"Ninguém deve ter ficado surpreso com o resultado ruim da prévia do PIB de 2014. Nem a nova metodologia trouxe algum alento para os números. Mas a importância desse olhar sobre o passado recente da economia do país reside no que ele sinaliza para o futuro. Como todos nós já sabemos, não será possível escapar das consequências de anos de desinvestimento: 2015 será um ano duro, com poucas possibilidades de recuperação e um ajuste de tamanho ainda desconhecido – e por isso mesmo preocupante.
Para o setor atacadista e distribuidor, a pressão deve ser um pouco menor, já que há um claro limite para redução de despesas com produtos básicos como alimentos e itens de limpeza doméstica e higiene pessoal. Mas a maior parte da economia deve passar por uma fase de grandes dificuldades.
Contudo, o que todo o setor produtivo espera, para que o Brasil não mergulhe em uma recessão profunda, é que a conta do ajuste econômico não recaia apenas sobre as empresas e pessoas físicas. O governo precisa implementar as novas regras e diretrizes econômicas com rapidez e seriedade, além de fazer a lição de casa e dar exemplo de austeridade, combatendo sem tréguas a corrupção que sangra os cofres do governo e cortando de fato as despesas de custeio da máquina pública. De outra forma, será muito difícil – interna e externamente – recuperar a confiança no crescimento do país.
José do Egito Frota Lopes FilhoPresidente da ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados".
Comentários
Postar um comentário