As informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada na região metropolitana de Fortaleza (PED-RMF), apontam para uma melhoria nos indicadores do mercado de trabalho, entre 2009 e 2011, especialmente com relação à diminuição das desigualdades existentes entre as populações negra e não-negra, em aspectos como ocupação, desemprego e rendimento.
A taxa de desemprego da população negra, que era até 1,9 ponto percentual acima da não-negra (2009), caiu para 0,5 ponto percentual, em 2011, quando registrou 9,0% entre os negros e 8,5% entre os não-negros.
A dinâmica da expansão das oportunidades de trabalho, especialmente aquelas com carteira assinada, favoreceu maior nível de formalização das relações de trabalho, embora a população negra ainda esteja mais presente nas ocupações que estão à margem da proteção social e trabalhista (sem carteira assinada, trabalho autônomo e emprego doméstico).
Em termos de setor de atividade, a população negra é relativamente menor no setor terciário da economia (comércio e serviços). “Destaca-se que o desempenho da construção civil contribuiu para redução das desigualdades entre negros e não-negros, dada a sobrerrepresentação dos primeiros nesse setor de atividade”, analisa o presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), De Assis Diniz.
Rendimentos
Entre 2009 e 2011, houve também diminuição das disparidades de rendimento entre negros e não-negros. Em 2009, um trabalhador negro chegava a ganhar 29,3% a menos que o trabalhador não-negro, esta diferença de remuneração caiu para 24,9%, em 2011.
Jornada de trabalho
Nesse período, houve redução da jornada de trabalho (média) semanal na RMF (de 44 para 43 horas), embora a população negra ainda trabalhe 1 hora a mais do que a não-negra, em média (43 contra 42 horas).
Educação, trabalho e juventude
De maneira geral, houve redução da participação dos jovens no mercado de trabalho da RMF, especialmente das jovens não-negras, embora tal realidade não tenha trazido grandes modificações com relação à situação de trabalho e estudo dos jovens da RMF.
A pesquisa registrou que 33,5% dos jovens somente estudam, 33,5% somente trabalham, 21,2% não trabalham e não estudam, e 11,8% conseguem conciliar as duas atividades. Considerado a proporção de jovens negros que somente estudam, registrou-se um crescimento de 32,4% para 33,1%. Entretanto, a proporção de jovens não-negros com 12 anos ou mais de estudo chega a ser quase o dobro da dos jovens negros (13,0% contra 6,6%), sinalizando as desigualdades ainda existentes.
O documento registra ainda que 46,3% dos jovens da RMF trabalham, sendo que 11,8% destes trabalham e estudam. “A inserção desses jovens no mercado de trabalho acaba favorecendo a evasão escolar ou dificultando o próprio aprendizado, uma vez que quatro em cada dez jovens possuem jornadas de trabalho superior à jornada legal (44 horas)”, acrescenta Diniz. A proporção de negros nessa situação é bem maior (47,8%) do que entre os não-negros (42,9%).
Assessoria de Comunicação do IDT
Ana Clara Braga (85 3101.5500 / anaclara@idt.org.br )
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