverter a renda para que ele tenha dias mais condizentes com a sua importância para o cenário artístico cearense.... Força, amigo!
A primeira vez que o vi pessoalmente, foi quando ele pegou um ônibus em frente ao jornal O Povo e fiquei me perguntando com meus botões: “Esse cara precisa pegar ônibus? Ele não tem carro?”. Eu era garoto e não sabia ainda da história dele.
O seu alto astral nas propagandas de TV dos armazéns Esplanada, também me inspirava e me fazia ter a certeza de que aquele cara era um dos maiores comunicadores da rádio e TV do Ceará. Seus textos no jornal O Povo também mostravam que ele era jornalista, mesmo sem ter o diploma. Era autodidata pelo talento.
Mais tarde, tive o prazer de trabalhar com ele e ficar seu amigo, quando fui sonoplasta de um grande estúdio de Fortaleza. Foi aí que o conheci de perto e passávamos horas conversando sobre nossas vidas, as dificuldades, os sonhos. Eu não sabia, mas ele tinha sido baterista na época do “Massafeira” e agora tocava guitarra, apesar da sua banda Mercedes Band ter acabado, depois de um período de muito sucesso do bar London London.
Chegou o dia em que eu tive o prazer de tocar com ele. Eu o convidei para fazer uma participação na bateria no programa STUDIO A, na TV Diário, quando tocamos o clássico “Something”. Eu estava orgulhoso em ter o Stone na banda Rubber Soul, mas não pudemos ir adiante com o projeto, pois ele não tinha bateria.
Pouco tempo depois, fiquei sabendo que ele não conseguia mais ler um texto inteiro, quando tentava fazer uma locução para spot de rádio. Ele se queixava que se perdia no texto e desconcentrava. Eu achei que fosse apenas uma espécie de depressão, pelos seus problemas. O último contato que tive com ele foi quando um amigo comum o levou para ver a Rubber Soul no Geppos restaurante. Todos já sabiam que ele tinha sido acometido pelo mal de Alzheimer de forma precoce e a família ficou feliz quando percebeu que ele cantava e batucava as músicas dos Beatles na mesa. Esse amigo me revelou que o prognóstico não era nada animador, e que o Stone dali a três meses nem reconheceria mais as pessoas. Eu duvidei... O nosso amigo disse que a partir daquele dia o levaria todas as quintas-feiras para ver a Rubber Soul, pois aquilo o fizera muito bem. Nunca mais eles apareceram.
Hoje eu vejo esta foto e um pedido de ajuda. Sinto-me muito frustrado em não estar em condições de ajudá-lo. O que eu posso fazer é escrever, que é a única coisa que eu sei fazer na vida. Mas isso não cura a frustração. Também não tenho forças para ir vê-lo pessoalmente. Não sei as conseqüências que poderia trazer para a minha vida. É sério. Mas ele está nas minhas orações diárias e eternamente na minha memória.
Eu queria mesmo poder organizar um show, ao lado de amigos que tocaram com ele ou o admiravam como eu, e reverter a renda para que ele tenha dias mais condizentes com a sua importância para o cenário artístico cearense.... Força, amigo!
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