A VIII Feira da Música termina agora à noite. Dstaque para a discussão do desenvolvimento da cadeia da música. Eis notícia da assessoria de imprensa do evento. "Diante de uma nova realidade construída a partir do desenvolvimento e difusão tanto de tecnologias midiáticas inovadoras (Twitter, My Space entre outros) quanto do crescimento da produção independente, o setor musical alavanca as discussões sobre o atual modelo brasileiro de comunicação de massa, direitos autorais e distribuição de conteúdo artístico cultural na Internet. Durante a Conferência Nacional de Comunicação – Direito e Cidadania na era digital, o jornalista coordenador do movimento Intervozes Daniel Fonseca (foto) defendeu a reformulação do setor midiático brasileiro. “É de extrema importância coletivizar e ampliar debates sobre os direitos da comunicação. Atualmente, apenas cinco grandes grupos detém a circulação comercial de bens culturais”, afirma, referindo-se às grandes cadeias de televisão no Brasil. Para Daniel, vivemos em um modelo de Comunicação de massa fadado a desaparecer e ainda vigente somente por lobby político. “Queremos a efetivação no cotidiano das pessoas do direito ao acesso e circulação de bens culturais”. Segundo Fonseca, existem três pontos importantes na construção de um novo modelo de mídias, seja impressa, televisiva, de rádio ou eletrônica: “universalização do acesso; controle público e social, com participação da sociedade civil na determinação de marcos regulatórios; e produção, cada vez mais diversificada e com novos públicos”. Para o secretário regional da Abraço (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária) Sérgio Lira (foto), que presidia a mesa, a função das rádios comunitárias na definição dos rumos da comunicação de massa é principalmente convocar a população ao debate, “por prestar um serviço de utilidade pública”. Lira lamenta o mau uso das concessões de rádio comunitária, que na maioria dos casos tem a sua função desvirtuada. Isto se deve ao fato de a grande maioria estar a serviço de grupos políticos ou religiosos: “a Abraço nacional estima que apenas 20% das rádios comunitárias cumprem o seu papel, o restante foi apossado por representantes de igrejas ou políticos”.
Como representante do movimento MPB – Música Para Baixar, o cantor e compositor Leoni (foto) defendeu no painel a distribuição gratuita e descriminalizada de músicas na Internet. Para ele, que disponibiliza gratuitamente em seu site músicas inéditas, a rede passou a ser um ponto a mais de distribuição e comercialização, que não afeta diretamente a venda de CDs ou shows. “Precisamos destruir a falácia de que cada música baixada é menos uma venda”, afirma. Segundo Leoni, é um retrocesso limitar, fiscalizar ou punir quem baixa produtos como música e filme da Internet, já que “pesquisas apontam que mais de 50% dos internautas brasileiros baixam essas coisas”. Completa ainda que o aumento de produção independente vai passar a ser um gargalo para o modelo atual: “hoje quase todo mundo é produtor”. “Penalizar é não deixar o futuro chegar, e essas gravadoras vão ser atropeladas pelo futuro”, enfatiza.
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