O Tribunal do Contas do Ceará está entre os
cinco do País a cumprir o modelo de transparência adotado pela União. A
constatação foi feita pelo Jornal O Globo, em matéria
publicada nesta quinta-feira (16/5), quando se completou um ano da Lei
de Acesso à Informação. Ao lado do Ceará, destacaram-se os Tribunais do
Paraná, Santa Catarina, Pará e Rondônia.
De acordo com a matéria, assinada pelo
jornalista Sérgio Roxo, 16 Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
Federal, guardiões dos gastos públicos, não divulgam nomes com salários
de servidores.
“Com isso, transformam as informações
sobre os salários pagos aos seus servidores em uma caixa preta.
Levantamento realizado em sites dos tribunais das 27 unidades da
Federação mostra que 16 não informam o salário de cada funcionário, como
foi estabelecido pela regulamentação da Lei de Acesso à Informação,
aplicada aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.”
Além da falta de informação sobre os
salários, alguns órgãos também não respeitam outras determinações da Lei
de Acesso, como a publicação de uma ferramenta para que o usuário possa
pedir informações. Dados de despesas e licitações, em muitos casos,
também estão desatualizados.
Um ano depois da entrada em vigor da Lei
de Acesso à Informação, completado nesta quinta-feira, alguns tribunais
de contas ainda alegam que estão se adaptando às novas normas. É o caso
do TCE do Maranhão, que não traz em sua página de transparência
qualquer informação sobre valores de salários. Tampouco é possível obter
o nome dos servidores. Procurado, o tribunal informou que “está
ultimando estudos” para se adequar às regras.
O TCE da Bahia tem a mesma situação do
Maranhão. A assessoria do órgão alegou que as informações sobre os
salários dos servidores serão incluídas em breve. A maioria dos
tribunais até divulga uma lista de funcionários e uma tabela com os
valores dos salários para cada função. Por esse mecanismo, no entanto, é
impossível saber quem acumula a remuneração do cargo com gratificações,
o que pode gerar supersalários.
O tribunal do Rio divulga a tabela com
os salários-base relativos a cada cargo, mas não tem a lista de
servidores do órgão disponível em seu site. A assessoria do TCE do Rio
alega atender a um parecer da procuradoria do órgão, apesar da
regulamentação federal da lei.
O site do tribunal de São Paulo informa
os valores pagos para ocupantes de cada cargo e até as gratificações,
mas não informa os nomes dos beneficiados. A relação de funcionários
fica disponível em outro link. A assessoria de imprensa da Casa disse
que a página está passando por “reestruturação”, e a informação será
incluída.
Há até um caso em que a página inteira
de transparência está fora do ar. No site do tribunal de Alagoas, o link
para a área de “acesso à informação ao cidadão” manda o internauta para
uma página “com erro”. Segundo a assessoria do órgão, o portal inteiro
saiu do ar há alguns dias e, quando voltou, “alguma páginas”
permaneceram com falhas. A previsão sobre a volta do site só poderia ser
feita pelo responsável pela área de tecnologia, que estaria viajando.
Em seis tribunais, sequer existe a
ferramenta para o cidadão pedir informações, como determina a Lei de
Acesso à Informação e que independe da força de regulamentação.
Há ainda casos de sites com informações
desatualizadas, como o do tribunal do Amapá, cuja relação de
fornecedores pagos, por exemplo, só pode ser consultada até o mês de
novembro do ano passado. O tribunal da Paraíba só disponibiliza
balancetes fiscais e informações sobre processos de licitações de 2012. A
Lei de Acesso à Informação estabelece que esse tipo de dado deve ser
disponibilizado em tempo real. Um outro problema constatado é com
relação à informação de diárias pagas a funcionários por viagens. No TCE
do Amazonas, não há informação. Alguns divulgam o valor, mas não o
servidor beneficiado.
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