O presidente do Sindicato dos Médicos do Estado Ceará (SIMEC), José Maria Pontes, esclarece que as vaias na manifestação desta segunda-feira (26), na Escola de Saúde Pública, não eram para médicos cubanos, o protesto não foi contra a vinda de médicos estrangeiros, mas a favor da aplicação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida).
“Nós vaiamos quem estava com eles, eles não têm culpa, só que não dava para não misturar se estava todo mundo junto. Fomos sim, de maneira pacífica (sem violência) e democrática, fazer um protesto contra a vinda de médicos do exterior sem o Revalida e com sinais de trabalho escravo.
Durante as manifestações dos médicos, enquanto os médicos cubanos e os gestores se encontravam dentro da Escola de Saúde Publica, nós colocamos pelo microfone várias vezes que não iríamos aceitar trabalho escravo de nossos colegas cubanos: sem direitos trabalhistas, sem poder ter casamento com brasileiro, também para não sem poder trazer a família, entre outros. Falamos, várias vezes, que não aceitaríamos este tipo de trabalho para estes médicos do Programa mais Médicos, pois isto na nossa opinião é trabalho escravo.
No final, recebi uma ligação do Dr. Arruda, secretário de saúde do Estado, dizendo que o pessoal estava querendo sair, mas estavam com medo dos manifestantes e eu disse para ele que podiam sair, mas que os responsáveis ali presentes iriam levar uma grande vaia, pensávamos que eles iam sair separadamente e para surpresa nossa saíram todos juntos, isto é, gestores e médicos. Formamos um corredor polonês e quando os gestores, acompanhados por médicos, foram vaiados. Durante a manifestação repetimos várias vezes que não aceitaríamos trabalho escravo nem de brasileiros e nem de estrangeiros, e quando foi colocado a palavra de ordem de "escravo", não foi no sentido pejorativo, pois jamais iríamos ter este comportamento, foi sim em não aceitar o trabalho escravo que é o que vai acontecer, caso não exista uma mudança na MP 621. Por uma questão humanitária os médicos do Brasil não aceitarão exploração de nenhum médico em nosso território.
Quero reafirmar nosso compromisso com os médicos, com um SUS público e de qualidade e com as leis do nosso País e vamos continuar lutando contra todo trabalho escravo e que todos profissionais formados fora do Brasil e que queira trabalhar entre nós que faça uma prova de habilitação para poder atender bem ao nosso povo.
Lamentavelmente, para surpresa nossa, lemos pelos jornais as informações que não correspondiam com o que aconteceu”.
José Maria Pontes – Presidente do SIMEC
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