EDUARDO MAGOSSI - O Estado de S.Paulo
Com 330 mil hectares de terras plantadas em quatro Estados, e presente em Goiás, Mato Grosso, Bahia, Rio Grande do Sul, Ceará e Minas Gerais, a Vanguarda Agro - formada por ativos e terras da Brasil Ecodiesel, Maeda e Vanguarda Agropecuária - pretende se expandir agora para os Estados de Maranhão, Piauí e Tocantins. A afirmação é do presidente da Veremonte e do Conselho de Administração da Vanguarda Agro, Marcelo Paracchini. A empresa administra o capital do investidor espanhol Enrique Bañuelos no Brasil.
"Queremos estar presentes em várias regiões para que tenhamos uma sinergia na produção", disse Paracchini. Segundo ele, na operação agrícola, é necessário estar presente em várias regiões que possuem vários tipos de climas. "Como é um setor vulnerável aos problemas climáticos, estar presente em diferentes regiões é uma garantia de fluxo de produção", disse.
Além disso, o executivo ressalta que diferentes regiões possuem diferentes períodos de safra, criando uma oferta constante de produto. "Também podemos utilizar as máquinas de plantio em uma área e depois deslocar as máquinas para outra. Como o plantio não é realizado ao mesmo tempo em todas as regiões, teremos importante sinergia no custo das máquinas."
Resultado de uma empresa que, segundo um conselheiro, já enfrentou as sete pragas do Egito desde sua fundação em 2003, a Vanguarda Agro acabou por renascer das cinzas com outro nome e focada em outro setor. Sobrou muito pouco da antiga Brasil Ecodiesel e de seu foco inicial, o biodiesel, transformando-se em uma empresa voltada para a agricultura. É nesse nicho que a Vanguarda Agro pretende crescer, deixando a produção de biodiesel como uma opção, dependendo da viabilidade.
Fundo. A partir de agora, afirma o executivo, a expansão da empresa não se dará por intermédio de grandes incorporações registradas até o momento, mas sim através de um Fundo de Investimentos em Participações (FIP), a ser lançado em breve com o nome de Land Co. Segundo ele, com o fundo, a expansão se dará por meio de pequenas incorporações. "Não vamos trabalhar com arrendamento de terras", afirma.
Segundo ele, o FIP vai ter 51% de seu controle nas mãos da Vanguarda Agro e os demais 49% serão vendidos em cotas. A empresa começa com ativos de 100 mil hectares. A estruturação do fundo está nas mãos de Sérgio Malacrida, recém anunciado diretor financeiro da Vanguarda Agro, ex-sócio da Vinci Partners.
Paracchini explica que possivelmente haverá uma troca de cotas por ações por ano, o que deve elevar a participação da Vanguarda para uma fatia além de 51%. "Então esse porcentual acima de 51% será utilizado para investimentos em novas terras e também para amortização de dívidas", prevê.
Com o lançamento do fundo, segundo Paracchini, a Vanguarda Agro não precisa realizar uma nova emissão de ações nem emitir títulos de dívida. "Não vamos captar recursos para expandir nosso negócio ou para amortizar dívidas. Isso será realizado através de um fundo de investimento em participações focado em terras", disse.
A administradora de fundos Veremonte quer ser a maior acionista da Vanguarda Agro, segundo Paracchini. Atualmente, é o fundador da Vanguarda Agropecuária, Otaviano Pivetta, quem possui a maior participação acionária na nova empresa Vanguarda Agro, 27,2% do capital. A Veremonte possui 21,31%, por meio de dois fundos (Vila Rica e Tiradentes). Outros acionistas, como Sílvio Tini possui 8,64%, Hélio Seibel 8,35% e a família de Otaviano Pivetta, 4,76%.
Ele explica que a Veremonte possui a opção de comprar mais 5% da Vanguarda Agro nos próximos 18 meses, até novembro de 2012. "Vamos exercer a opção de compra na Vanguarda Agropecuária", disse o executivo, que ainda planeja adquirir uma maior participação na empresa, além dos 5% previstos na opção.
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