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O Brasil é considerado por especialistas mundiais com um dos países-exemplo no combate ao tabagismo. Seja pelas campanhas de conscientização – que incluem fortes imagens nos maços de cigarros –, seja pela legislação, que restringe o consumo em lugares públicos, entre outras proibições, o número de fumantes caiu vertiginosamente nos últimos anos, passando de 33% para 17% da população. O mesmo sucesso não vem acontecendo no tocante ao consumo de álcool e de drogas ilícitas como a maconha. Recente pesquisa internacional mostra que 23% dos estudantes brasileiros dizem existir drogas nas escolas, bem acima da média de outros países, o que demonstra o perigo que ronda nossos jovens. O consumo nessa fase pode gerar graves problemas na vida adulta, com grande chance de chegar à dependência.
Há 15 anos, o CIEE realiza um trabalho de conscientização sobre drogas nas universidades brasileiras. Nas primeiras ações, foram elaboradas cartilhas com o objetivo de engajar os jovens à campanha Diga Sim à Vida. Em 2000, o CIEE levou para a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), um projeto ambicioso: a Campanha Nacional sobre Drogas nas Escolas Superiores, que promove seminários para conscientização e debates sobre o assunto. Na semana passada, foi realizada a 100.ª edição do seminário, com participação de especialistas que participaram ativamente do processo nesses anos, como os pesquisadores Arthur Guerra, Ana Regina Noto e Ana Cecília Petta Marques, além do desembargador Walter Maierovitch, vice-presidente do Conselho de Administração do CIEE e ex-secretário da Senad, que, em 2000, abraçou o projeto de compromisso social.
Durante esse período, mais de 40 mil jovens, educadores e pais já assistiram às palestras e participaram das reflexões em vários estados. Ainda há um grande caminho a percorrer. Enquanto as grandes cidades não conseguirem conter o consumo e o tráfico de drogas, campanhas de conscientização ainda são um alento para que, no futuro, possamos colher estatísticas mais animadoras.
Luiz Gonzaga Bertelli é presidente do Conselho de Administração do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp".
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