Tecnologia, redes sociais, nativos digitais... estes são alguns dos protagonistas da cultura interativa e instantânea em que estamos imersos e que vem gerando grandes desafios para as empresas, em especial as de educação. Como criar formas de ensinar e aprender que sejam eficientes e que, ao mesmo tempo, engajem o aluno de hoje? No segmento de idiomas, o dilema não é diferente. Para o brasileiro, estudar idiomas muitas vezes é como ir à academia. Ele já sabe que precisa, mas ainda parece encontrar dificuldades para tomar a iniciativa. O nosso desafio é justamente trazer à tona a motivação certa para isso.
Quando se trata do aprendizado de uma nova língua, o intercâmbio de experiências e culturas é certamente um dos principais fatores para motivar o aluno. Vemos isso acontecendo por meio de músicas, séries de televisão, filmes, notícias, e muitos outros conteúdos que são consumidos diariamente, em escala global, e que instigam a curiosidade e o compartilhamento de ideias sobre contextos novos e diferentes. Mas então como trazer esse envolvimento para dentro da sala de aula?
Antes de mais nada, é importante vermos a tecnologia não como um fator restritivo ou impositivo, mas como um agente auxiliador, que leva ao aluno aquilo que ele, frequentemente, não pode ter de outra forma: a experimentação. Acrescentar uma nova cultura à rotina do estudante é, seguramente, uma forma de engajamento que gera afinidade e abre possibilidades, sobretudo quando se mostra na prática o poder transformador que um novo idioma pode ter em sua vida.
Temos experiências ótimas no Brasil e no mundo sobre como o blended learning – ensino híbrido que combina elementos presenciais e a distância – pode ser aplicado, explorando a sala de aula para que os alunos privilegiem a interação social, e utilizando as ferramentas online como complemento para a prática do idioma. Em geral, sabemos que hoje a experimentação fora de sala deve ir além de uma sessão de cinema com um filme sem legendas ou de músicas novas para treino da compreensão da língua estrangeira. É cada vez mais necessário avaliar os reais desejos dos alunos em relação aos objetivos de aprendizagem e, a partir disso, propor formas interativas e criativas para promover o engajamento por meio das plataformas digitais. Isto pode ocorrer por intermédio de jogos, conteúdo audiovisual, comunidades de discussão ou, até mesmo, a interação direta com pessoas nativas dessas outras culturas.
A tecnologia é uma grande aliada para encurtar distâncias e derrubar barreiras geográficas, aumentando o tempo e a qualidade da experiência do aluno com o idioma estrangeiro. Vamos, então, incentivar e explorar ao máximo a criatividade que nasce da combinação entre diferentes culturas e ideias para tornar a aprendizagem ainda mais significativa.
*Marcelo Barros é diretor de Educação do CNA, rede de franquias com 609 escolas de inglês e espanhol em todo o Brasil. É responsável por formação e desenvolvimento de pessoas, elaboração de novos produtos editoriais, consultoria pedagógica de campo e pelos certificados e demais produtos internacionais da rede. Ele também é diretor (voluntário) do BRAZ-TESOL, a maior associação de professores de inglês do país.
Comentários
Postar um comentário