Morreu na noite de ontem (3), em Brasília, aos 74 anos, o jornalista Francisco José Lustosa da Costa. Ele lutava contra um câncer no pulmão há seis meses. Lustosa da Costa era paraibano, mas cresceu no Ceará onde começou sua carreira jornalística, chegando a trabalhar na sucursal de O Estado de S. Paulo, em Brasília. Ultimamente mesmo doente escrevia uma coluna diária para o Diário do Nordeste de Fortaleza.
Sobralense de paixão, o jornalista tinha desejo, que a família vai atender: ter suas cinzas jogadas nas águas do Rio Acaraú, em Sobral, a 240 quilômetros de Fortaleza. O seu corpo será velado nesta quinta-feira (4), na Casa do Ceará, em Brasília. Em seguida será cremado e as cinzas seguirão para Sobral.
Sobre Sobral, Lustosa escreveu sete livros, de um total de 56 publicações que lançou entre romances, crônicas e histórias. Nos livros sobre Sobral retratou o quotidiano do povo sobralense. Era um amante das letras e por isso foi homenageado pela Prefeitura de Sobral que instalou na cidade a Biblioteca Municipal Lustosa da Costa, com um acervo de mais de 3 mil livros, a maioria conseguido pelo jornalista. O prefeito de Sobral, Clodoveu Arruda (PT) decretou luto oficial de três dias em Sobral.
Mesmo morando em Brasília, Lustosa vinha constantemente a Sobral para colher dados de livros que ia lançando. Uma das últimas visitas foi acompanhada por este repórter. Foi em janeiro deste ano, quando Lustosa se definiu como um cronista sobralense. Ele se preparava para lançar o oitavo livro sobre a cidade, onde passou toda sua infância. Ele fez um roteiro pelas principais praças da cidade.
Com 56 anos de jornalismo, Lustosa da Costa se disse um contador de causos. Tudo começou quando era seminarista, quando escreveu seus primeiros artigos e crônicas. "Tenho um prazer imenso de ser jornalista", disse em janeiro de 2012.
Uma ação cultural que Lustosa da Costa tinha orgulho em Sobral é a Biblioteca Municipal que leva seu nome. A Biblioteca Lustosa da Costa, na margem esquerda do Rio Acaraú, é referência para a Zona Norte. "Eu tenho conseguido muitos livros de qualidade. Não é discurso de parlamentar e nem livro escolar fora de moda. Eu consegui com um desembargador cearense, o falecido Mesquitinha, irmão do Petrúcio Maia, três mil exemplares de livros de primeira linha, edições de luxo inclusive. De boa qualidade, não é só porque o papel é bom, não. É Shakespeare, Jorge Luís Borges e as obras completas de autores famosos", disse em entrevista ao Diário do Nordeste em janeiro deste ano.
Além de O Estado de S. Paulo, Lustosa da Costa foi colunista político do Correio Braziliense, tendo passado ainda pelo Correio da Semana, de Sobral e foi editor chefe de Unitário e Correio do Ceará, jornais cearenses extintos que pertenciam aos Diários Associados. Em 2000 tornou-se imortal pela Academia Brasiliense de Letras. Lustosa da Costa é irmão da historiadora Isabel Lustosa.
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