A legalização e a proteção dos queijos artesanais tradicionais brasileiros serão temas do 1º Simpósio de Queijos Artesanais do Brasil. O evento é promovido pela Embrapa Agroindústria Tropical, de 23 a 25 de novembro, na sede do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), em Fortaleza. Os queijos artesanais são preparados com leite cru e o processo de produção é passado de geração em geração em determinadas regiões brasileiras. São exemplos, o queijo Serro e o da Serra da Canastra (MG), o queijo Serrano (RS) e o Coalho, no Nordeste. A produção é bem diferente do método industrial, que além de usar processos mecanizados de produção, pasteuriza o leite.
Em todo o País, as queijarias artesanais têm enfrentado dificuldades por conta da exigência da pasteurização do leite na produção do queijo. A legalização, a certificação e a garantia de políticas públicas de proteção dos queijos artesanais brasileiros serão discutidas por diversas instituições reunidas no 1º Simpósio de Queijos Artesanais do Brasil.
A intenção é discutir alternativas para o setor, pois hoje a legislação nacional não contempla esses queijos. Só nos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul existem cerca de 30 mil produtores de diferentes tipos de queijos artesanais.
O evento, que tem patrocínio do Banco do Nordeste e da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará, deve contar com a participação de 300 pessoas, entre produtores, profissionais, pesquisadores e empresários. Diversos especialistas abordarão as realidades dos mais conhecidos queijos do País, como o Serrano (RS); os queijos Coalho e Manteiga, do Nordeste; os queijos do Serro, Canastra, Cerrado e Campo da Vertente (MG) e o queijo Ilha de Marajó (PA).
A coordenadora do evento, pesquisadora Socorro Bastos, diz que é possível obter queijo artesanal produzido com leite cru de forma segura, mesmo sem a pasteurização do leite. Segundo ela, para isso é necessária a adoção de Boas Práticas Agropecuárias e de Produção.
Conforme Socorro Bastos, a pasteurização altera as características dos produtos tradicionais, como textura e sabor. Ela coordena um projeto que visa a indicação de origem para os queijos do tipo Coalho da região do Jaguaribe. Coordenadas pelo projeto, várias instituições estão envolvidas na criação de diretrizes que serão sugeridas para a regulamentação estadual de queijarias artesanais no Ceará.
“O modo de fazer o queijo artesanal passa de geração para geração, está associado ao modo de vida dos produtores e faz parte da bagagem cultural dos territórios. Temos de lutar para garantir a tradição, a cultura e a história dos queijos artesanais, mas com segurança, qualidade e certificação dos produtos”, diz a pesquisadora.
O 1º Simpósio de Queijos Artesanais do Brasil também apresentará o papel das instituições de pesquisa, ensino e extensão na melhoria da qualidade dos produtos, assim como os aspectos da sustentabilidade, competitividade e comercialização. O Simpósio contará ainda com momento de integração: feira com produtos, equipamentos, tecnologia de fabricação; exposição em estandes dos diversos estados produtores de queijos artesanais; exposição científica e de banners; música ao vivo no espaço da gastronomia.
(Verônica Freire-MTB 01225JP- Embrapa Agroindústria Tropical-Fortaleza - 85.33917117 ou 85.96181260)
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