Fundado em 1951, o tradicional grupo que a família Tavares de Carvalho concordou em vender é formado por três jornais: O Dia, Meia Hora e o esportivo Campeão. Juntos, têm circulação média diária de 340 mil exemplares e cerca de 700 funcionários. Junto com o Brasil Econômico, o grupo Ejesa passa a ter uma circulação média diária de 400 mil exemplares.
O memorando de entendimento entre a família Tavares Carvalho e a Ejesa, representada pelo diretor Ricardo Galuppo e pelo presidente da Ejesa, José Mascarenhas, foi firmado na quarta-feira à noite. A rádio O Dia FM ficou fora do negócio. De outro lado, a Ejesa leva também a gráfica e a empresa de distribuição dos diários. "A estrutura societária e operacional do Grupo O Dia não sofrerá qualquer tipo de alteração até que a operação seja efetivamente concretizada", diz nota de O Dia. "Vamos entrar em uma fase de detalhes agora, mas as empresas são bem administradas e tenho certeza que não há nada que impeça que o negócio seja concluído nas bases acertadas", disse Galuppo.
Galuppo informou que a Ejesa pretende dar continuidade aos três jornais cariocas que está adquirindo. "São marcas vitoriosas. Os jornais estão bem posicionados. Têm seus nichos e todos receberão investimento. A gente não pretende reinventar a roda", afirmou, sem revelar os investimentos que serão realizados. Galuppo disse que, em Brasília, a ideia é criar um diário "para discutir políticas públicas". A data para o lançamento e o nome do jornal, que vai concorrer com o Correio Braziliense e o Jornal de Brasília, está em estudo.
A Ejesa é formada em 70% pela família luso-brasileira Mascarenhas Vasconcellos e em 30% pelo grupo português Ongoing. A lei brasileira proíbe que a participação de capital estrangeiro em uma empresa de comunicação de massa supere 30%.
Em nota da Ejesa, a presidente do Conselho de Administração da empresa, Maria Alexandra Vasconcellos, diz que o acordo alcançado torna o grupo O Dia um player "relevante no setor de mídia no Brasil, com produtos que demonstram elevado potencial de expansão". O presidente do Conselho de Administração do Grupo Ongoing, o português Nuno Vasconcellos, disse na nota que o acordo "constitui um passo decisivo na estratégia de apostar nos mercados de língua portuguesa".
O grupo Ongoing investe também em outros setores. Tem participação na Portugal Telecom e, por isso, indiretamente na operadora móvel brasileira Vivo. Também participa do grupo financeiro português Espírito Santo. Galuppo foi enfático em que não há participação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu nem na Ejesa, nem no novo jornal a ser criado em Brasília, a não ser como colunista. "Ele é nosso colunista, a meu convite. Acho que ele merece ser colunista. Converso diariamente com ele e com pessoas de outros partidos, como jornalista", disse.
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