O governador Cid Gomes foi condecorado nesta quinta-feira (22), pela Medalha Mérito Industrial. A comenda foi entregue pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Roberto Macêdo. Foram também homenageados os industriais Francisco Demontiê Mendes Aragão e Valdelírio Pereira de Soares Filho. Cid Gomes agradeceu a medalha em nome dos homenagedos.
Confira a íntegra do discurso:
"Ser homenageado é uma experiência que a muitos envaidece. Para mim, além de ser motivo de orgulho, a Medalha do Mérito Industrial, dada sua origem nobre e a grandeza de quem a concede, tem o condão de reforçar responsabilidades e compromissos com o Ceará e seu povo.
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará desfruta de imensurável prestígio e credibilidade, um bem imaterial alicerçado em uma história mais que sexagenária, cujo primeiro capítulo foi escrito em maio de 1950, quando o Ministério do Trabalho expediu a carta de reconhecimento da nova entidade.
Ao ser criada, a FIEC reuniu os sindicatos da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral; da Construção Civil; da Indústria de Calçados; da Indústria de Tipografia e de Alfaiataria e Confecção de Roupas para Homens. Materializava-se, dessa forma, um sonho acalentado, desde os anos 40, pelos industriais cearenses, que ansiavam pelo surgimento de um organismo que os aglutinasse, potencializando suas forças e sua capacidade de gerar riquezas para o Ceará. Estou certo, senhoras e senhores, de que o nosso Estado não teria hoje esse dinamismo, essa capacidade de crescer e produzir, esse protagonismo na economia regional e nacional, se aquela iniciativa houvesse malogrado.
Muito pelo contrário, o que aconteceu foi a vitória da abnegação. Em 64 anos, a FIEC consolidou-se, ampliou extraordinariamente o seu perfil institucional, suplantou as incontáveis crises conjunturais, semeadas ao longo da história do nosso País, e se tornou a maior entidade de classe do Ceará. Hoje, é um fórum de modernidade, aberto à discussão produtiva, e sempre mobilizado, promovendo ações que objetivam o desenvolvimento sustentável do Estado.
Ao lado de seus companheiros de Diretoria, o meu amigo, o Presidente Roberto Proença de Macedo é o continuador dessa crônica de realizações, que se mescla com a própria história do Ceará moderno.
Ao lado de seus companheiros de Diretoria, o meu amigo, o Presidente Roberto Proença de Macedo é o continuador dessa crônica de realizações, que se mescla com a própria história do Ceará moderno.
Um breve olhar sobre a lista de personalidades já agraciadas com a Medalha do Mérito Industrial, desde sua criação, em 1974, revela um elenco de personagens que se distribuem pelos mais variados setores da sociedade e que, de fato, ajudaram a escrever a nossa história contemporânea. Ali se encontram, dentre outros, governadores, reitores, figuras do mundo político, ministros, banqueiros e economistas, ao lado dos mais destacados representantes da indústria.
Para mim – e, decerto, para os companheiros que dividem comigo, nesta noite, o pódio dos homenageados – é uma honra muito grande ser incluído naquela galeria. Daí o sentimento a que me referi, no início, de que redobram minhas responsabilidades, ao ser distinguido, pelo Sistema FIEC, no Dia da Indústria, com a Medalha do Mérito Industrial.
A satisfação pessoal é ainda maior pelo fato de aqui me encontrar lado a lado com os industriais Francisco Demontiê Mendes Aragão e Valdelírio Pereira de Soares Filho.
O primeiro, que divide comigo a sorte de ser sobralense, lidera um grupo sólido, firmado sobre a rocha da competência, embasado no mármore da criatividade e da visão ambientalista. É com o granito da competência que ele edificou seu pedestal nos mercados nacional e internacional, revelando ao mundo que, apesar das adversidades, mesmo quando há pedras no caminho, os cearenses não hesitam em avançar, em construir, em realizar.
Valdelírio Filho trouxe, dos sertões de Crateús, o DNA da criatividade. O Ensino Técnico – no qual o Governo do Estado tanto tem investido recursos em anos recentes – aprimorou nele o gosto pela pesquisa e a inovação. Enveredou pelos caminhos da tecnologia de ponta e, graças à sua ousadia, o Ceará passou a produzir sistemas operacionais e hardwares, interfaces, drives de disco e no-breaks inteligentes. Inquieto, transferiu-se para o setor imobiliário e já atua no mercado do turismo. Ou seja, é um cearense da mais pura estirpe, daqueles que não hesitam em explorar novos caminhos.
Senhoras e senhores, explica-se, a partir desta pequena amostragem, o dinamismo da indústria cearense em nossos dias. Capitaneado por essa força viva que é a FIEC, o setor industrial cearense tem sabido crescer, avantajar-se nos contextos regional e nacional, assumindo responsabilidades sociais e ambientais, gerando milhares de empregos e assim ajudando o Ceará a escalar um novo patamar de desenvolvimento.
É alentador constatar que a indústria cearense apresentou, no primeiro trimestre deste ano, expansão de 1,2% na produção física, em comparação com o igual período de 2013, obtendo, mais uma vez, resultado superior à média nacional, que foi de 0,4%. Isto, reconheça-se, apesar de uma política econômica demasiado parcimoniosa em incentivos e de uma carga tributária que, no Brasil, lamentavelmente, pesa cada vez mais sobre os ombros de quem produz.
Entre os diversos setores, destacou-se o ritmo de expansão da indústria de vestuário (20,0%); petróleo, derivados e álcool (16,5%); produtos de metal (9,1%); bebidas (9,1%) e alimentos (9,0%). Não poderia perder esta oportunidade de me congratular com cada um dos responsáveis por esse desempenho.
Entre os diversos setores, destacou-se o ritmo de expansão da indústria de vestuário (20,0%); petróleo, derivados e álcool (16,5%); produtos de metal (9,1%); bebidas (9,1%) e alimentos (9,0%). Não poderia perder esta oportunidade de me congratular com cada um dos responsáveis por esse desempenho.
Estamos, sem dúvida, no caminho certo. Nossas aspirações – as do setor produtivo, assim como as do Governo do Estado – são de elevar o nível de desenvolvimento socioeconômico, gerando mais oportunidades para todos. Meu grande desafio, aquele que guiou minhas ações desde o primeiro dia da atual gestão, foi reverter uma situação intolerável para nós, cearenses, representada pelo fato de somarmos 4% da população do País e representarmos apenas 2,1% do PIB nacional.
Com os investimentos que temos multiplicado em anos recentes, ampliando o Complexo Industrial e Portuário do Pecém; fazendo surgir o Polo Siderúrgico; construindo centros de eventos e aeroportos; abrindo e alargando estradas; fazendo surgir o Cinturão das Águas, o Cinturão Digital e os parques eólicos; construindo dezenas de policlínicas, unidades de pronto atendimento e centros de especialidades odontológicas, além de grandes hospitais regionais; implantando uma centena de escolas de Educação Profissional; com todo este esforço, o que temos realizado é uma obra indestrutível, cujos resultados positivos só tendem a se desdobrar, beneficiando todos os estratos sociais.
As largas estradas abertas para a educação e para a saúde são as mesmas por onde vão trafegar os motores do crescimento na indústria e na prestação de serviços, porque não existe desenvolvimento econômico sustentável sem um avanço das políticas sociais e sem a consequente melhoria nas condições de vida da população. É esta sincronia que temos perseguido, que estamos alcançando, e que começa a gerar frutos promissores.
O Ceará é hoje um Estado que cresce mais que a média do País e isto não é obra do acaso. Resulta de estratégias bem delineadas, realistas e, por vezes, até ousadas. Resulta do gênio criativo do nosso povo, de sua coragem, de sua capacidade de trabalho. Resulta da atuação de um setor produtivo competente, criativo, atento à inovação, e que soube modernizar-se e acompanhar as transformações em escala global. A FIEC, o espírito do FIEC, plasma este Ceará do Século 21.
Por tudo isto, senhoras e senhores, me sinto muito honrado com a homenagem desta noite, partilhada, para minha satisfação, com Francisco Demontiê e Valdelírio Filho. Em meu nome e em nome dos companheiros homenageados, dirijo sinceros agradecimentos à Federação das Indústrias do Estado do Ceará, na pessoa do seu presidente, Roberto Macedo.
Exibir no peito a Medalha do Mérito Industrial nos torna personagens da história desta Casa e este é um papel que assumimos com muito senso de responsabilidade, pois a distinção vem nos colocar em companhias de personalidades a quem sempre admiramos. Raul Barbosa, Virgílio Távora, Edson Queiroz, Antônio Martins Filho são só alguns dos ícones dessa galeria ilustre, que, por sua grandeza, emprestam enorme importância à comenda. Portanto, prezados Demontiê e Valdelírio, teremos que nos desdobrar, doravante, para fazer jus à insigne medalha que agora brilha em nosso peito, e à confiança daqueles que, na cúpula da FIEC, avalizaram os nossos nomes”.
Cid Ferreira Gomes
Governador do Estado do Ceará
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