O Povo - O longa-metragem Mãe e Filha, do cearense Petrus Cariry, conquistou o júri do 21º Cine Ceará e levou cinco prêmios pra casa: melhor longa-metragem, melhor roteiro, melhor som, prêmio da crítica e prêmio BNB de Melhor Produção de Temática Nordestina. O filme era para ser um curta, mas rendeu um longa-metragem inspirado.
A história é triste. Fátima foi embora de Cococi, um vilarejo abandonado no Sertão dos Inhamuns, para viver em Fortaleza. A mãe, Laura, ficou. Anos depois, Fátima volta com o filho morto para enterrá-lo junto da avó. Com orçamento enxuto, R$ 170 mil, o longa tem o tempo de Petrus, lento e silencioso.
O prêmio foi entregue na última noite do festival, encerrado ontem. “É um talento reconhecido. O filme é muito maduro, denso, tem a alma do sertão. E não é só a temática que é forte, é o clima. Ele conseguiu criar um estilo. As pessoas já reconhecem que o filme é dele e isso é o que faz o artista. Pra gente foi muito bom ter um artista daqui reconhecido por um júri internacional”, comemora a coordenadora geral do 21º Cine Ceará, Margarita Hernandes.
O longa Bicicleta, Colher, Maçã, único documentário concorrendo na mostra competitiva, levou três prêmios: melhor montagem, trilha sonora e direção de arte. O filme do espanhol Carles Bosch acompanha o ex-prefeito de Barcelona, Pasqual Maragall, nos dois anos seguintes ao diagnóstico de Alzheimer. O documentário emocionou a plateia do Cine Ceará na última noite de competição.
O paranaense Werner Schumann ganhou o prêmio de melhor diretor por O Coro. Filmado em preto e branco, o longa conta a história dos integrantes de uma orquestra filarmônica em Curitiba.
Quem
ENTENDA A NOTÍCIA
Petrus Cariry, filho de Rosemberg Cariry, já tinha tido sucesso com seu primeiro longa, O Grão. Bem recebido pela crítica nacional, o filme entrou em cartaz no circuito comercial e agradou ao público
FILMES PREMIADOS
Longa-metragem
Melhor Longa-metragem: Mãe e Filha, de Petrus Cariry
Melhor Direção: Werner Schumann, por O Coro
Melhor Fotografia: Felipe Meneghel, por O Coro, de Werner Schumann
Melhor Montagem: Ernest Blasi e Carlos Prieto, por Bicicleta, Colher, Maçã, de Carlos Bosch
Melhor Roteiro: Petrus Cariry, Firmino Holanda e Rosemberg Cariry, por Mãe e Filha, de Petrus Cariry
Melhor Som: Érico Paiva e Petrus Cariry, do filme Mãe e Filha, de Petrus Cariry
Melhor Trilha Sonora Original: Josep Sanou, por Bicicleta, Colher, Maçã, de Carlos Bosch;
Melhor Direção de Arte: Fernando González, por Pássaros de Papel, de Emílio Aragón;
Melhor Ator: Héctor Medina, por Bilhete para o Paraíso, de Gerardo Chijona;
Melhor Atriz: Claudia Lapacó, por Língua Materna, de Liliana Paolinelli;
Prêmio da Crítica: Mãe e Filha, de Petrus Cariry;
Prêmio BNB de Melhor Produção de Temática Nordestina para Mãe e Filha, de Petrus Cariry.
Curta-metragem
Melhor Curta-metragem: O Céu no Andar de Baixo, de Leonardo Cata Preta
Melhor Direção: Murilo Hauser, por Meu Medo
Melhor Roteiro: Rodolfo Barreto, por Com a Mosca Azul, de César Netto
Melhor produção cearense: Doce de Coco, de Allan Deberton;
Prêmio da Crítica: O Céu no Andar de Baixo, de Leonardo Cata Preta.
Mariana Toniatti
marianatoniatti@opovo.com.br
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