"A Petrobras esclarece que decidiu, nesta data, não divulgar as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014 não revisadas pelos auditores independentes tendo em vista os novos fatos ocorridos após o dia 13 de novembro de 2014, relacionados, direta ou indiretamente, à Operação Lava Jato, quais sejam:
i) Postergação para 31 de janeiro de 2015 do vencimento dos primeiros covenants (obrigações), possibilitando a apresentação das demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014 não revisadas até esta data sem risco de declaração de vencimento antecipado da dívida pelos credores;
ii) Recebimento pela Petrobras, em 21 de novembro de 2014, de uma intimação (subpoena) da Securities and Exchange Commission (SEC) requerendo documentos relativos a uma investigação sobre a companhia iniciada pela SEC;
iii) Conhecimento pela Petrobras, em 03 de dezembro de 2014, dos depoimentos prestados no âmbito do acordo de colaboração premiada do Sr. Julio Gerin de Almeida Camargo (Grupo Toyo) e Sr. Augusto Ribeiro de Mendonça Neto (Grupo Setal);
iv) Citação da Petrobras, em 09 de dezembro de 2014, relativa à ação coletiva (class action) movida pelo Sr. Peter Kaltman perante corte nos Estados Unidos (United States District Court, Southern District of New York). Nós acreditamos que outras ações serão apresentadas e possivelmente consolidadas com a ação do Sr. Kaltman;
v) Ajuizamento pelo Ministério Público Federal, no dia 11 de dezembro de 2014, de ações criminais contra diversas pessoas, dentre as quais o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e outros gestores de empresas, por corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa, lavagem de dinheiro e uso de documento falso.
Entretanto, considerando o dever de informar e agindo com diligência e transparência, a companhia está divulgando informações relativas aos indicadores operacionais e algumas informações econômico-financeiras que acreditamos que não são afetadas pelos potenciais ajustes decorrentes da “Operação Lava Jato”. Essas informações não foram revisadas pelos nossos auditores independentes.
No 3º trimestre de 2014 a Receita de Vendas atingiu R$ 88.378 milhões e o Caixa e Equivalentes de Caixa, R$ 62.409 milhões
O aumento de 7% na Receita de Vendas, comparada ao 2T-2014, foi devido às maiores exportações de petróleo e ao aumento da demanda no mercado interno, principalmente diesel, suportada na maior parte pela produção nacional de derivados. Em relação ao período de jan-set/2013, a Receita de Vendas foi superior em 13%, refletindo os maiores preços nas vendas de derivados no mercado interno devido à incidência em todo o ano de 2014 dos reajustes de diesel e gasolina ao longo de 2013, além do efeito da depreciação cambial (8%) sobre os preços dos derivados atrelados ao mercado internacional e das exportações, maiores preços de energia e gás natural; bem como pelo aumento da demanda de derivados no mercado interno (3%), principalmente diesel (2%), gasolina (5%) e óleo combustível (21%), e pelo maior volume de petróleo exportado (12%), parcialmente compensados pela menor exportação de óleo combustível (14%).
A Diretoria Executiva aprovou recentemente a implementação de uma série de ações voltadas para a preservação do caixa, que em 30 de setembro de 2014 era de R$ 62,4 bilhões, e da liquidez nas operações da companhia, que incluem, por exemplo, a antecipação de recebíveis, a redução do ritmo dos investimentos em projetos, a revisão de estratégias de preços de produtos e a redução de custos operacionais em atividades ainda não alcançadas pelos programas estruturantes. Essas ações asseguram fluxo de caixa livre positivo no próximo ano, considerando preços de petróleo em torno de US$ 70/bbl e taxa de câmbio em torno de R$ 2,60/US$, e eliminam a necessidade de captações junto ao mercado no próximo ano.
Gerência de Comunicação da Petrobras".
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