Voltamos há 1850. Naquele Éden inesquecível, muito de tudo se lia, entre “estudantes e intelectuais” que convergiam para a saudosa praça do então Boticário Ferreira. Todavia, a nossa inesquecível praça do Ferreira, hoje metamorfoseada e ceifada dos ricos e encantos primitivos. Nessa data, corria a noticia da então extraordinária viagem do senador Thomaz Pompeu de Sousa Brasil, que chegava da África. De lá trouxera umas mudas, ao que se sabem, dez ao todo, daquele que é considerado pela botânica o mais antigo monumento orgânico da natureza e o maior gigante do reino vegetal, o Baobá. Também fez por onde perpetuar seu nome por aqui: o Senador Pompeu, foi fundador do Liceu do Ceará, organizou compêndios, levou o Ceará a tribuna do Senado e em 1864, ecologista antes da menção do termo, já preocupado com a preservação das nossas florestas trouxe as mudas de umas de suas viagens.
Das dez mudas trazidas do Egito, duas foram plantadas no Passeio Público, a que ainda está de pé e outra ali, mais abaixo, no então chamado terceiro plano, que hoje ocupa a garagem do Exército. Foram plantadas outras as margens do menor rio do mundo, o Pajeú e outras num sítio em Maranguape, sitio Miramar. Mas não vingaram, morreram todas,menos a do Passeio Público. No Ceará até onde se sabia, esse do Passeio Público era o único. Mas como a história tem suas vertentes, bastamos chegar ao longo do trilho da linha férrea do Mondubim, a altura do numero 259, um Baobá dá boas vindas ao visitante. Mas ao que parece está sendo ameaçado de ir ao chão por conta do progresso (passagem da linha férrea do Metrofor).
Caso como este poderia ser uma dessas brincadeiras sem graça, como ocorrera com o nosso do Passeio Público. O ano seria 1933 quando o povo noticiou a inesperada queda do Baobá. logo a notícia se espalhou, feito fogo no monturo, pelas sombras da provinciana cidade de Fortaleza, a ponto de muitos correrem para o local . Mas ao chegarem se surpreenderam com o gigante ainda de pé. Tudo não passava de uma brincadeira de mau gosto, ou a melhor explicação seria! Era 1º de abril.
Por Rogério Nogueira
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