Hoje é Dia de São Francisco e Lustosa da Costa, que morreu ontem à noite em Brasília, escreveu o seguinte no Diário do Nordeste, de 28 de janeiro de 2012, sobre o Largo de São Francisco e Santa Clara, em Sobral, onde o levei:
"A Praça do São FranciscoO jornalista Lauriberto Braga me levou ao Largo do São Francisco, onde me fotografou ao lado da imagem do pobrezinho de Assis e de meu padrinho de crisma, o saudoso deputado Francisco de Almeida Monte. Ali costumo começar minha campanhada matutina pelos sítios em que morei ou estudei na cidade. É quando me lembro que sou tão velho que assisti, ao lado de outros colegas do Educandário São José, à demolição da Igreja de S. Francisco, a antiga, para dar espaço ao imponente templo que veio em seu lugar. Não se usava dinamite como hoje. Os operários iam utilizando picaretas e enxadas para fragilizar lugares estratégicos das elevadas paredes ao fim de que eram puxadas por eles, por cordas, com estrondo e muita poeira.
Desfile-II
A farda era cingida por cinto de couro, com fivela de metal. E hoje sinto o quanto estávamos distantes das preocupações com a ecologia, a defesa do meio ambiente e a saúde das crianças em tal desfile naquele solão de rachar da cidade.
Porco
Na década de 40, sofremos uma decepção. Nosso suíno, criado como príncipe, perdeu o primeiro lugar para o animal apresentado por Renato Bastos, chefe político de Irauçuba, para desgosto de meu pai.
Casarão
Do outro lado da rua, na esquina com Rua Deolindo Barreto, residíamos num casarão que ainda hoje parece intacto. Éramos vizinhos do Sr. Sampaio, rico comerciante, que adorava cavalos de corrida.
Desfile
Na Praça, treinávamos para o desfile de 7 de setembro, sob a liderança de Manuel Elísio Feijão, que depois foi vereador e morreu em Natal, para onde o levaram os filhos. Hoje, lembro da farda cáqui abotoada até o pescoço.
Estudo
Ia às aulas, num sobradinho onde hoje funciona o edifício da telefônica, um colégio misto, o primeiro da cidade, fundado pela ex-freira Honorina Passos, irmã do vigário geral, monsenhor Olavo Passos.
O que mudou
Hoje, a praça virou Largo de S. Francisco e está cheia de bancos e de animais de louça em tamanho natural. É prazeroso este reencontro com aquele local, povoado de lembranças de meu passado.
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