Antônio henrique: Drogas e juventude: até quando nos conformaremos em seguir o cortejo fúnebre?
Nos últimos cinco dias enterrei dois jovens. Não fosse por si mesma triste a idéia de morte, e o número dois já não tornasse suficientemente trágico o fato, é na palavra ‘jovens’ que se concentra o peso da frase. Não que eu prefira a morte dos mais velhos, mas, estas ao menos seguem o curso natural da vida. A morte na juventude não é natural. Também não deve ser natural nossa reação de comodismo diante das manchetes diárias que narram o fim de vida violento de tantos meninos e meninas.
Os dois jovens que enterrei tinham menos de 19 anos. Tinham mães que choraram e sonhos que não se realizaram. Os dois jovens foram vítimas do envolvimento com drogas, essa mazela que corrói nossa sociedade a olhos vistos, que inspira discursos, mas que escorrega das mãos dos pais, da escola e do poder público.
A violência ligada às drogas invade as casas e dá tiros à queima-roupa. A violência dos traficantes promete e cumpre. As ações que se destinam a resolver o problema são tímidas e escassas. As promessas de solução ainda não foram cumpridas. Precisamos tratar esse problema com a seriedade que ele requer. Família, escola, sociedade e poder público devem se esforçar para garantir o direito à vida ( e vida com qualidade) para nossas crianças, adolescentes e jovens. Devemos evitar que o curso da vida deles seja interrompido pelo disparo de uma bala ou por uma pedra de crack.
Louvo a Deus pelas instituições públicas e não governamentais que se dedicam ao trabalho de valorizar, oportunizar e empoderar a juventude em nossa cidade. São iniciativas que ajudam a prevenir o envolvimento com as drogas e as situações de violência. Mas precisamos fazer isso com mais rapidez e menos entraves burocráticos, para que no meio do caminho não sejamos convidados a comparecer em mais velórios.
Antônio Henrique, vereador de Fortaleza (PTN)
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