Cerca de 200 trabalhadores rurais sem terra ocupam o Palácio da Abolição, sede do Governo do Ceará, em Fortaleza. Depois de ocuparem o Canal da Integração, na terça-feira (16) e a sede do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), na quarta-feira (17) os trabalhadores ligados ao Movimento dos Sem Terra (MST) buscaram nesta quinta-feira (18) uma audiência com o governador Cid Gomes (PSB).
Do governador o MST pediram a perfuração imediata de 128 poços profundos e recuperação de outros 23. Estes poços devem ser cavados em 55 cidades onde estão os maiores assentamentos que passam atualmente devido a seca por dificuldade de água. "Não temos água nem para beber e o nossas cabeças de gado estão morrendo por falta de água e de milho", denuncia um dos líderes do MST no Ceará, Pedro Neto.
A manifestação do MST faz parte do Abril Vermelho que acontece em todo o Brasil com ocupações em prédios públicos e fechamentos de rodovias.
No Palácio da Abolição o clima foi de tensão, uma vez que um pelotão de choque da Policia Militar esteve de prontidão para evitar a entrada de muitos trabalhadores rurais (entrou um grupo de dez sem terra), no gabinete do governador. Um cordão de isolamento foi montado com cerca de 150 policiais armados com escudos, spray pimenta e espingardas que disparam balas de borracha.
O lago do mausoléu onde está enterrado o corpo do ex-presidente do Brasil, Humberto de Alencar Castelo Branco, que fica ao lado do Palácio da Abolição foi tomado por crianças do MST. Elas transformaram o lago num piscinão.
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