"Pela primeira vez, um grupo brasileiro foi convidado para participar do Carnaval da Hungria, intitulado “Festa das flores”. E para orgulho do estado do Ceará, o grupo convidado é formado pelos artistas da Academia de Artes Vania Dutra, localizada no município de Horizonte. O convite foi feito pela organização do evento por indicação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef. Para integrar a comitiva, que estará sob a direção da coreógrafa Valéria Pinheiro, a Academia convidou os integrantes da banda Dona Zefinha, que promete mostrar o melhor da música regional brasileira", informa a Assessoria de Imprensa da AD2M.
Os 31 artistas, entre bailarinos e músicos, embarcam amanhã (14) para a Hungria. Como a saída do vôo está prevista para três da tarde, os artistas irão chegar ao Aeroporto Pinto Martins, às 11h30m. O grupo promete emocionar e animar o público europeu. Eles irão participar de dois cortejos, nos dias 17 e 20 de agosto, e irão realizar quatro apresentações do espetáculo “Vozes Nagô” nos teatros que integram o evento. Mais de quarenta países participam do evento.
A Academia de Artes Vania Dutra é uma fundação sem fins lucrativos de Horizonte que atende a crianças e adolescentes em situação de vunerabilidade social. Essa é a primeira vez que esses bailarinos terão a oportunidade de conhecer a Europa. Para muitos deles, a ansiedade já começa em viajar de avião, um sonho que parecia distante até poucos dias atrás.
Para essas apresentações, a grupo conta com o apoio da Prefeitura de Horizonte, do Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura do Ceará, e da empresa Vulcabras. Mais informações sobre o musical “Vozes Nagô” e sobre a Academia de Artes Vania Dutra Com coreografia e direção artística de Valéria Pinheiro, “Vozes Nagô” resgata a história da cultura afro-brasileira e do negro horizontino por meio da música e da dança contemporânea. “Para representar a diversidade cultural afrodescendente, investimos nos movimentos fortes e expressivos da dança contemporânea e da capoeira, além da riqueza musical do batuque e do sapateado”, ressalta a coreógrafa. Nesse cenário de valorização das raízes culturais afro-brasileiras, o musical perpassa pelas danças e ritos dos Orixás, pela capoeira, pelas brincadeiras infantis africanas e pelos costumes dos moradores da comunidade de Alto Alegre, localizada em Horizonte, e hoje considerada remanescente dos Quilombos pela Fundação Palmares. Homenagem também ao Negro Cardoso que, segundo relatam os mais antigos na região, seria o primeiro morador de Alto Alegre e ao Negro Cazuza, primeiro escravo libertado no Estado. O espetáculo envolve alunos da Academia, com idade entre 15 e 22 anos, e conta com a participação dos jovens do Grupo de Capoeira do Alto Alegre. Já a trilha sonora, composta por oito músicas, é assinada por Valéria Pinheiro e Companhia de Brincantes Valeria Pinheiro (Cia. Vatá), Grupo A 4 Vozes e Rita Ribeiro. A Academia de Artes Vania Dutra completa, em agosto, 15 anos. Os primeiros passos dessa trajetória foram dados quando o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) proporcionou um curso de formação artística e capacitação de monitores em dança para atuar junto às crianças e adolescentes de municípios carentes do interior do Ceará. Da iniciativa, surgiu a Associação Pró-Criança e Adolescente de Horizonte, que, posteriormente, adotou o nome atual, numa homenagem à fundadora e mantenedora do projeto. Durante esse período, a Academia Vania Dutra tornou-se referência na área cultural e consolidou-se por promover gratuitamente ações sócio-culturais para crianças e adolescentes em situação de risco social. Dentre as atividades, aulas de baby class, balé clássico, jazz, sapateado, capoeira, canto coral e expressão corporal. Hoje, são mais de 800 alunos, que além de dispor de local equipado e professores qualificados, recebem todos os acessórios necessários para a realização das aulas e espetáculos, como roupas de ballet, sapatilhas, figurinos e cenários para apresentação. Ao trabalhar com a dança e com a expressão corporal como meio de aprimoramento pedagógico e de entretenimento, a instituição tem ajudado a transformar a vida de muitas pessoas. Hoje, muitos dos alunos descobriram na arte uma vocação: tornaram-se monitores ou dançarinos, transmitindo a outros jovens o aprendizado adquirido. Para auxiliar esses novos professores e incentivar a formação artística, a Academia oferece ainda uma bolsa de meio salário mínimo aos monitores que dão aulas nas creches do município. Mas o público atendido não se limita aos jovens. Desde agosto de 2006, a instituição ampliou o número de modalidades rítmicas para atender idosos do Programa Conviver, da Secretaria de Ação Social da Prefeitura de Horizonte.
O grupo de dança Clube da Feliz Idade conta com 14 idosos, com idade entre 50 e 70 anos. As aulas são de bolero, xote e danças folclóricas e acontecem aos sábados e domingos, no período manhã. O objetivo do grupo é resgatar a auto-estima, trabalhar a flexibilidade corporal e fazer com que o idoso valorize a si e a cultura. Outro projeto são as turmas de balé clássico para portadores de necessidades especiais residentes no município. Inaugurada em fevereiro, as duas turmas já contam com 33 alunos, todos com idade entre nove e 25 anos, que vêm desenvolvendo, por meio da dança e de exercícios corporais especiais, a coordenação motora, a expressão corporal, a auto-estima e a atenção cognitiva. A troca de experiências com alunos não-deficientes também é outro ponto priorizado. Após as aulas introdutórias, a Academia formará turmas mistas para incentivar a inclusão social e pedagógica.
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