A Fecomércio-Ce e o Conselho Regional de Economia (Corecon-Ce), em parceria, divulgam a oitava edição da pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE). A pesquisa, de periodicidade bimestral, colheu no período julho-agosto as expectativas de mais de 80 especialistas em economia. A amostra reúne profissionais dos mais diversos setores como: indústria, agricultura, setor público, mercado financeiro, comércio e serviços. Economistas, empresários, consultores, executivos de finanças, professores universitários, pesquisadores, analistas e dirigentes de entidades diversas contribuíram com suas percepções.
A pesquisa pontua de zero a 200 pontos as variáveis analisadas. Abaixo de 100 pontos configura-se uma situação de pessimismo e acima desse valor, otimismo. Das nove variáveis investigadas, os analistas revelaram otimismo em apenas três: cenário internacional (116,1 pontos), taxa de câmbio (111,3 pontos) e oferta de crédito (109,7 pontos). A atual pesquisa é a que apresenta o maior número de variáveis avaliadas com pessimismo pelos especialistas. Alinhada com outras pesquisas de expectativas, como a Focus, por exemplo, o IEE revela pessimismo no que respeita à evolução da atividade econômica interna que atingiu 70,2 pontos.
Além da evolução do PIB, os analistas revelaram pessimismo com cinco variáveis: gastos públicos (97,6 pontos), taxa de inflação (71,8) taxa de juros (59,7), nível de emprego (38,7) e salários reais (33,1), que atingiu a menor pontuação. Conforme a metodologia, cada uma das variáveis analisadas gera três índices: de percepção presente, futura e de expectativa geral. Considerando a soma das variáveis, o índice geral declinou da sétima para a oitava pesquisa de 82,2 pontos para 78,7 pontos, uma variação negativa de 4,3%, revelando aumento no pessimismo na percepção geral dos especialistas do Ceará.
A pesquisa mostra também ceticismo dos analistas sobre o comportamento futuro das variáveis que declinou de 106,3 pontos para 98,9 pontos, o que corresponde a uma variação negativa de 7,0%. Ademais, vale destacar que a percepção pessimista sobre o desempenho presente das variáveis aumentou 8,5%, com o índice declinando de 63,8 pontos para 58,4 pontos.
Vale salientar que as expectativas movem os agentes econômicos impactando, positivamente ou negativamente, o comportamento das diversas variáveis econômicas como consumo, investimento, poupança, taxa de juros, dentre outras. Ao mesmo tempo, a performance, positiva ou negativa das variáveis, índices e indicadores econômicos interfere na percepção dos diversos agentes econômicos. Assim, as expectativas são a um só tempo causa e consequência do comportamento econômico.
A pesquisa Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE) revela, na sua oitava edição, que o ceticismo dos analistas consultados aumentou e se generalizou, ocorrendo deterioração nas expectativas captadas pelos três índices: de percepção geral, presente e futura. Os resultados estão em consonância com o comportamento dos indicadores macroeconômicos e com a realidade política do país.
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