O vazamento do tema da Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014 no Ceará não beneficiou ninguém. Essa foi a a conclusão da investigação feita pelo Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE). Com isso a procuradora da República no Estado, Nilce Cunha Rodrigues, mandou arquivar o processo.
Para ela, considerando tudo que foi apurado nos autos do processo, "conclui-se que as irregularidades verificadas no manuseio das provas de Redação não se revelaram de potencial capaz de malferir o princípio da isonomia". A procuradora em seu despacho salienta que "não foi possível com base no relatório pericial da Polícia Federal, identificar o responsável pelo vazamento e tampouco a ocorrência de qualquer benefício para quem quer que seja".
A procuradora concluiu ainda que "não foi possível comprovar que o vazamento resultou de um esquema pré-organizado com o objetivo de beneficiar candidatos do Enem 2014. Para Nilce Cunha, "o que ocorreu foi, a bem da verdade, uma notícia de forma bastante restrita e desorganizada, sem potencial para malferir o princípio da isonomia entre os concorrentes".
O despacho da procuradora detalha que os estudantes participantes do Enem 2014, ouvidos na investigação, não teriam como ser beneficiados. "Uma porque um dos estudantes tomou conhecimento do tema um pouco antes do início da prova, não lhe conferindo credibilidade, achando que se tratava de mais um trote dentre tantos que circulavam nas redes sociais. Outro estudante investigado somente teve acesso à informação do tema após concluir a prova e já fora do local do exame".
Nilce Cunha finaliza seu despacho determinando o arquivamento do processo por entender que "considerando que o Ebem 2014 contou com cerca de nove milhões de inscritos, somente fatos deveras graves o suficiente para comrprometer a legalidade do exame poderiam autorizar medidas tendentes à anulação das provas, e, desde que comprovado haver um número significativo de concorrentes se beneficiado da fraude".
Os dois estudantes investigados chegaram a ser presos em Juazeiro do Norte, a 540 quilômetros de Fortaleza, pela Polícia Federal (PF) acusados de terem conhecimento antecipado do tema da Redação - "Publicidade Infantil".
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