"O presidente Lula e o governador Cid Gomes vão estar conosco na próxima segunda-feira no Cariri para inaugurar o trecho da ferrovia Transnordestina entre o município pernambuco de Salgueiro e Missão Velha, num percurso de 96 quilômetros. O presidente Lula vai, ainda, autorizar oficialmente a construção do trecho da Transnordestina entre Missão Velha e o Porto do Pecém. São 527 quilômetros. Este trecho deve ficar pronto em 2013. A obra entre Missão Velha e Aurora, num percurso de 50 quilômetros, já está sendo executada.
No Ceará, 40% dos terrenos já foram desapropriados. A previsão é de que até junho do próximo ano toda a área esteja desapropriada.
Em toda a obra da Transnordestina existem, atualmente, 11 mil trabalhadores, todos com carteira assinada. Registre-se que este efetivo é maior que a população de várias cidades do Ceará, como Arneiroz e Itaiçaba e é praticamente o dobro da população do município de Baixio.
Toda a Transnordestina vai custar 5 bilhões e 400 milhões de reais, dinheiro do Governo Federal através do PAC e investimentos privados. Somente no território cearense serão investidos um bilhão e 650 milhões de reais. A ferrovia será o elo entre o transporte de cargas viário e marítimo. A Transnordestina marca o retorno dos investimentos em transporte ferroviário no Brasil. A ferrovia completa terá 1.960 quilômetros de extensão e capacidade para movimentar até 27 milhões de toneladas de carga por ano.
Trata-se de uma ferrovia importante, não apenas para o Ceará, mas, também, para o Nordeste, desde o Maranhão até a Bahia, interligando os pólos de produção agrícola, mineral e industrial da região, além de alimentar os principais portos nordestinos, como Mucuripe-Pecém, Suape (Pernambuco), Aratu (Bahia) e Itaqui (Maranhão).
A ferrovia vai beneficiar 124 Municípios nos Estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. A construção da Transnordestina será importante para o desenvolvimento do semiárido nordestino, promovendo a redução dos custos logísticos de exportação, o aumento do valor das terras do cerrado nordestino, a reorganização espacial da produção agrícola, a atração de novos empreendimentos para a região e, ainda, o estímulo ao projeto nacional de biodiesel.
Os trens vão servir, principalmente, para escoar a produção, deixando o transporte mais barato. Serão transportados soja, milho, frutas, arroz, algodão, combustíveis, biodiesel, granito, fertilizantes, contêineres, insumos para o setor avícola, calçados, produção têxtil e de couro.
Ressalto, que, da região do Cariri vão escoar sua produção com maior agilidade e preço mais em conta os seguintes municípios: Lavras da Mangabeira, Brejo Santo, Missão Velha, Milagres, Abaiara, Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Mauriti, Barro, Porteiras, Jati, Jardim e Penaforte, facilitando o agronegócio para todos os recantos do país e muito em breve para os países do Mercosul, como Paraguai, Uruguai e Argentina, uma vez que, o grande gargalo é o alto preço do transporte rodoviário.
Só como exemplo, vejamos o caso do feijão na região do Cariri, que é vendido a preço módico aos atravessadores. A produção de milho, mamona, banana, manga, mamão e farinha de mandioca muitas vezes se estraga por falta de garantia de preço no mercado.
Agora, o transporte ferroviário será o elemento indutor de novas políticas de comercialização e desenvolvimento. As exportações e o agronegócio serão potencializados, já que a ferrovia terá capacidade de movimentar 30 milhões de toneladas de carga por ano. O projeto vai viabilizar também as indústrias extrativas e de mineração, bem como a produção do biodiesel e do álcool.
Com a Transnordestina, vários setores da economia nordestina serão impulsionados, com criação e crescimento de pólos produtivos. Somente a CFN vai gerar 600 mil empregos em diversas cadeias produtivas.
Os terminais portuários de Suape e do Pecém poderão receber navios graneleiros de grande capacidade, com até 150 mil toneladas, que podem transportar até 105 mil toneladas de grãos. Atualmente, para se ter uma ideia, os navios de transporte de grãos que atracam em Santos e em Vitória têm, no máximo, 125 mil toneladas e carregam 85 mil toneladas de soja. A Transnordestina vai transportar onze vezes mais do que as máquinas atuais, consumindo 80 por cento menos combustível e reduzindo em quatro vezes o custo operacional.
A Transnordestina foi iniciada em 1990, mas em dezembro de 1992 foi paralisada por falta de recursos. Em janeiro de 1999, a Companhia Ferroviária do Nordeste – CFN -, concessionária da malha Nordeste, iniciou um projeto que altera o traçado, visando aproximar-se do pólo gesseiro da chapada do Araripe, localizada na divisa do Ceará e Pernambuco.
O porto do Pecém, no Ceará, sem sombra de dúvida, vai triplicar a movimentação de cargas e recargas nos seus terminais e, consequentemente, irá incrementar a produção nos principais perímetros irrigados do Nordeste, servindo de entreposto de escoamento da produção. Além do mais, vai consolidar perímetros de irrigação da região do cariri, que detém os solos mais ricos do Ceará.
Senhor presidente, senhoras e senhores deputados.
Com a conclusão da Transnordestina, começaremos um novo tempo: o tempo do desenvolvimento econômico e social do Nordeste; o tempo do futuro para nossos filhos e netos.
Hoje, estou mais confiante do que nunca porque os canteiros de obras estão trabalhando de vento em popa. Sinto que, realmente, esta grande obra está saindo do papel por decisão do próprio presidente Lula.
Para finalizar, minhas senhoras, meus senhores, digo apenas que esta é uma das grandes obras de infraestrutura para a redenção do Ceará. Está chegando a nossa hora e a nossa vez.
Muito obrigado.
Deputado Welington Landim".
Comentários
Postar um comentário