Aos 90 anos, o rádio ainda fala, canta e encanta. Sem barreiras de sexo, idade ou classe social. Exatamente para mantê-lo em evidência e com qualidade pelas próximas décadas é que os profissionais da área lançaram um manifesto público com demandas urgentes.
O documento, aprovado por unanimidade durante congresso do setor em São Paulo, reivindica a destinação dos canais 5 e 6 da TV VHF para o AM, que seriam sintonizados em FM, por meio de medida provisória. E também a flexibilização da transmissão do programa A Voz do Brasil, que aguarda votação na Câmara Federal e segue sem prazo para entrar na pauta.
Rodrigo Neves, presidente da AESP (Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo), afirma que a migração do AM para o FM é uma medida urgente e relevante. Esclarece que, com o crescimento das cidades nas últimas décadas, a propagação das ondas médias (AM) têm sofrido interferências em função do aumento do ruído elétrico gerado por redes de alta tensão e eletrodomésticos, entre outros. “Verificamos que isso fez com que houvesse uma migração de audiência do AM para o FM, principalmente do público mais jovem, que busca qualidade”, afirma.
A mesma opinião foi endossada por Johnny Saad, presidente da Abra (Associação Brasileira de Radiodifusores) e responsável pelo Grupo Bandeirantes de Rádio e Televisão, que ainda ressaltou, também fazendo coro a Neves, a importância de os empresários da radiodifusão permanecerem unidos. “A rádio vizinha não é concorrente. Precisamos trabalhar unidos para que o setor voltar a ser forte como sempre foi”, avalia.
Ainda sobre a migração do AM para o FM, o processo de transição requer cuidado, como a atenção à indústria nacional, segundo o presidente do Grupo Bandeirantes. “Precisamos buscar alternativas, junto aos governos estaduais e federal, que apoiem essa indústria brasileira (de aparelhos de rádio), por exemplo, criando leis de isenção ou redução de impostos”, sugere Johnny. Para o ouvinte, a adoção imediata dos canais 5 e 6 implicaria em melhora da qualidade de som do AM, que se igualaria à transmissão de FM.
Em julho, a AESP entregou ao secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo Lins, relatório comprovando a viabilidade técnica e espectral para que as emissoras AMs sejam sintonizadas em FM (Frequência Modulada).
“Constatamos que já há seis rádios com essa extensão, mas precisamos da totalidade das emissoras operando com essa qualidade”, defende Neves.
Veja abaixo o manifesto, que será divulgado publicamente, solicitando a adesão inclusive do público amante da mídia eletrônica de massa mais antiga do Brasil:
Manifesto de São Paulo
Em São Paulo, no dia 25 de setembro de 2012, radiodifusores reunidos no 17º Congresso de Radiodifusão promovido pela AESP - Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo , comemoraram os 90 anos de Rádio no Brasil.
Após registro da contribuição do rádio para a cultura, entretenimento e informação, foi reafirmada a necessidade da união dos radiodifusores para fortalecimento do setor.
Dois temas foram destacados:
- Migração imediata das emissoras em onda média para frequência modulada analógica, através de Medida Provisória.
- Flexibilização da Voz do Brasil - com a aprovação de projeto de lei em andamento na câmara federal.
Autoridades e radiodifusores presentes ao evento reafirmaram apoio e a necessidade urgente no encaminhamento desses pleitos.
Rodrigo Neves
Presidente da AESP
Presidente da AESP
Mais informações: http://www.aesp.org.br/
Contatos: Christiane Marcondes Brito,cel. (11) 97381-1812
Suzel Tunes, cel. (11) 99617-2512
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