Sempre pensando alto, Carolina Munhóz (foto), tinha sonhos que, à princípio, pareciam difíceis de concretizar. Conhecer Londres, o elenco de Harry Potter e... ser escritora! Não demorou para que a jovem superasse as dificuldades da adolescência (ela relata ter sofrido bullying e ter tido depressão), realizasse todos os seus sonhos e se tornasse uma escritora reconhecida no universo da literatura fantástica no Brasil.
Durante a palestra “Dos contos de fada a Harry Potter”, ontem, na XI Bienal Internacional do Livro do Ceará, a escritora contou sua trajetória no universo literário, das primeiras leituras de Harry Potter ao lançamento de seus próprios livros. Por fim, a jovem escritora reforça a necessidade desses eventos para difundir e incentivar a leitura. “Eu acredito no poder dos livros, das feiras, dos pais e de tudo aquilo que pode incentivar de alguma forma as pessoas lerem.”
Carolina Munhóz é autora dos livros “A Fada”, “O Inverno das Fadas”, “Feérica” e “O Reino Das Vozes que Não Se Calam”. A escritora segue na programação da XI Bienal Internacional do Livro nesta sexta-feira (12), a partir das 18h, com a gravação ao vivo do Podcast “RapaduraCast” com a participação de Raphael Draccon.
VI Fórum da Rede Nordeste do Livro - A temática em torno do mercado editorial de livros digitais ganhou espaço na manhã de ontem, na XI Bienal Internacional do Livro do Ceará. Com a palestra “Panorama da indústria do livro na era Digital”, teve início o VI Fórum da Rede Nordeste do Livro, Leitura e o Fórum do Livro Leitura e Literatura que contou com a presença do editor e especialista em livros digitais Ednei Procópio, o fundador do site Publish News Carlo Carrenho e Flávio Martins, da Conhecimento Editora, mediando a conversa.
Mileide Flores, uma das coordenadoras do Fórum da Rede Nordeste do Livro e curadora da programação da XI Bienal, fez o discurso inicial e convidou ao palco os três convidados para o debate. Flávio Martins destacou a influência do livro digital no livro físico e a resistência da procura por livros de papel no mercado.
Literatura e loucura - O escritor e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Jackson Sampaio, discutiu na tarde de ontem os encontros e desencontros entre a literatura e a loucura, durante a XI Bienal Internacional do Livro. A conversa foi mediada pela professora Marisa Aderaldo.
Na conversa, Jackson, que além de poeta é formado em medicina, faz um passeio pela história da loucura, viajando em tempos remotos para relembrar suas definições e representações sociais. No entanto, põe-se a definir a loucura como todo comportamento que não se ajusta nos ideais que a sociedade tem de si mesma. “Dessa forma, escrever poesia só pode ser coisa de louco!”, brinca.
A conversa ainda mergulhou nas profundidades de duas palavras chaves: omnidade; que diz respeito às “intertransformações” entre subjetividade e objetividade construindo o homem, e democracia; que parte da negociação de necessidades na sociedade. O termos se dialogam de forma subversiva, através da literatura. “Eu não acho que a literatura deva ser carreira ou orgulhar ninguém, ela é como respirar e não vejo alguém se orgulhando de respirar.”
Para Jackson, a literatura, especialmente a poesia, não deve ser sempre associada à loucura, já que o poeta, quando psicótico, alucina de forma controlada. “Não há relação direta de causa e efeito entre a literatura e a doença mental. Há grandes poetas que são loucos, mas há também os que não são”, afirma.
O autor acredita que a poesia vive seu melhor momento, porque “não serve pra nada” e, segundo ele, é essa inutilidade que a torna livre. Afinal, “Quem pode ser tachado de louco... ou de poeta?”, questiona Jackson.
A XI Bienal do Livro segue até domingo (14), das nove da manhã às dez da noite, no Centro de Eventos do Ceará, com entrada grátis.
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